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Alguns termos popularizam-se, incorporam-se ao nosso vocabulário e às vezes nem nos damos conta de onde surgiram. Os chamados neologismos comprovam a mutação constante da língua falada e escrita e a morfologia é o estudo para entender suas origens. 

Alguns termos utilizados pela população brasileira carregam, inclusive, conotações pejorativas e são consideradas, por uma parcela mais engajada politicamente da população, como termos preconceituosos. É o caso de judiaria, hoje utilizada para designar algo que é ruim, uma pena que tenha acontecido. 

“Olha que judiaria o que aconteceu com o fulano”, pode ser ouvida em uma roda de fofoca sobre alguém que viveu um infortúnio. Judiaria eram vilas que os judeus migrados à península ibérica (que compreende Portugal e Espanha) eram forçados a morar no entre os anos antes de Cristo até o século XV depois de Cristo. As judiarias foram abolidas posteriormente, mas o termo permaneceu na língua como algo negativo.

Outros termos carregam uma origem bastante interessante. Assim, sadomasoquismo é uma forma de prazer sexual conhecida do povo e abrange seguidores de uma pequena parcela da população. Trata-se da busca do prazer por meio de agressões físicas. Uma espécie de antítese do sexo tântrico, por exemplo, cujo prazer sexual é alcançando por meio de massagens e relaxamento.

O sadomasoquismo é uma união de dois termos: o sadismo e o masoquismo. Define o dicionário online de português sobre a palavra: “Psicopatologia. Perversão sexual definida pela junção de sadismo e masoquismo. Etimologia (origem da palavra sadomasoquismo). De sádico sado + masoquismo”

Marquês de Sade

O termo sadismo foi incorporado à cultura mundial no século XIV. É curiosa a forma como surgiu: tem a ver com o Marquês de Sade, escritor e aristocrata francês, que teve uma vida marcada por loucuras sexuais, obras revolucionárias que chocaram a sociedade na época, envolvimento com mulheres e homens (algo de difícil compreensão social na época). 

Sade foi o autor de “Os 120 Dias de Sodoma”, livro publicado no final do século XVIII. A história retrata quatro aristocratas e quatro prostitutas que reuniram 36 jovens em um castelo no meio da floresta para orgias, abusos sexuais, torturas e com o fim assassinato.

A obra causou espanto à sociedade e revelou a personalidade do Marquês de Sade, um homem que foi preso pela monarquia francesa e também por Napoleão Bonaparte pelo comportamento libertino que manteve ao longo dos 74 anos de vida.  

Sade teve uma vida marcada por escândalos sexuais, com atos que hoje em dia certamente estariam classificados como sadismo: em envolvimento com prostitutas, chegou a envenená-las, fazê-las praticar atos sexuais sacrilégicos, orgias, teve um caso com a cunhada e passou pela prisão várias vezes a mando da sogra.

Além de 120 Dias de Sodoma, Sade produziu ensaios sobre o comportamento libertino que regrou sua vida. Sade nasceu em Paris no dia 2 de junho de 1740 e morreu em uma cidade do interior da França, em 1814. Sua vida e sua obra ainda hoje é objeto da filosofia e psicologia.

Nobre Masoch

Masoquismo também foi um termo cunhado, desta vez pela psicologia, de um comportamento de um nobre europeu. Refere-se ao escritor e jornalista austríaco Leopold von Sacher-Masoch, nascido em 1836 e morto em 1895. Durante a vida, Masoch, filho de uma nobre ucraniana, caracterizou-se por uma figura humanista, autor do livro “A Vênus de Peles”, em 1869, sua obra mais famosa.

No livro, Masoch relata um casal em que o homem se torna escravo da mulher, na busca por maximizar o prazer sexual. Na narrativa, o personagem é chicoteado e torturado pela mulher, simbolizando a dominação como forma do prazer. 

Padrão sexual

Na contramão do sexo sadomasoquista está o sexo tântrico, forma de relaxamento na busca pelo prazer sexual, sem que haja necessariamente o ato em si. 

O sexo tântrico surgiu do tantra, técnicas de meditação da vida que incluem a atividade sexual. A filosofia propõe uma conexão que gera o orgasmo sem que necessariamente haja a penetração. Na década de 1980, uma norte-americana criou uma filosofia sexual que engloba os conceitos do tântrico ao sadomasoquismo, chamado de Urban Tantra, uma fusão da aura zem tântrica com a violência do sadomasoquismo.

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