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“Sobre-Cidade”. É esse o tema da edição 2016 da Semana de Arte de Londrina, evento que acontece entre os dias 2 e 9 de abril. São sete dias ininterruptos de intervenções urbanas e oficinas gratuitas pela cidade. Artistas de todo o Brasil vêm a Londrina para ministrar atividades formativas e desenvolver, junto com os participantes, obras de arte públicas que ficarão expostas em todas as regiões do município.

A ideia do evento é que esses artistas contribuam, a partir de suas inquietações singulares, para refletir sobre a arte urbana no contexto local. Uma Semana, enfim, para que Londrina pense sobre o que é existir esteticamente na cidade.

Entre coletivos e artistas, dez convidados integrarão a Semana de Arte: Paulo Bruscky (Recife), TEC (Córdoba-São Paulo), Cripta Djan (São Paulo), Bil Lühmann (Florianópolis), David Magila (São Paulo), Hugo Richard (Niterói), Natali Tubenchlak (Niterói), Coletivo Cãosemplumas (Londrina), Xilomóvel (Campinas) e R.U.A. Fotocoletivo (Curitiba-São Paulo).

A abertura da Semana de Arte de Londrina acontece no próximo sábado (2), a partir das 17h, na Divisão de Artes Plásticas da UEL (Av. Juscelino Kubitschek, 1973). Nesse dia, uma feira livre de rua será montada na galeria da DaP, com barracas de frutas, comidas e a presença de músicos e outros artistas de rua de Londrina. Além disso, o pernambucano Paulo Bruscky irá realizar uma performance inédita, intitulada “Música”. Em seguida, Bruscky protagonizará um bate-papo com o público presente, falando sobre seu trabalho e sobre as intervenções urbanas que já realizou em mais de quatro décadas de carreira.

A Semana prossegue até o outro sábado (9) com oficinas gratuitas e algumas outras atividades. A programação completa está disponível no site www.semanadearte.com. Há vagas para oficinas de pintura mural, lambe-lambe, fotografia de rua e documental, arte e colecionismo, arte inflável e xilogravura. As inscrições devem ser feitas pelo telefone (43) 3322-6844. O número atende de segunda a sexta-feira em horário comercial.

A Semana de Arte de Londrina é uma realização do Grafatório em pareceria com a DaP-UEL, e conta com o patrocínio do PROMIC – Programa Municipal de Incentivo à Cultura.

Os convidados 

Todos os participantes da Semana de Arte de Londrina possuem a questão urbana como dado importante em suas reflexões e obras. A seguir, confira alguns detalhes sobre cada um deles.

Paulo Bruscky (Recife)
Arte postal, xerografia, performance, audioarte, intervenção urbana. O pernambucano Paulo Bruscky é veterano em experimentações nas mais diversas mídias. Desde que seu nome surgiu na cena artística brasileira, no fim dos anos 1960, Bruscky surpreende investigando meios e mensagens, com inventividade, humor e acidez. Suas intervenções na cidade de Recife marcaram sua carreira e, em mais de quatro décadas de atividade, o artista ganhou diversos prêmios e protagonizou inúmeras exposições no Brasil e em instituições estrangeiras, como MoMa (EUA) e Tate Gallery (UK).

TEC (Córdoba–São Paulo)
Argentino radicado em São Paulo, TEC faz da rua sua inspiração e suporte. O artista ampliou as possibilidades da arte urbana ao fazer pinturas gigantes no asfalto, explorando características da perspectiva e da distância. A arte de TEC instaura um dado contrastante na utilitária paisagem urbana: aquele ligado à poética infantil, expresso por meio de grafismos, estilo de traços e escolha de imagens. Conhecido internacionalmente em razão da exposição "De Dentro e de Fora", realizada em 2011 no Masp, as obras de TEC já circularam em diversas exibições no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. 

Bil Lühmann (Florianópolis)
O trabalho de Lühmann investiga coleções de coisas abandonadas, perdidas, obsoletas. O colecionismo, a reunião e a angulação do olhar é o que ressignifica esses objetos, dotando-os de um sentido inesperado, ainda que subjetivo. Nas cidades modernas, a coleta de objetos rejeitados sempre foi uma atividade recorrente. E é nesse ato de motivação variada que o artista encontra o procedimento para suas criações. Com mestrado em Artes Visuais pela UDESC, Lühmann já participou de diversas exposições coletivas pelo Brasil. Além das coleções, também desenvolve trabalhos em desenho, instalação e vídeos. 

David Magila (São Paulo)
Grande parte da obra de David Magila se apóia no desenho de observação. Seja em murais, desenhos ou telas, Magila transforma fotografias de lugares em algo diverso, que só pode existir enquanto representações evidentes. Explorando trechos estranhos de arquitetura urbana, o artista recria paisagens expressando sensações de inacabamento e distorção. Graduado em Artes Plásticas pela UNESP, David Magila já participou de várias exposições coletivas e de algumas individuais. É membro do coletivo paulistano BASE-V. 

Cãosemplumas (Londrina)
Criado em 2011 por quatro rapazes formados em Artes Visuais pela UEL, o Coletivo Cãosemplumas explora linguagens clássicas da arte urbana: a pintura mural, o lambe-lambe e o stêncil. Formado por Elias de Andrade, Rafa PS, Anderson Monteiro e Rafael Garcia, o coletivo já realizou diversas intervenções pelas ruas e festas de Londrina, além de ministrar oficinas frequentes em escolas e universidades. 

Cripta Djan (São Paulo)
Djan Ivson, ou Cripta Djan, é pixador e documentarista. Atuando em São Paulo, seus pixos ganharam notoriedade por frequentarem as alturas dos prédios e outros lugares pouco acessíveis. Sua dedicação ativista à pixação fez inclusive com que ele fosse reconhecido pelo "circuito oficial" de arte contemporânea. Cripta Djan participou de eventos na Fundação Cartier, em Paris, na 29ª Bienal Internacional de Arte Contemporânea de São Paulo e, mais recentemente, na7ª Bienal de Berlim. 

Xilomóvel (Campinas)
O Xilomóvel é um ateliê itinerante equipado com todo o material necessário para a prática da xilogravura. O projeto foi criado em 2009, concebido como uma manifestação artística e também como uma ferramenta educacional. O ateliê Xilomóvel (uma Veraneio 1976) já percorreu cerca de 20.000 km e mais de 40 cidades. Já desenvolveu trabalhos em parceria com o SESC/SP, Oficinas Culturais de São Paulo e outros órgãos de cultura, e recebeu três prêmios da FUNARTE. Atualmente é formado pelos artistas Marcio Elias, Luciana Bertarelli, Simone Peixoto e Thiago Fernandes.

Hugo Richard & Natali Tubenchlak (Niterói)
A dupla de artistas carioca é a responsável pelo Projeto Ambientes Infláveis. A proposta deles é intervir no ambiente urbano por meio de objetos estranhos, que modificam as paisagens, lugares e caminhos, alterando assim o cotidiano dos habitantes das cidades. Esses objetos estranhos são, invariavelmente, infláveis: ocupam lugar no espaço por meio do vazio. Além de trabalharem no Projeto Ambientes Infláveis, Hugo e Natali também atuaram juntos no Barracão Maravilha, espaço de arte contemporânea baseado no Rio de Janeiro, no bairro da Lapa. 

R.U.A. Fotocoletivo (São Paulo–Curitiba)
Os fotógrafos do R.U.A. (Registro Urbano Autoral) produzem imagens que se situam no campo do jornalístico e do documental. No entanto, a estética autoral confunde essas categorias, instalando a arte no meio do processo. Formado em 2013, no auge da chamada "Jornadas de Junho", a fotografia do grupo se volta sobretudo para situações de conflito, manifestações sociais e culturais. Hoje, o R.U.A. é formado pelos fotógrafos Rodrigo Zaim, Jardiel Carvalho, Tércio Teixeira, Isabella Lanave e Felipe Paiva.

Entrada livre

Mais informações: www.semanadearte.com

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