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Informação é resultado do levantamento realizado pela APP/Londrina em parceria com projetos da UEL; dados mostram que pressão e excesso de trabalho viraram regra.

A APP-Sindicato de Londrina realizou, com o apoio de projetos de ensino/pesquisa/extensão da Universidade Estadual de Londrina (UEL), a pesquisa “Atividades escolares durante a pandemia e condições de trabalho docente no Paraná”. O relatório parcial que está sendo divulgado ontem, 9, confirma a preocupação de várias organizações e entidades que atuam na educação pública no Paraná: os estudantes não estão conseguindo participar e entregar as atividades on line.

Segundo uma das coordenadoras da pesquisa, a professora e doutora do departamento de Ciências Sociais da UEL, Ângela Maria de Sousa Lima, a pesquisa confirmou as hipóteses previstas. “A maioria dos estudantes não têm acesso as atividades on line. Os professores(as) estão trabalhando mais e sem um apoio efetivo para a realização das atividades”, disse.

Os dados obtidos demonstram que apenas 29,42% (49.093 estudantes) dos estudantes conseguiram entregar as atividades solicitadas pelos professores(as) em todo o estado. A análise das informações detalhadas demonstra uma situação ainda mais preocupante, 79,42% não conseguiram realizar nem 50% das atividades propostas. Os professores(as) que compõem a amostra atendem 166.865 estudantes.

A pesquisa contou com a participação de 596 professores(as) da rede estadual, de 61 municípios e 30 núcleos regionais de educação – NREs. Foram consultados(as) educadores(as) do Ensino Fundamental e Médio, de todas as modalidades de ensino e das disciplinas que compõem a matriz curricular.

Outro fator identificado na pesquisa e destacado no relatório parcial é a precarização das condições de trabalho dos docentes, na qual 93,6% dos professores(as) afirmaram que estão trabalhando a mais do que a carga horária semanal para orientar e corrigir atividades dos estudantes.

O secretário de assuntos jurídicos da APP Sindicato Londrina, Rogério Nunes da Silva, que participou da organização da pesquisa, destaca que, a situação encontrada é mais grave do que se imaginava. “Percebemos que existe muito desrespeito por parte da SEED/PR em não acatar o que foi decidido anteriormente pelo próprio governo que solicita o isolamento social (Decreto 4320/2020). Isso coloca as escolas em risco, provoca uma grande desorganização e faz com os tenhamos que trabalhar duas vezes”.

Os dados levantados mostram ainda que, 83,2% dos professores consideram que os materiais disponibilizados pela SEED/PR são insuficientes para ajudar no acompanhamento e na orientação dos estudantes. “O desenvolvimento do trabalho em tempos de isolamento social tem sido um exercício solitário”, declarou Silva.

Elsa Caldeira/Asiimp/APP-Londrina

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