O evento acontece hoje, 21, às 20h30min, no Canto do Marl (Duque de Caxias, 3241), em Londrina.
Um dia, uma sereia que cantava parou. Foi-lhe imputada, desde então, a sentença do silêncio ou a certeza da morte. Todos os dias, outras foram silenciadas, penduradas como ramalhetes de peixe, no anzol.
Eram sereias! Sereias mortas por facas, anzóis, tiros, ofensas e doenças propagadas em escala farmacêutica. A cada dia minadas, exauridas, esfarrapadas, exploradas, deveriam passar invisíveis ou morrer tentando existir. Foram ficando doentes, sim, mas nunca foi de nascença. E então foi preciso dizer, das violências... Do apito que soa, dos corpos que caem...
Foi preciso morrer cortina pra nascer SaiaS, e gritar pro mundo o que a gente sente quando o mundo grita com a gente. Para não sermos mais invisíveis! Nem pelo que somos, nem pelas marcas que carregamos, nem pelo que fizeram conosco.
E para que a vida não acabe enquanto a gente ainda sente, seremos poesia bomba!
Sinopse
Era uma carretilha de pesca, um vestido de festa e uma mesa de jantar. Era alguém buscando (re) existir no mundo. Gritar de volta pra ele o que ele grita com a gente. Para que os invisíveis se vissem. E pra falar dos partos, fardos, marcas... E da cachorra do delegado...
Ficha Técnica
Ator: Rafael Avancini (Cia. Teatro de Garagem, Cia. Translúcidas, Tricantumconto e Cia. Delas).
Dramaturgia: Rafael Avancini, à partir de textos surgidos em improvisos com processos de dramaturgia da lembrança, colagens com trechos de autores como Guimarães Rosa, João Doederlein, e do próprio ator, além de fragmentos das canções: “Quebradeira de Coco” (Roque Ferreira); “Sereia” (Rubinho do Vale); e “Rio com Rio”, de Luan Valero – Cia. Boi Voador (relida em nosso espetáculo).
Música para ambientação e entrada do público: Oriki de Oxum, Projeto Axial.
Criação: Rafael Avancini
Olhares e orientações: Rogério Francisco Costa (Orientação em Iluminação Alternativa), Gustavo Bertin (Orientação em Manipulação de Objetos), Luan Valero (Orientação em Dramaturgia e Cultura Popular); Aguinaldo Moreira de Souza e Ana Karina Barbieri (Processos de improvisação com a Dramaturgia da Lembrança).
Cenário: Rogério Francisco Costa, Rafael Avancini e Daniele Stegmann e Luis Rossi.
Concepção de Cenário: Rogério Francisco Costa
Figurino: Rafael Avancini (com contribuições de Rogério Francisco Costa e Josyane Barandão e Herbert Proença).
Operadora de Luz: Daniele Stegmann
Artista Gráfica: Daniele Stegmann
Maquiagem e operação de áudio: Melissa Campus
Preparação Física: Melissa Campus
Registro Audiovisual: Fagner Bruno de Souza e Lucas Godoy
Agradecimentos: Às manas da Cia. Teatro de Garagem (Herbert Proença, Everton Bonfim, Danilo Lagoeiro, Melissa Campus, Laura Lago e Pedro José); da Cia. Translúcidas (Herbert Proença, Melissa Campus, Linnaê Melo, Daniele Stegmann, Maria Rita Moreira); do Tricantumconto (Pedro Maluf e Camila Taari); da Cia. Delas (Valéria Barreiros, Flávia Carvalhaes, Linnaê Melo, Maria Rita Moreira, Aline Cabral, Ruth Piveta, Mauren Picelli); do MARL (Movimento dos Artistas de Rua de Londrina); da Casa BeechaT (Bruno Garcia, Juareza Barbosa, Linnaê Melo e Melissa Campus); e aos amigos Mariana Barbosa, Christiane Lemes, Eduardo Borghi, Edna Aguiar, Josemar Lucas, Ana Paula Berehulka, Nós Clandestinas. À Joana Darc da Silva Avansini, Orlando Avansini, Ozanir Gomes, Jacira Delinda Dantas e João Gomes da Silva, e aos outros que me habitam, e da onde eu venho.
Para mais informações: espetaculosaias@gmail.com
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