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Bailarina londrinense Ana Gonçalves, formada pela Funcart, embarca esta semana para competir em Orlando, após ser premiada em concurso internacional na Alemanha

A menina de apenas 16 anos, olhar tímido e voz baixa, transforma-se em um furacão de técnica, leveza e determinação quando ouve os acordes da música e pisa o palco. Quem acompanha a dança em Londrina já se acostumou à sua forte presença nas apresentações no Teatro Ouro Verde pela Escola Municipal de Dança.

Foi assim também em fevereiro deste ano, quando Ana Gonçalves apresentou-se no tablado do Berlim State Ballet School (Staatlische Ballettschule Berlim), na Alemanha. Sua performance impressionou o jurado do Festival Internacional de Dança Tanzolymp, um dos mais importantes mundiais da área. Dentre os avaliadores, estavam nomes como Sergey Filin, da direção do Ballet Bolshoi da Rússia, e Agnès Letestu, do corpo da Ópera de Paris, dentre outros importantes diretores e primeiros bailarinos. A londrinense levou o 2º lugar na categoria “Balé Clássico Solo/Idade 3”, competindo com escolas particulares do mundo inteiro. Participaram do Tanzolymp mais de mil bailarinos oriundos de 40 países.

Agora chegou a vez de outro desafio. Ana embarcou na quinta-feira (18) para Orlando, na Flórida (EUA), para participar da final anual da 13ª World Ballet Competition, que acontece de 22 a 27 de abril. Ana foi escolhida em uma seletiva da WBC realizada em São Paulo em outubro do ano passado. Dentro da categoria Pré-Profissional, ela apresentará quatro números de balé clássico e um contemporâneo: a primeira variação do pas-de-trois de “Paquita”, o solo de Swanilda de “Coppélia”, o solo de Odile de “O Lago dos Cisnes”, o solo das bodas de Aurora de “A Bela Adormecida” e, na modalidade contemporânea, “Oração”, trecho da coreografia de Leonardo Ramos para o espetáculo “Oração pelo Fim do Mundo”, do Ballet de Londrina. O processo eliminatório envolve três etapas ao longo da semana.  Participam da modalidade solo mais de 120 bailarinos de países da Europa, América e Ásia.

Desde o início de março, quando retornou de Berlim, Ana Gonçalves mantém uma rotina assídua de ensaios na Funcart com o auxílio do professor Marciano Boletti para obter um bom resultado na competição. São cerca de seis horas diárias de treinamento no contraturno do colégio, já que ela também cursa o Ensino Médio. Nenhuma novidade para quem já costumava dedicar o maior tempo do dia à dança. Ana ingressou aos cinco anos de idade no curso lúdico de Pré-Balé e, a partir dos sete, frequentou o curso regular de clássico.

Em 2017, concluiu a formação pela Escola Municipal de Dança de Londrina, mas o diploma não a afastou das salas de ensaio e dos palcos. “A formatura não era o fim, mas o início de uma longa jornada. Muitos alunos param nesta etapa, mas, no caso da Ana, seria um desperdício, porque ela não poderia perder tempo. Nas férias daquele ano, ela já tinha se superado e estava tecnicamente melhor do que quando se formou. Só então começou a rotina dos festivais e competições”, explica Boletti. Segundo ele, durante o curso regular na Funcart, os professores oferecem uma formação de qualidade, com uma didática que serve a diferentes tipos de alunos e a diversas finalidades. Por isso, os professores não estabelecem as competições como objetivo final, mas deixam os alunos optarem pela participação ou não.

Alguns utilizam a dança apenas com a intenção de melhorar a aptidão física, outros transformam-se em professores de projetos sociais ou da própria Escola. Há aqueles ainda que preferem ingressar em companhias profissionais, seja de repertório ou de contemporâneo. Ana Gonçalves tem um objetivo claro: “gostaria de entrar em uma escola no exterior [para aprimorar a formação] e, depois, integrar uma companhia profissional lá fora”.

A experiência em Berlim, na ocasião do Tanzolymp, mostrou que Ana possui nível técnico para o seu propósito. Além da medalha de prata na categoria clássico solo, ficando atrás apenas de uma bailarina do Royal Ballet da Itália, a brasileira frequentou como bolsista aulas na escola estatal alemã, promotora do Festival. Mesmo sem saber o alemão, Ana conseguiu acompanhar o curso a partir do repertório aprendido na Escola Municipal de Dança, que ensina os passos pela nomenclatura universal. “Algumas metodologias eram muito parecidas com as da Funcart e outras completamente diferentes, mas era possível perceber que eu estava no padrão internacional”, lembra. A Escola Municipal de Dança é coordenada por Luciana Lupi e mantidas pela Prefeitura Municipal de Londrina, por meio de convênio.

Renato Forin Jr./Asimp

#JornalUnião

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foto de Arnaldo J.G. Torres

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