Se fosse possível definir em uma palavra a exposição que o professor Rogerio Ghomes abre neste sábado (31/03) em Curitiba, essa palavra seria saudade. A instalação “Donde estoy, estoy a te esperar!” começou num banco vazio em Buenos Aires e se transformou em um projeto aberto que foi agregando imagens de diversos espaços públicos captados em diferentes cidades do mundo como Madri, Londrina, Rio de Janeiro, Ponta Grossa, Curitiba, São Paulo e Londres. ”É uma coleção que tem várias possibilidades de configuração e cada vez é montada de uma forma diferente, com imagens inéditas”, explica o autor. O que não muda é o número de fotografias: são sempre 36 imagens, referenciando ao clássico filme fotográfico de 36 poses.
Cada imagem mostra um cenário com um banco vazio. Nas lentes do artista, elas traduzem sentimentos comums: a saudade e a solidão, assuntos recorrentes ao cotidiano contemporâneo.
Rogério lembra da primeira foto da coleção. “Eu estava em Buenos Aires participando do Encuentros Abiertos - Festival de la Luz, um trabalho bastante intenso. Quando tudo terminou, fui para um parque, num final de tarde e ali me bateu uma saudade de casa e das pessoas que eu gosto e não estavam comigo. Foi esse sentimento que norteou todo o trabalho, que é bem afetivo. Acredito que das experiências vivenciadas pelo artista sempre surgem novas possibilidades de criação”, explica.
Rogério Ghomes é artista paranaense, natural de Ponta Grossa, doutorando em Tecnologias da Inteligência e Design Digital na PUC SP, mestre em Design e docente do curso de Artes Visuais e coordenador de pós-graduação em Fotografia e Direção de Arte da Unopar. Seus trabalhos são caracterizados pelas séries, títulos criativos e a quase ausência de pessoas. Ele expõe desde 1988 e assina peças que integram coleções importantes como a Pirelli MASP, MAM-SP, MAC-PR, Fundação Cultural de Curitiba, Coleção Joaquim Paiva e Coleção McLaren-Ron Dennis.
A instalação “Donde estoy, estoy a te esperar” foi apresentada em Londrina pela primeira vez em agosto do ano passado e vai ficar até abril em Curitiba, na Galeria Ybakatu (nome indígena que significa “fruto bom”). Depois, a mostra vai para o Museu de Arte de Ribeirão Preto, em setembro.
A Galeria Ybakatu Espaço de Arte (Rua Francisco Rocha, 62 Lj.6 Batel – Curitiba) funciona desde 1995 com a proposta de mostrar arte contemporânea e realiza exposições individuais e projetos curatoriais com curadores convidados que abrangem a produção local, nacional e internacional.
(Asimp/Unopar)
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