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A exposição “Fragmentos da Transitoriedade”, do arquiteto e artista plástico Heber Lagos, será aberta no dia 9 de abril em Londrina, iniciando a temporada 2015 do Circuito A. Yoshii de Artes Visuais. Londrinense radicado em São Paulo há quatro anos e meio, Heber Lagos vai expor dez pinturas, de vários tamanhos, todas em acrílico sobre tela. A promoção é do Ministério da Cultura e do Instituto Atsushi e Kimiko Yoshii, e a exposição pode ser vista até o dia 15 de maio, das 9h às 18h, no Showroom da Construtora A. Yoshii (Av. Madre Leônia Milito, 1800).

A mostra instiga o espectador a visualizar o ponto entre o não ser mais e o novo ser, e o que essa imagem representa na potência da renovação. “Estas pinturas propõem-se a construir possibilidades visuais deste momento, este ponto em que o produto do humano e os elementos que compõem sua realidade encontram-se inomináveis e informais. Estes fragmentos tanto estão formando algo novo como deixando de ser o que eram, desconstruídos, sobrepondo formas que se dissolvem e se redefinem”, informa Heber Lagos.

As pinturas montam cenários entre o ser e o não ser, entre o final e o início. “Trata-se de ponto da curva onde os ciclos do ser desconfiguram, onde os espaços arquitetônicos não são mais habitáveis, onde um pensamento nos escapa, onde nossas características perceptivas se diluem. Elas perguntam em que momento um amontoado de pedras gera potência para ser arquitetura? Observe uma caçamba de detritos, a maneira como nos comunicamos e absorvemos informações. Muitas vezes isso forma uma onda de fragmentos, indecifráveis, superficiais. Observe nossa necessidade de reciclar, nossa relação com o que chamamos resíduos”.

Diálogo não verbal

Heber Lagos, 40 anos, é arquiteto graduado pelo Cesulon. Fez Pós-graduação em Projeto e Pós-modernidade na UEL e desde 2010 cursa o Estudo de Belas Artes – Realismo pictórico, no Ateliê do pintor Maurício Takiguthi, em São Paulo. Nos últimos anos tem se dedicado ao trabalho da aproximação de questões plásticas comuns à pintura e desenhos realistas e abstratos. “Eu elegi para esta série o instigante em detrimento do belo ou do simpático. Não acredito em pinturas inofensivas. Mas isso depende completamente do observador e seu processo contemplativo”, conta Lagos.

O artista relata que seus quadros podem ter diferentes leituras: “As pessoas que observaram essas pinturas relataram que o modo como percebiam a imagem alterava-se consideravelmente com o tempo. Mas este possível diálogo não verbal dá-se pelo canal da sensação e não necessita de textos explicativos e simbólicos do pintor. A pintura tem que ter a potência de se autossustentar. Cada pessoa projeta sobre a pintura algo seu e o quadro a responde com sua manifestação visual, é como uma respiração compartilhada. Aí que se dá a troca enriquecedora da arte”.

Emilia Miyazaki/Asimp

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