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O Samba Londrina, um dos mais tradicionais eventos de promoção do samba na cidade, chega à sua 100ª edição em outubro e comemora no dia 11 com o show “Samba de Mallandro”, onde o convidado especial é o sambista Ytallo Bezerra, filho do inesquecível Bezerra da Silva. Ytallo canta uma seleção de sambas do pai e sucessos de outros sambistas, como Jovelina Pérola Negra, Beth Carvalho, Fundo de Quintal, Roberto Ribeiro e Martinho da Vila. A 100ª edição do Samba Londrina acontece no Chaplin Music Bar, na Avenida Maringá, 1655. As atrações começam a partir das 17 horas. Ytallo sobe ao palco às 21 horas, acompanhando do grupo londrinense Cocada Boa.

O começo, em 1999

Um nome em especial responde pela duração e pelo sucesso do Samba Londrina: o músico e produtor cultural Marcos Ferreira de Souza, o Marquinhos do Pandeiro. Marquinhos conta que tudo começou em 1999, quando faltavam opções de samba nos bares, restaurantes e pontos de encontro em Londrina. “Procuramos proporcionar um espaço de encontro para reunir quem gostava de samba. A ideia era fomentar uma comunidade de pessoas em torno do samba”, diz Marquinhos.

Os primeiros encontros aconteceram onde hoje é a Vila Cultural Kinoarte, reunindo cerca de 60 pessoas, mas em 6 meses o espaço ficou pequeno, levando ao primeiro encontro que levou o nome de “Samba Londrina”, na Chácara Campari, próxima ao Estádio do Café. A primeira edição oficial teve público de 300 pessoas e depois dela o Samba Londrina aconteceu em vários pontos, como no antigo Boi Tatá, no Santo Ponto, em várias chácaras, no Grêmio Operário, no Clube Canadá, no Londrina Country Clube no Parque Ney Braga. Nos anos recentes, o Samba Londrina vem acontecendo no espaço do Chaplin Music Bar.

Recebendo atrações do samba

Nas quase 100 edições, o Samba Londrina tem proporcionado ao público o contato com nomes e grupos importantes do cenário do samba brasileiro. Já passaram pelos palcos do evento Lecy Brandão, Arlindo Cruz, Salgadinho, Reinaldo, Grupo Sensação, Marquinhos Satã, Grupo Compromisso. As atrações mais recentes foram Cassiana Belfort, filha de Jovelina Pérola Negra, que fez um show recordando os principais sucessos da mãe, e a dupla paulista Prettos, formada pelos irmãos Magnu Sousá e Maurilio de Oliveira.

Marquinhos do Pandeiro conta que sua ação para conseguir movimentar o cenário do samba e trazer convidados especiais depende de ficar ligado ao que acontece no mundo do samba, principalmente no Rio de Janeiro, principal centro do samba brasileiro. “Minhas caminhadas por aí dão resultados, principalmente no bairro da Lapa, no Rio”, comenta.

Marquinhos, uma história de vida no samba

Marquinhos do Pandeiro tem sua história ligada intimamente ao samba londrinense. Nascido na cidade paulista de Presidente Prudente, veio para Londrina com quatro anos, em 1979, e foi morar no Jardim do Sol. Com a casa próxima aos ensaios da Escola de Samba Unidos do Jardim do Sol, Marquinhos não saía de lá. “Eu via o pessoal tocando e comecei a tocar pandeiro também, com 9 anos. Aos 11 anos eu já tocava na noite londrinense, no grupo Quarteto do Samba, formado por integrantes da Unidos do Jardim do Sol”. Outro personagem importante ligando Marquinhos ao samba é o conhecido músico londrinense Tigrão, com quem tocou em Cascavel e depois na Casa de Samba Tigrão. De lá, Marquinhos passou a tocar nas principais casas de show da história da cidade onde o samba teve acolhida, como a Esquina do Samba, o Kanangas Bar, o Castelinho, o Zero Grau e a Apoteose. O nome artístico “Marquinhos do Pandeiro” vem da origem de tudo, no Jardim do Sol. “Menino, eu andava com o pandeiro debaixo do braço e o Laércio, conhecido como “Bahia” me batizou como “Do Pandeiro”, o que é um motivo de orgulho”, conta.

Rafinha, embaixador do samba londrina

Os contatos de Marquinhos do Pandeiro com o cenário do samba contam com um apoio especial: seu irmão Rafinha, craque da bola, jogador consagrado do Bayern de Munique, recentemente convocado para a seleção brasileira. Acontece que outra paixão de Rafinha é justamente o samba e o pagode. O craque toca banjo, cavaquinho e percussão e, ao lado de Ronaldinho Gaúcho, frequenta o mundo do samba, de onde saíram muitos dos contatos que ajudaram na ponte do samba carioca com o Samba Londrina. “Eu também jogava bola” - comenta rindo Marquinhos, sobre a ligação da família com o samba e o futebol - “e o Rafinha ama o banjo, o cavaquinho e o samba tanto quanto ama a bola. Como o pessoal do futebol gosta muito do samba, principalmente Ronaldinho Gaúcho, essa ligação ajuda a fazer contatos”.

Critérios da programação do Samba Londrina

Marquinhos do Pandeiro procura programar o Samba Londrina com artistas de expressão, com história na cultura do samba, junto com grupos de pagode. Assim aproxima-se do público que está ouvindo a música mais comercial e mais divulgada na mídia e aproxima esse público do samba de raiz. “Costumo dizer que quem gosta do samba vai mesmo e quem não conhece o samba de raiz tem como conhecer. É assim que penso a programação”.

Perguntado se acha que o londrinense gosta de samba, Marquinhos não vacila em dizer que sim e que considera que para uma cidade que vive muito a onda do sertanejo universitário, o samba tem bastante espaço. “A gente quer ampliar a presença do samba, mas já conquistamos um espaço de respeito”, opina.

Valdir Grandini/Asimp

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