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Neste ano de 2015, o Núcleo Ás de Paus tem uma agenda cheia de novas experiências e desafios. Durante o primeiro semestre, a companhia tem trabalhado em seu novo espetáculo, com estreia prevista para este ano, e ainda no mês de junho realizará uma longa caminhada pelas terras nordestinas.

O grupo começa sua jornada no Ceará participando doII Festival de Teatro de Rua do Ceará, que acontecerá entre os dias 04 e 06 de junho em Maracanaú, e depois segue parao VIII Festival dos Inhamuns, Circo, Bonecos e Artes de Rua, que será realizado nas cidades de Tauá, de 07 a 09, e Arneiroz, de 11 a 13 de junho. Em seguida, a companhia parte para o estado do Maranhão, onde dará inicio ao projeto EMARANHADO – Jornada em busca das riquezas nas terras esquecidas entre o Grajaú e o Parnaíba, aprovado pelo edital Artes na Rua 2014 da FUNARTE. O grupo londrinense levará seu trabalho para comunidades carentes de São Luís, Belágua, Presidente Juscelino, Cachoeira Grande e Matões do Norte. O objetivo deste projeto é viabilizar o contato do Núcleo com cidades do Maranhão, estado brasileiro com alto índice de pobreza, através da realização do espetáculo A Pereira da Tia Miséria e da oficina O Corpo Coletivo.

Foi a partir da criação de A Pereira da Tia Miséria, estreada em 2010, que o grupo pode perceber a riqueza e a importância de se fazer um espetáculo na rua, não somente por causa da acessibilidade que se cria, mas também devido à espontaneidade que o lugar público deixa surgir. Com o tempo, os atores puderam notar que o espetáculo, de fato, afetava as pessoas que o assistiam de um modo bastante interessante, o que ficava evidente quando se abria um espaço de conversa após a apresentação da peça. Nas comunidades mais carentes, principalmente, esta abertura logo se tornava um espaço de diálogo que não se restringia apenas ao espetáculo. Percebeu-se que, naqueles poucos minutos destinados a este “bate-papo”, as pessoas começavam a falar de suas experiências, de seus anseios, de problemáticas relacionadas à comunidade em si, enfim, recriava-se, de forma espontânea, o sentido do lugar público. A rua tornou-se para o grupo um espaço de aprendizado constante, um local de trocas que contribuiu e, ainda o faz, para a construção e o desenvolvimento do espetáculo como um todo.

A ideia de inserir a oficina O Corpo Coletivo como outra ação deste projeto tem por objetivo a participação, ou seja, o real envolvimento das comunidades com esta experiência. A partir de dinâmicas teatrais presentes na pesquisa da companhia, os ministrantes buscam sensibilizar os participantes e, explorar a capacidade criativa de cada um a fim de que, juntos, eles possam construir algo através da arte. Esta oficina possui elementos teatrais, porém é destinada para qualquer pessoa, pois tem como foco os desafios e superações relacionados a todos os seres humanos. Com esta vivência, a companhia quer proporcionar descobertas para estes indivíduos, no intuito de que eles se reconheçam enquanto sujeitos capazes de pensar as suas realidades.

Realizar este projeto será um grande desafio para o Núcleo Ás de Paus e, por isso, um importante passo na construção de sua história. Mas, além disto, trata-se de uma jornada em busca de trocas, aprendizados, e novas possibilidades com estas comunidades, repletas de pessoas simples, mas com muita sabedoria, que, infelizmente, encontram-se esquecidas e desamparadas no interior deste imenso Brasil. Todas as ações desta grande experiência serão registradas para que, posteriormente, seja construído um documentário, que fará parte do acervo da companhia e possibilitará a divulgação desta importante vivência.

Asimp/Núcleo Às de Paus

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