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Enquanto contratações do setor oscilam mês a mês, resultado comparativo com agosto de 2020 é de queda de 20%

Um cenário de diferentes performances, dependendo do período avaliado. Assim podem ser resumidos os números do mercado de trabalho paranaense divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) nesta manhã (29/9). A pesquisa revela que o estado abriu 21.973 novas vagas em agosto, sendo os setores de serviços (11.192) e comércio (5.737) os que mais contrataram. A indústria de transformação vem logo em seguida com 5.534 novas admissões. O resultado do mês é mais do que o dobro do saldo divulgado em julho. Porém, em relação a agosto de 2020, os números tiveram retração de 20%. No ano, a indústria acumula saldo de 42.786 novos postos de trabalho. Valor quase nove vezes superior do registrado no mesmo intervalo de 2020, que sofreu forte impacto do período crítico da pandemia. De janeiro a agosto do ano passado, o saldo foi de apenas 4.893 empregos gerados.

O desempenho do Paraná em agosto acompanha o verificado na indústria nacional, que teve saldo de 69.266 vagas abertas e, no ano, soma mais de 438 mil novas oportunidades no mercado formal, com carteira assinada. Na comparação com agosto de 2020, o país registra queda de 23%, já que na época foram mais de 90 mil postos abertos. “Quando analisamos mês a mês o resultado do mercado de trabalho na indústria estadual este ano, agosto foi o terceiro melhor resultado, perdendo apenas para fevereiro e janeiro, respectivamente”, analisa o economista da Federação das Indústrias do Paraná, Marcelo Alves. “Desde então, o Paraná vem registrando oscilações nas contratações mensais, enquanto a indústria nacional vem com resultado contínuo”, informa.

Segundo ele, isso pode se justificar por conta de que o Paraná teve uma recuperação mais rápida das demissões ocorridas no início da pandemia, com fortes movimentos de recontratações já no final do primeiro semestre do ano passado. “Agora já se desenha um cenário de crescimento, mas em um ritmo menos acelerado. Enquanto a indústria nacional ainda recompõe seu quadro funcional para repor o que foi perdido no período crítico”, avalia o economista. Ao olhar os dados da indústria paranaense no ano, o economista acredita que os números podem ser reflexo de fatores como a estrutura produtiva, o aumento da vacinação e o crescimento da produção industrial, que acumula alta de 16% em 2021. ”Setores que vem contratando mais são os que normalmente atuam com maior número de trabalhadores nas linhas de produção como confecções, alimentos, fabricação de produtos de metal. Quanto maior a retomada da demanda nestes segmentos, maior será o impacto na oferta de empregos”, resume.

Segmentos mais aquecidos

Em agosto, dos 24 setores avaliados pelo Novo Caged, apenas dois mais demitiram do que admitiram no Paraná. Artefatos de couro e calçados (-81) e fumo (-72). O campeão de admissões foi confecções e artigos do vestuário, com 780 novas vagas. Seguido por alimentos (766), fabricação de produtos de metal (569), móveis (509), minerais não-metálicos (412), borracha e plástico (335) e automotivo (334). De janeiro a agosto, o segmento alimentício lidera o ranking de novas contratações no estado, com 6.437 vagas preenchidas. Na sequência, vem confecções e artigos do vestuário (6.122), madeira (4.393), fabricação de produtos de metal (3.611), máquinas e equipamentos (3.218), móveis (2.835) e minerais não-metálicos (2.254). Apenas o setor do fumo fechou 64 vagas em 2021. “Tanto em agosto quanto no acumulado do ano, os sete setores que mais abriram oportunidades representam 67% do saldo total de novos empregos gerados na indústria de transformação paranaense”, justifica Alves. Para os próximos meses, não é possível garantir que o ritmo de empregabilidade se mantenha no estado. “É preciso avaliar o andamento da vacinação e de fatores macroeconômicos que mostram sinais de deterioração, além da manutenção no ritmo de produção nas indústrias até o fim do ano”, conclui.

Patrícia Gomes/Asimp/Fiep

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