Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

“Poética, Potência e Denúncia” é o nome da atividade que uma das mais importantes escritoras do brasil fará nesta quarta (11), às 20h, no Museu Histórico de Londrina; a entrada é franca

A escritora e atriz carioca Cristiane Sobral realiza, nesta quarta-feira (11), às 20h, no Museu Histórico de Londrina (Rua Benjamin Constant, 900), a palestra “Poética: Potência e Denúncia”. Promovida dentro da programação do 17º Festival Literário de Londrina (Londrix), a atividade tem entrada franca e será mediada por Amanda Crispim.

Com dez livros publicados, Sobral, que é radicada em Brasília, vai enfocar a literatura praticada por autores pretos e pardos, em um debate que promete instigar os participantes.  “Vou invocar, sobretudo, a literatura negra brasileira. Gostaria de saber, por exemplo, a quantidade [de livros] de autores negros que está nas respectivas estantes. É pouquíssimo. Espero que as pessoas reconheçam essa ausência e busquem adquirir essa literatura”, afirmou.

Para a escritora, são raras as narrativas da literatura brasileira em que as personagens negras apresentam subjetividades maiores. Normalmente, de acordo com a autora, os temas estão atrelados aos estereótipos, principalmente à escravidão e à marginalidade.

 “No campo da ficção, nós, escritores, temos outras possibilidades de narrativa, que precisam cada vez mais de representação literária. Precisamos apresentar mais a nossa narrativa e, sobretudo, informar que a cultura negra é um patrimônio cultural brasileiro, além do carnaval e do esporte”, salientou.

Após o debate, Sobral fará o lançamento dos livros “Amar Antes que Amanheça” e “Não Vou Mais Lavar Pratos”, ambos de sua autoria.

Lirismo em tempos de ditadura

“Amor em Tempos de Ódio - Uma Leitura Lírica dos Tempos da Ditadura” é o tema da palestra que o escritor londrinense Eduardo Baccarin Costa irá ministrar nesta quarta-feira (11), às 19h, também como parte da programação do Londrix. A atividade tem entrada franca, e será realizada no Museu Histórico de Londrina.

Serão abordadas obras de autores brasileiros como Thiago de Mello, Chico Buarque e Vinicius de Moraes. A palestra também incluirá análises de obras do chileno Pablo Neruda e do português Antônio Lobo Antunes.

O lirismo a que se refere a atividade está intrinsicamente atrelado a uma forma de resistência num período cruel. “O lirismo serviu como uma espécie de militância contra a violência brutal de uma ditadura, que mata, tortura e cerceia palavras”, diz Baccarin Costa.

De acordo com o material de divulgação, “Brasil e Portugal viveram ditaduras sanguinárias e bélicas no século XX. O longo período monocrático de Salazar (1926-1974) e as Ditaduras Civis (1930-1945) e Militar (1964-1985) silenciaram não só opositores, mas toda forma de expressão artística, cultural, científica. A palavra foi sequestrada. A criatividade e resistência, não. Para isso metaforizar foi a forma com que muitos autores driblaram para se manifestar politicamente. E a poesia lírica foi um caminho”.

Na sequência, haverá o pré-lançamento do livro “O Homem do Tempo”, escrito por Eduardo Baccarin Costa.

Breves biografias

Cristiane Sobral é carioca e vive em Brasília. Multiartista, é escritora, atriz e professora de teatro. Bacharel e Licenciada em Interpretação e Mestre em Artes (UnB). Tem 10 obras publicadas, sendo o mais recente o livro de contos “Amar antes que amanheça”. Dirigiu o grupo de teatro Cabeça Feita por 17 anos.

Publicou em diversas antologias nacionais e internacionais. Já palestrou e ministrou oficinas em Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, África do Sul, Colômbia e Equador. Em 2019, palestrou sobre literatura negra em nove universidades estadunidenses, inclusive Harvard. Nesse mesmo ano, foi jurada do Prêmio Jabuti, na categoria de contos.

Seu espetáculo mais recente é “Esperando Zumbi”, que fez temporada no Brasil e em Moçambique, em 2019. Em 2022, participou como dramaturga formadora do Ciclo de Dramaturgia CPT-SESC – SP.

Eduardo Baccarin Costa é professor, poeta, escritor e produtor cultural. Doutorando em Letras pela Universidade Estadual de Londrina, estuda a literatura produzida durante as ditaduras de Brasil e Portugal no século vinte. Tem nove livros publicados (quatro romances e cinco coletâneas de poesia) e quatorze livros no prelo (doze romances, uma coletânea de contos e um de poemas), além de quatro peças teatrais inéditas.

Venceu por quatro anos consecutivos o Concurso da Editora Leia Livros na categoria “Prosa”, com os romances “O Solitário do 406” (2018), “ Um Som Diferente” (2019), “Liberdade Condicional” (2020) e “O Homem do Tempo” (2021). Classificou-se em primeiro lugar no Concurso Outras Palavras, da Secretaria de Cultura do Estado do Paraná, na categoria Romance, com o livro “Apenas Três Palavras” (2020). Ficou em segundo lugar no Prêmio Literário Uirapuru 2021, na categoria dramaturgia, com a transposição do texto do romance “Liberdade Condicional”, para o teatro.

Ocupa a cadeira 39 da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina.  Ministra cursos de oratória e escrita criativa.

O Festival Literário de Londrina/LONDRIX tem patrocínio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PROMIC).

A realização é da Atrito Arte Artistas e Produtores Associados (AARPA). O evento conta com parceria da Universidade Estadual de Londrina, via Museu Histórico de Londrina e Atrito Arte Editora. Apoio Cultural: Cultura Inglesa de Londrina.

Antônio Mariano Júnior/Asimp

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.