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Sindicato das Escolas Particulares defende retorno no início de maio, mas representantes dos professores são contrários. Preocupação é maior com a Educação Infantil

A Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara Municipal de Londrina se reuniu virtualmente, ontem (24), com representantes do setor educacional de Londrina. Em pauta estava a forma como as escolas públicas e particulares se preparam para uma possível volta às aulas. Inicialmente, as atividades em Londrina foram suspensas por decreto municipal até o dia 4 de maio, porém o retorno não está definido.

O presidente da comissão, vereador Amauri Cardoso (PSDB), disse que o momento é de planejar a retomada das atividades escolares com segurança, independentemente de quando isso ocorrerá. “Sabemos que ainda é muito cedo para falar de retorno. Quem definirá essa questão é o Coesp (Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública), criado pelo prefeito Marcelo Belinati (PP). Já o “como” voltar é algo que deve ser dito por nós, professores e profissionais da educação. Cabe a nós a participação nas estratégias de como voltar”, ressaltou.

Também participaram da reunião virtual outros vereadores integrantes da comissão: Eduardo Tominaga (DEM), vice-presidente, e Madureira (PTB), membro, além do presidente da Câmara, Ailton Nantes (PP).

A secretária municipal de Educação de Londrina, Maria Tereza Paschoal de Moraes, destacou que a data de volta às aulas na cidade é incerta e a decisão cabe exclusivamente ao Coesp, que reúne representantes do setor de saúde. Ela alegou que o município está honrando o pagamento dos Centros de Educação Infantil (CEIs) filantrópicos, apesar de as aulas estarem suspensas. A secretária explicou ainda que, das 34 mil famílias com crianças na rede municipal de ensino, 500 ainda não buscaram os kits com atividade escolares para as crianças realizarem em casa. “A secretaria tem trabalhado com plano de estudos dirigidos. Entregamos um kit para 15 dias, que vence dia 30 [de abril]. Acreditamos que, diante dos fatos, não retornaremos dia 4 de maio. Essa é uma resposta que não sei dar, porque não é de minha competência e sim do comitê”, argumentou.

André Cunha, presidente do Sindicato dos Profissionais das Escolas Particulares de Londrina e do Norte do Paraná (Sinpro) afirmou que a maioria das instituições privadas se adaptou ao trabalho à distância, principalmente no ensino superior e nos anos finais da educação básica (fundamental e médio). Contudo, ele garantiu que o impacto é maior nos setores administrativos e na Educação Infantil. Disse também que houve demissões nas escolas. Embora não tenha apresentado números, ele afirmou que a quantidade foi pequena diante do número de profissionais da cidade. “Pelo que a gente conseguiu verificar, os professores de Ensino Superior e de Educação Básica dos últimos anos não sofreram alteração salarial e de jornada, porque as coisas estão fluindo. Encontramos aspectos de mudança nos profissionais do setor administrativo. As instituições solicitaram suspensão de contratos e redução de jornada. Tivemos demissões, em especial dos profissionais em fase de experiência, embora tenhamos assinados acordos coletivos que garantam a recontratação”, explicou.

O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Norte do Paraná (Sinepe-NPR) informou que está montando um protocolo para retornar as atividades de forma escalonada e que deve submeter este material ao Coesp para justificar o retorno. Maria Antônia Fantaussi, presidente do sindicato, defendeu a volta às aulas no dia 4 de maio. Ela afirmou que a Educação Infantil foi a etapa mais impactada com a pandemia e que, após a abertura do comércio, diversos pais procuraram as escolas particulares relatando não ter com quem deixar os filhos. “Temos um percentual de famílias que precisa da escola. A verdade é que, se não abrir, muitos proprietários de escolas, principalmente da Educação Infantil, vão quebrar. A gente sabe que a prefeitura não tem como acolher a demanda de 0 a 3 anos”, argumentou.

A assessoria jurídica do Sinepe, Deborah Damas, detalhou que o plano que está sendo elaborado para reabertura das escolas segue normas adotadas em outros países, como a Alemanha. “Estamos falando em utilizar protocolos já publicados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) junto com a Unicef, que são específicos para área educacional. É possível retomar as atividades com segurança. Tem o risco de existir alguma contaminação? Tem, mas, de acordo com o protocolo que a gente está sugerindo, existirão as medidas a serem tomadas e essas medidas saíram de profissionais da saúde”, disse.

Surpresa

André Cunha, presidente do Sinpro, sindicato que representa os profissionais da educação privada, se disse surpreso com a proposta de volta às aulas durante a pandemia, principalmente na Educação Infantil. “Não sei se faz sentido a gente ter no ambiente escolar protocolos de convivência extremamente severos. A escola é muito mais do que uma empresa”, afirma.

Também presente à reunião, a presidente do Conselho Municipal de Educação de Londrina (CMEL), Simone Cristina de Farias, explicou que a entidade segue a suspensão das aulas decretada pelo município e que não pode se manifestar sobre um possível retorno às atividades. “Não podemos legislar sobre a volta porque a gente não tem autorização, nem decreto do prefeito que determine a volta para a sala de aula. Eu entendo a angústia das escolas particulares, do Sinepe, mas a gente vai ter que esperar essa definição do prefeito para poder se manifestar sobre essa volta ou não”, disse.

Asimp/CML

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