Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

Ao conquistar uma vaga num cargo político, seja no legislativo ou executivo, o cidadão eleito passa a ter muitas responsabilidades e precisa doar parte de sua vida e sua dedicação ao povo que o elegeu... (?) 

Desculpa... melhor dizendo, ao conquistar uma vaga num cargo político muitos eleitos passam a ter responsabilidades, dedicação e doam parte de suas vidas aos seus grupos políticos, seus colaboradores e trabalham incessantemente, dia e noite para uma reeleição ou a eleição de seus sucessores. 

Ou seja, tudo o que por ventura possam realizar em seus mandatos (o que não passa de obrigação) e por mais que pareça ser de boas intenções para com a população, na verdade não passa de autopropaganda eleitoral, uma certa jogada emocional e muito de engana-trouxa para conseguirem ficar ainda mais no cargo através da reeleição ou perpetuação de seu grupo político no poder. 

Da mesma forma, quem não está no poder e almeja chegar no cargo do outro, faz de tudo para boicotar, muitas vezes numa oposição sem sentidos, que na verdade não passa de tentativas escusas para desestabilizar o atual detentor da cadeira. 

Essa roda gira em nosso país desde tempos imemoráveis. 

Por isso era preciso algum respaldo a esses políticos para que muitas de suas jogadas inescrupulosas e atos de ilegalidades visando a perpetuação do poder não prejudicasse a permanência em seus cargos com julgamentos, cassações e até prisões. 

E assim, criaram o foro privilegiado. 

Um tipo de brincadeira, como o pega-pega, onde a pessoa que chega ao pique (local onde quem procura faz a contagem), está a salvo dizendo bem alto: “Salvo um, dois, três”. 

Para deputados, senadores, prefeitos, governadores, presidentes e outros altos cargos a brincadeira consiste no seguinte: 

O político participa de uma propina, por exemplo, e quando algum órgão de investigação descobre a participação do tal político ele tem que gritar: “Tenho foro privilegiado!” 

Pronto. Ninguém mais poderá incomodar o rápido e esperto político corrupto. 

Dessa forma, muitos crimes acabam acontecendo no país em todas as esferas políticas e a toda hora ouvimos um brado forte: “Tenho foro privilegiado!” 

Quantos sorrisos, quantas celebrações de distintos políticos com essa armadura impenetrável enquanto exercem seus cargos públicos de total interesses. 

Com certeza, o foro privilegiado é a maior invenção na política, já que isso transforma qualquer pessoa comum em homens de aço indestrutíveis, uma espécie de campo de força que os envolve, os tornando políticos intocáveis na busca de mais poder, roubando, mentindo e quando se sentem ameaçados, acionam seus malignos poderes berrando aos quatro cantos: “Tenho foro privilegiado! ”. 

Rodrigo Alves de Carvalho nasceu em Jacutinga (MG). Jornalista, escritor e poeta possui diversos prêmios literários em vários estados e participação em importantes coletâneas de poesia, contos e crônicas. Em 2018 lançou seu primeiro livro individual intitulado “Contos Colhidos” pela editora Clube de Autores. 

rodrigojacutinga@hotmail.com

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.