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A oficina “Tupi or not to be: antropofagia e modernismo” conta com patrocínio da Secretaria de Cultura; iniciativa de Renato Forin Jr. terá seis encontros virtuais entre 11 de fevereiro e 18 de março

Conhecida pela cultura potente e pelos traços modernistas de sua arquitetura, Londrina prepara uma festa para comemorar o centenário da Semana de Arte Moderna, integrando o calendário dos 70 anos da Biblioteca Pública de Londrina. Terá início, no dia 11 de fevereiro, o projeto Bibliocircuito, que em sua edição de estreia terá o título “A Vacina Antropofágica” (expressão criada por Oswald de Andrade no Manifesto Antropofágico, 1928).

A primeira atração ao público será a oficina “Tupi or not to be: antropofagia e modernismo”, com o pesquisador, dramaturgo e jornalista Renato Forin Jr. As inscrições são gratuitas e estão abertas até o dia 10 de fevereiro, pelo link https://forms.gle/w13k6irNHajXBqDb6.

Nos seis encontros virtuais, Renato Forin Jr. convida para um banquete que começa nos rituais tupinambás do séc. XVI e chega às devorações estéticas contemporâneas. “A oficina é um mergulho na Antropofagia enquanto conceito que magnetiza os preceitos fundamentais da Semana de Arte Moderna e se mantém como força magnética em obras contemporâneas. Vamos fazer um banquete on-line pra devorar biscoitos finos da cultura brasileira, de Adriana Calcanhotto a Mário de Andrade, de Tarsila do Amaral a Zé Celso”, antecipa.

O professor detalha que o curso vai discutir como os modernistas reinterpretam o ritual tupinambá no sentido cultural e chegam a esta que é, nas palavras de Augusto de Campos, a “única filosofia original brasileira”. A Antropofagia é das heranças mais potentes que os modernistas legaram às manifestações artísticas de todos os tempos e à interpretação do Brasil.

Com carga horária de 20 horas, entre encontros síncronos e atividades assíncronas, a oficina “Tupi or not to be: antropofagia e modernismo” será realizada até 18 de março – semanalmente, às sextas-feiras, das 19 às 21 horas. As ações irão ocorrer no formato virtual, pela plataforma Google Meet.

A oficina é voltada ao público em geral a partir de 15 anos e especialmente a artistas ou estudantes de Letras, Artes Visuais, Teatro, Dança, Performance, Música, Circo, entre outras.

A participação nos encontros virtuais oferece a possibilidade de integrar as próximas etapas do projeto Bibliocircuito, com a segunda e a terceira doses da “Vacina Antropofágica”: as oficinas práticas de artes visuais, de artes performativas e de criação literária, e uma ocupação multiartística da Biblioteca Pública de Londrina, fomentando um circuito específico de arte e cultura a partir desse equipamento público.

Bibliocircuito

Patrocinado pela Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic), o projeto Bibliocircuito é realizado pela APD – Associação dos Profissionais de Dança de Londrina e Região Norte do Paraná. As ações serão vivenciadas em espaços da Biblioteca Pública de Londrina, como parte das comemorações dos 70 anos da instituição.

A programação será desenvolvida ao longo do primeiro semestre de 2022 e inclui oficinas, palestras, intervenção/instalação e atrações artísticas, com curadoria da pesquisadora e bibliotecária Sueli Bortolin; do professor e pesquisador Márcio Carreri e de Renato Forin Jr.

Sobre a oficina Tupi or not to be

Para Augusto de Campos, a Antropofagia é “a única filosofia original brasileira”. Para Oswald de Andrade, é o movimento que “salvou o sentido do Modernismo”. Esta oficina é um banquete antropofágico sobre os sentidos de brasilidade que a Semana de Arte Moderna comprou e que o Movimento e o Manifesto de 1928 colocaram à mesa. Uma comilança que começa no ritual tupinambá – o terror dos viajantes do século XVI – e que se torna inspiração para as ruminações dos poetas concretos, dos compositores tropicalistas, dos cineastas novos, dos performers da contracultura e por artistas vários até os nossos dias. O prato principal fica por conta da poesia e da prosa modernistas.

O curso tem como objetivo compreender a antropofagia como uma potencial interpretação autocrítica do Brasil e lançar as bases para refletirmos sobre o destino do país. Neste sentido, o curso pode ser acompanhado tanto por pessoas com interesses estético-filosóficos mais amplos ou por artistas de várias linguagens que desejam atravessar suas obras pelo sentido da devoração. No centenário da Semana de Arte Moderna, qual é a nossa fome?

O ministrante

Renato Forin Jr. é jornalista, dramaturgo, diretor teatral, com mestrado e doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Londrina. Realizou doutorado sanduíche no Institut d’Études Théâtrales, da Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3 (França). Publicou o livro-CD “Samba de uma noite de verão”, contemplado no Prêmio Jabuti 2017 e, mais recentemente, no Prêmio Outras Palavras, do Paraná.

É membro-fundador do Agon Teatro, grupo de pesquisa sobre encenação contemporânea. Dentre suas dramaturgias, “OVO” recebeu os Prêmios Literários do Pará e está sendo vertida para o francês pelo projeto Nova Dramaturgia Francesa e Brasileira. Traduziu e publicou, pela Editora Cobogó, a peça “Homens que Caem”, de Marion Aubert. Desde 2013, é coordenador de comunicação e um dos curadores do Festival de Dança de Londrina.

NCPML

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