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Oficinas gratuitas terão início no próximo sábado (12), no Jardim Nossa Senhora da Paz; projeto recebe apoio do Promic e das secretarias de Políticas para as Mulheres e de Assistência Social

Com o objetivo de reunir mulheres e pessoas trans em torno do teatro, dando foco às suas próprias trajetórias pessoais, o projeto Marcas no Corpo, criado pelas atrizes Renata Santana e Nathalia Viveiros, dará início a um novo ciclo de oficinas de teatro no próximo sábado (12). As oficinas serão divididas em turmas de iniciação, nos Jardins Nossa Senhora da Paz (região oeste) e Flores do Campo (região norte), e de aprofundamento, na Vila Cultural Canto do Marl, localizada na Avenida Duque de Caxias, 3241. Todas as atividades são gratuitas e voltadas para mulheres e pessoas trans.

O projeto recebe apoio da Prefeitura de Londrina, por meio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic), e das secretarias municipais de Assistência Social (SMAS) e de Políticas para as Mulheres (SMPM). Sobre o apoio da SMPM, a secretária da pasta, Liange Doy Fernandes, destacou a relevância do projeto para o seu público-alvo. “O projeto possibilita a reflexão sobre o cotidiano das mulheres sob a perspectiva das próprias mulheres. É importante para aquelas que se encontram no processo de superação da violência, pois as oficinas possibilitam a troca de experiência entre as participantes”, observou.

A primeira oficina será no próximo sábado (12), a partir das 16h, com uma turma de iniciação na praça do bairro Jardim Nossa senhora da Paz, onde serão realizados 10 encontros, sempre aos sábados e neste mesmo horário. No Jardim Flores do Campo, também serão 10 encontros realizados aos sábados, às 10h, com início na próxima semana, no dia 19 de março. Já na Vila Cultural Canto do Marl, os 30 encontros se darão às terças e quintas, às 18h30, com início no dia 15 de março.

As inscrições podem ser feitas antecipadamente, pelo WhatsApp (43) 9618-3824 ou via Instagram (@asmarcasnocorpo), bem como presencialmente no momento da oficina, onde as pessoas receberão uma ficha de inscrição breve para inserir seus dados. Para se inscrever, é necessário ter acima de 16 anos de idade. Quem não puder comparecer no primeiro encontro, poderá se inscrever nos seguintes.

A atriz e criadora do Marcas no Corpo, Renata Santana, explicou o motivo da escolha pelas regiões do Flores do Campo e da Nossa Senhora da Paz. “A ideia de chegar nas comunidades é de proporcionar o acesso a esses bens culturais, a essas experiências artísticas das mulheres que vivem nas periferias e que, geralmente, não têm acesso à produção cultural. Não são tantas oficinas e atividades que chegam nas regiões periféricas da cidade. Escolhemos esses dois territórios por já termos contato com grupos e coletivos organizados dos territórios”, explicou.

Santana também destacou a dificuldade enfrentada pelo projeto durante a pandemia, o qual agora retoma suas atividades com o apoio do Promic. “A pandemia tem sido um período muito difícil para nós como artistas e também para o coletivo. Muitas das nossas praticantes não têm acesso fácil à tecnologia, então não faria sentido transformar a oficina toda em formato remoto, porque perderíamos o nosso público-alvo, que são as pessoas dos territórios periféricos e, com isso, temos nos desdobrado. Agora, com esse fomento do Promic, conseguimos nos rearticular para continuar as oficinas e, quem sabe, num futuro próximo, possamos tornar o nosso  projeto mais estratégico. Nosso objetivo é fortalecer as mulheres, as pessoas trans, para que todos nós consigamos, cada vez mais, acesso, respeito, direito e espaço”, contou a organizadora do Marcas no Corpo.

Sobre o projeto 

Formado em 2018 pelas atrizes Natália Viveiros e Renata Santana, o coletivo Marcas no Corpo atua nas áreas de teatro, performance e educação. Ao longo desses anos, já foram realizadas nove oficinas de iniciação e duas oficinas de aprofundamento na linguagem do teatro, sempre gratuitas e voltadas para mulheres e pessoas trans da cidade de Londrina. 

“Toda a nossa criação cênica parte da historicidade de cada participante. Então, sempre promovemos um espaço de escuta, de troca, de partilha, para que seja possível um mergulho nessas memórias e narrativas pessoais, e, a partir disso, possamos construir a nossa criação cênica”, detalhou Renata Santana.

A atriz também explicou a diferença entre as oficinas de iniciação e de aprofundamento. “Nas oficinas de iniciação, fazemos um trabalho coletivo, de fortalecimento do território, das mulheres do território e das redes que existem lá. Também é um processo de contribuir para promover a reflexão crítica sobre o contexto sociocultural das participantes, o lugar onde elas estão, como se dão as relações ali, como isso afeta o corpo, o movimento e a expressividade. No caso da oficina de aprofundamento, também  passamos essas questões que disparam reflexões críticas, mas a oficina de aprofundamento tem uma perspectiva de apresentar, de maneira mais sistematizada, a pesquisa cênica. Na oficina de aprofundamento, além de trabalhar exercícios, jogos e teatro, dança e improvisação, também vamos trabalhar com elementos da performance arte e questões relacionadas ao feminismo, ou seja, nesta ação conseguimos desenvolver um pouco mais as ações do coletivo”, descreveu Santana.

Samir Kadri/NCPML

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