Pandemia gera efeito no comércio eletrônico
Um dos setores menos afetados pela crise causada pelo novo coronavírus é o do comércio eletrônico. O isolamento social, o comércio fechado e o medo de andar pelas ruas estão impactando o setor e provocando crescimento nas vendas realizadas pela internet. Nos primeiros quinze dias de abril, as compras online subiram 29%.
Embora alguns produtos tenham total destaque, como o álcool em gel, que teve um aumento de quase 5000% nas vendas online, quase todas as categorias básicas venderam mais pela internet. No início de abril, os setores que tiveram maior aumento nas vendas foram os eletrodomésticos, com 96,7%.
A personal organizer Marcela Campos, que escreve no Guia55, explica esse aumento: “Com as pessoas passando mais tempo em casa, elas passam a perceber necessidades que antes não percebiam, e o tanto que alguns eletrodomésticos podem facilitar a vida quando estão isoladas”. Além disso, ela ressalta que o crescimento só foi maior agora porque nas primeiras semanas da crise, as pessoas ficaram mais preocupadas e investiram as economias em itens básicos, como alimentação e saúde.
Outro ramo que chama atenção é o da moda, que vendeu online 62,7% a mais do que na quinzena anterior. Com a população presa em casa, o simples ato de comprar roupas pela internet passa uma sensação de normalidade, como se estivessem andando pelo comércio e escolhendo as peças, o que ajuda a amenizar a pressão da quarentena.
Com todo o comércio eletrônico subindo vertiginosamente, as empresas estão tendo que se alinhar de maneira rápida. Muitas delas nem tinham presença virtual antes da crise, e agora estão tentando seguir os passos para ter um e-commerce de sucesso. A palavra é adaptação: em tempos de mudanças tão velozes, as empresas que souberem se moldar melhor serão menos impactadas pela crise.
Um bom exemplo disso é a grande rede de mercados Carrefour, que em apenas 15 dias tomou 240 decisões para aguentar a grande demanda online e o resultado foi visto: as vendas virtuais triplicaram.
Muitos consumidores, porém, tem ressalvas em comprar em grandes redes durante a crise, visando ajudar os pequenos empreendedores que mais sofrem com a pandemia. Com isso, o comércio eletrônico sofreu outra reviravolta. Se antes era dominado por grandes plataformas organizadas, com pagamentos virtuais e sites elaborados, hoje em dia qualquer anúncio nas redes sociais com um número de Whatsapp para realizar pedidos já é eficiente.
Prova disso é o número de pessoas que estão aproveitando o tempo livre e fabricando máscaras caseiras para angariar uma renda extra. Para esses novos autônomos, as vendas online também são a salvação – basta ver a quantidade de anúncios desse tipo nas redes sociais nos últimos dias, depois que Londrina tornou obrigatório o uso de máscaras para sair às ruas.
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