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A Secretaria de Educação tem como meta fazer o Paraná liderar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), conter a evasão escolar, valorizar os professores e fortalecer as redes comunitárias e a integração entre alunos, docentes, pedagogos, diretores e chefes de núcleos regionais. O desafio contempla um universo de 1,1 milhão de estudantes matriculados nas 2.143 escolas, 63 mil professores, 29 mil servidores e 200 mil aulas/dia.

Os objetivos foram detalhados pelo secretário Renato Feder na manhã desta terça-feira, durante reunião de secretariado dirigida pelo vice-governador Darci Piana, no Palácio Iguaçu. O governador Carlos Massa Ratinho Junior cumpriu agenda em Brasília. “Essas ações têm como meta devolver o protagonismo da Educação do Paraná no País”, afirmou Piana.

Feder explicou as principais ações da pasta nos primeiros meses de gestão, a missão proposta pelo governador Ratinho Junior e apresentou um panorama da Educação. Ele afirma que se todas as diretrizes forem aplicadas o Paraná volta a ocupar o primeiro lugar do ranking nacional de desenvolvimento educacional.

Para o secretário, o principal objetivo é melhorar a aprendizagem em sala de aula, o que passa necessariamente pela valorização dos professores, pedagogos e diretores. Uma das metas é garantir que os servidores usem o tempo e o conhecimento em razão dos alunos, não de questões administrativas.

“O professor é a estrela da Educação. Aqueles que estão em situação difícil, em salas complicadas, com alunos em defasagem, alunos desinteressados, precisam de apoio. E quem vai fazer esse papel é o pedagogo e o diretor. Hoje eles têm investido seu tempo em questões administrativas. Precisamos colocar o diretor em papel de apoio ao professor, à sala de aula. E a Secretaria e os núcleos têm que apoiar as escolas”, enfatizou Feder.

60 dias

Renato Feder afirmou que a Educação já começou a se transformar nesses 60 dias úteis com cursos de formação para 2.143 diretores, seminário temático para educadores dos 399 municípios do Estado, investimento em tutoria pedagógica e os programas Prova Paraná e Escola Segura.

A Prova Paraná é uma ferramenta para os professores avaliarem os níveis de aprendizagem e de recepção das matérias ensinadas em sala de aula. A primeira aplicação, no começo do mês, envolveu 600 mil alunos.

“A Prova Paraná é uma ferramente para o aluno e para o professor. Me surpreendeu muito a adesão nesse começo, com índice de 97% das escolas. O diretor vê as curvas de aprendizagem e os núcleos veem as escolas, o que falta para cada uma delas”, afirmou o secretário. A próxima aplicação, em junho, deve reunir 1 milhão de alunos nas redes municipal e estadual.

Feder também falou sobre o Escola Segura, uma ação conjunta das secretarias de Educação e Segurança Pública para colocar policiais militares da reserva em escolas estaduais. O programa reúne uma série de ações, treinamentos e medidas preventivas de segurança para alunos, pais, professores e a comunidade. O projeto-piloto começará em abril em 100 escolas de Foz do Iguaçu, Londrina e Região Metropolitana de Curitiba.

Aproximação

Outra ação já iniciada é a aproximação dos diretores e chefes de núcleos com as escolas. “Os núcleos têm uma série de profissionais e um trabalho administrativo muito forte. Nossa intenção é colocar os núcleos nas escolas, 80% do trabalho deve ser o acompanhamento pedagógico das escolas. Também para identificar que tipo de apoio, treinamento, formação, eles podem dar. Eles estão indo para as escolas muito mais do que no passado”, afirmou.

De acordo com o secretário, os gatilhos positivos visam combater os principais problemas atuais, que vão de quedas no Ideb à evasão escolar. De cada 100 alunos que começam o 6° ano do Ensino Fundamental, menos de 25 terminam o 3° do Ensino Médio sem reprovar ou evadir. Menos de 18% apresentam bons níveis de Português e apenas 7% em Matemática na saída do Ensino Médio.

Participações

Além de secretários, diretores e presidentes das empresas públicas, estiveram presentes os deputados estaduais Hussein Bakri (líder do Governo), Tiago Amaral e Wilmar Reichembach.

Trabalho integrado e avaliações para voltar ao topo do Ideb

Na avaliação dos anos iniciais, o Paraná oscila entre a 3ª e a 4ª posições. Nos anos finais, quando a prova é aplicada no 9º ano, o Estado aparecia em 6º com 4,05 no Ideb 2011 e caiu para 7º com 4,65 na avaliação de 2017, atrás de Goiás, Rondônia, São Paulo, Santa Catarina, Acre e Mato Grosso.

No Ensino Médio o gargalo é mais crítico. Em 2009 o Paraná liderava o ranking nacional com 3,92. O Ideb 2017 mostrou que o Estado caiu para 7°, com 3,66. Nesse período, oscilou entre 2° e 8°.

Segundo Renato Feder, o Estado objetiva voltar ao topo do ranking com esse trabalho integrado e com as avaliações periódicas da Prova Paraná. “A gente precisa aumentar o aprendizado significativamente. Os alunos do Ensino Médio, por exemplo, numa nota de 0 a 10, estão tirando 3,6. O Ideb vai medir essa intensidade, é um reflexo”, afirmou.

“Só é possível melhorar com boa aula, e boa aula só se consegue com material humano. O material humano do Paraná é muito bom. Ele precisa de reconhecimento quando está indo bem e apoio nas salas mais desafiadoras”, completou.

Secretário enumera ações para enfrentar a evasão

O Paraná também concentra altos índices de evasão escolar, explicados por questões demográficas e falta de interesse. Há dez anos o Estado contabilizava 1,7 milhão de estudantes matriculados. Atualmente são 1,1 milhão.

O secretário elencou como prioridades nesse aspecto o envolvimento das escolas e diretores com a comunidade, a necessidade de entendimento das especificidades de cada município e investimentos no ensino técnico.

“Que tipo de ação o Paraná toma quando o aluno falta três, quatro dias seguidos? É preciso avisar rapidamente e trazer esse aluno de volta. Passa pelo controle de frequência que estamos melhorando e também pelo papel do diretor da escola. Ele tem que tomar as rédeas e ir atrás dos alunos”, pontuou Feder.

A estratégia de fortalecimento da relação com os municípios também ataca a evasão. “Temos que apoiar aulas mais dinâmicas para atrair os alunos e os cursos técnicos e profissionalizantes do Ensino Médio. Precisamos oferecer cursos com aderência às demandas das comunidades. Um curso de enfermagem, turismo, radiologia, que se transforma em trabalho, pode atender a necessidade do aluno para ele ficar na escola”, completou.

AEN

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