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O estudo é uma oportunidade para melhorar de vida e obter o crescimento pessoal e profissional. É esse o pensamento de muitos paranaenses que tiveram que parar de estudar e mais tarde viram na Educação de Jovens e Adultos (EJA) a oportunidade de retornar à sala de aula para recuperar o tempo que ficaram longe do ambiente escolar.

A Secretaria de Estado da Educação possui 97 Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos (Ceebjas), que atendem mais de 140 mil estudantes acima de 15 anos. Conta também com 245 escolas que ofertam a educação para jovens e adultos em diferentes regiões do Estado.

“A educação na modalidade EJA representa um recomeço para esses estudantes que voltaram à sala de aula porque não tiveram acesso à escolarização ou interromperam os estudos por alguma razão”, explicou a chefe do Departamento de Educação para Jovens e Adultos da Secretaria de Estado da Educação, Márcia Dudeque.

Crescimento pessoal

A rotina de estudo e trabalho é cansativa para muitos que decidem retornar às salas de aula depois de muitos anos afastados da escola. Mas o sonho de concluir os estudos serve como motivação para os estudantes. Foi o desejo de obter o crescimento pessoal e profissional que fez com que Antônio Marcos dos Santos não desistisse de concluir o ensino médio e ingressar no ensino superior.

Antônio, que é natural de São Miguel dos Campos, no estado de Alagoas, mudou para o Paraná em 1995 para trabalhar e viu no Ceebja Professora Maria do Carmo Bocati, em Cambé (região Norte), a oportunidade para voltar a estudar. “Eu andava para baixo, triste, e o Ceebja foi como um gás a mais em minha vida porque me incentivou a voltar a estudar”, disse. “Acredito que o estudo transforma nossa realidade e nos torna uma pessoa melhor”, frisou.

Antônio não se contentou apenas com o diploma do ensino médio e iniciou a faculdade de Letras. “O conhecimento é algo muito valioso do qual nunca podemos desistir”, lembrou Antônio. “Quero ser professor para transferir conhecimento”, disse.

Vida Profissional

Vanilde Aparecida Rodrigues Alves também viu no, retorno aos estudos, novas oportunidades de crescimento profissional. Ela conta que interrompeu a vida escolar aos 15 anos, devido à distância da fazenda onde morava da cidade mais próxima, a cerca de 22 quilômetros. “Meu pai não me deixava ir sozinha à escola porque só tinha ônibus à noite e era muito longe”, contou. Em 1996, Vanilde mudou para o município de Cambé, formou família e decidiu voltar a estudar.

Foi também no Ceebja Professora Maria do Carmo Bocati que ela retomou sua caminhada para concluir o ensino fundamental e médio. “Eu queria progredir”, disse. Foi então que Vanilde, com diploma em mãos, iniciou uma nova caminhada: ingressar no ensino superior. “Foi um período muito difícil, muito corrido. Via meus filhos à noite apenas, mas eu queria crescer, tinha o objetivo de ser professora”, revelou.

As adversidades não a impediram de concluir a faculdade de Pedagogia, a pós-graduação em Psicopedagogia, e de passar em concurso público. “Sem estudo ficamos parados no tempo. Estou muito feliz e hoje quero mais”, disse.

Segundo Vanilde, a motivação para continuar enfrentando as dificuldades diárias veio do incentivo que recebeu no colégio. “O Ceebja é um lugar para pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar na infância recuperarem o tempo perdido e seguir em frente. É um lugar que significa muito para mim porque sem essa oportunidade talvez eu não teria conseguido terminar o estudos e chegar aonde cheguei”, lembrou.

O Ceebja Professora Maria do Carmo Bocati atende em média 450 estudantes de 15 a 69 anos, de forma individual ou em grupos. De acordo com a diretora do colégio, Ivete Ribeiro Cerrato, o diferencial da escola é a proposta pedagógica de acolhimento aliada à qualificação dos profissionais. “Além de termos um quadro de profissionais preparados, trabalhamos para que os estudantes se sintam acolhidos e motivados a retomar e continuar os estudos”, disse.

Para frequentar

A Educação para Jovens e Adultos é ofertada para quem tem idade acima de 15 anos e já concluiu as séries iniciais do ensino fundamental. Ao fazer a matrícula, o aluno pode elaborar junto com a escola o calendário das disciplinas de acordo com a sua disponibilidade de horário. Com isso, o tempo de duração do curso varia de acordo com o cronograma elaborado pelo estudante.

Se o aluno cursar as disciplinas durante toda a semana, ele concluirá o ensino fundamental em dois anos, já para o ensino médio o tempo é de um ano e meio. Estrangeiros que desejam concluir os estudos também podem se matricular na EJA pelo critério de idade sem a necessidade de comprovação da documentação escolar.

Veja mais informações sobre a EJA: www.educacao.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=6091 

AEN

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