A importância de manter a DRE em dia
Os lançamentos financeiros periódicos são fundamentais para garantir a saúde financeira da empresa
Toda pessoa que possui um negócio formal, não importando se pequeno, médio ou grande porte, tem algumas obrigações administrativas a cumprir para que o empreendimento funcione na legalidade.
Uma delas é a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício), escrituração contábil que registra o resumo financeiro dos resultados operacionais e não operacionais de uma empresa.
Trata-se de uma ferramenta de gestão simples, porém importante que permite verificar se um negócio está dando lucro ou prejuízo. Por lei, a documentação tem que ser feita anualmente. No entanto, algumas empresas optam por fazer mensalmente ou trimestralmente para tornar o processo ainda mais organizado e realinhar estratégias periodicamente.
Estrutura da DRE
Não existe um modelo único de DRE, depende da demanda e da preferência de cada empresa. Há uma estrutura básica que atende todas as situações.
O primeiro dado a ser informado é a receita bruta da empresa, ou seja, a soma de tudo que foi vendido naquele período.
Na sequência, vem os impostos relacionados às vendas que a empresa já pagou ou vai pagar.
O próximo item é a receita líquida, isto é, o resultado do cálculo da subtração entre a receita bruta e os impostos.
Logo depois entra o custo da mercadoria. Só entra aqui o custo dos produtos ou serviços vendidos.
Depois temos as despesas operacionais fixas, ou seja, o valor que a firma paga para manter seu funcionamento, independentemente do número de vendas.
Já as despesas variáveis ou despesas de vendas, são aquelas que a companhia realiza para efetuar a venda dos produtos.
O resultado operacional ou lucro operacional é o resultado direto das demais linhas. Tem ainda o campo de despesas e receitas diversas, que mostram positivos e negativos que não tenham relação direta com as operações da empresa como juros, multas e rendimento em aplicações.
A última etapa do demonstrativo é a que registra o resultado líquido do exercício: mostra o quanto que a empresa ganhou ou perdeu no período.
Mais do que uma obrigação legal, a DRE é fundamental para o sucesso do negócio porque permite uma análise detalhada das operações e da saúde financeira da empresa. Preencher os dados corretamente e não deixar as informações acumularem é muito importante para a tomada de decisões acertadas que vão garantir o sucesso e a longevidade do negócio.
DRE e Imposto de Renda
Não é só para a gestão que a documentação é importante. É também relevante para a declaração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica para aquelas empresas que atuam sob o regime tributário de Lucro Real, ou seja, aquele em que a tributação se baseia no resultado final da empresa no período de um ano.
Esse regime é obrigatório para empresas de grande porte, no entanto, alguns micro e pequenos empresários também optam por ele.
O Lucro Real considera a tributação por meio do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IPRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A tributação pode ser feita anualmente ou trimestralmente, dependendo da preferência da organização.
Portanto, na DRE, a empresa tem que discriminar a provisão para a Receita Federal. Deve calcular quanto irá pagar de Imposto de Renda para a Pessoa Jurídica naquele ano.
Normalmente, o Imposto de Renda sobre o Resultado Líquido é de 15%. Se o resultado ultrapassar R$ 20 mil por mês, o excedente é tributado em mais 10%.
Já a CSLL, que também tem que estar discriminada na Declaração de Resultados do Exercício, tem uma alíquota de 9% paras as pessoas jurídicas em geral e de 15% para aquelas que são instituições financeiras, seguros privados e de capitalização.
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