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Ganhador da 6º edição do Prêmio Professor Rubens Murillo Marques, da Fundação Carlos Chagas, o projeto de ensino e pesquisa "Literatura, tecnologia e inclusão de deficientes visuais no ensino de História" ensina História Moderna para deficientes visuais a partir dos textos do escritor e dramaturgo inglês, William Shakespeare. As peças são narradas por alunos do curso de História da UEL para alunos do Instituto Roberto Miranda, de Londrina.

Coordenado pelas professoras Maria Renata da Cruz Duran e Ana Heloisa Molina, do Departamento de História, do Centro de Letras e Ciências Humanas, o projeto teve início junto com a disciplina Tópicos de Ensino de História Moderna, ministrada no primeiro semestre de 2015.

Nas aulas, os 20 estudantes do 4º ano de História se dividiram em grupos para gravar na íntegra peças de Shakespeare, disponíveis em domínio público. Para garantir narrações de qualidade, os alunos da UEL buscaram aprimoramento da entonação e impostação de voz, com o objetivo de melhorar a maneira de se expressar no momento de narrar as peças de William Shakespeare. Além disso, tiveram formação em Educação de Jovens e Adultos, e ensino de História para deficientes visuais.

Oficinas - Para os alunos do Instituto Roberto Miranda, de 17 a 70 anos, com diferentes níveis de deficiência visual, foram realizadas seis oficinas, sob responsabilidade dos alunos da UEL. Os temas das oficinas eram sobre as peças shakespearianas mundialmente conhecidas - Macbeth, Hamlet, Rei Henrique VIII, Mercados de Veneza, Rei Lear e Medida por Medida. Após a apresentação, os alunos do Instituto discutiam o tema de cada peça.

A escolha de Shakespeare, segundo a professora Ana Heloisa Molina, ocorreu em função das temáticas abordadas pelo autor, como história moderna, renascimento cultural e transformação do homem moderno. "Todos tratam de temas contemporâneos, porque Shakespeare escreve sua literatura de forma universal", explicou a professora.

Para enriquecer as oficinas, os estudantes também adotaram um recurso didático chamado de Mapa Tátil. Eles projetaram em grandes dimensões mapas do Reino Unido, além do rosto do escritor inglês, utilizando linhas, algodão, e ainda elementos olfativos (especiarias da época) para propiciar a imersão dos alunos na história.

"No início os estudantes sentiram receio e medo, mas foram muito bem acolhidos. Mais do que eles falaram sobre o teatro e de Shakespeare, eles ouviram o que os alunos do Instituto tinham a dizer. Para nós, professores, alunos da UEL, e alunos do Instituto foi um aprendizado muito grande", completou Ana Heloisa.

Prêmio - A entrega do Prêmio Professor Rubens Murillo Marques será realiza no próximo dia 18 deste mês, em São Paulo. Os vencedores serão premiados com R$ 20 mil, publicação na coleção Textos da Fundação Carlos Chagas, divulgação e troféu. O prêmio da Fundação Carlos Chagas tem como objetivo valorizar e incentivar projetos de ensino de professores de Licenciatura.

A professora Ana Heloisa Molina vai participar da solenidade de entrega do prêmio, também representando a professora Maria Renata, que está em pós-doutorado na Universidade Nova de Lisboa (Portugal). Elas irão dividir o prêmio, e parte do recurso será destinado à publicação de um e-book sobre o projeto, além da construção de um site.

"Mais que o prêmio, a possibilidade de publicar essa experiência de ensino e pesquisa com deficientes visuais é de grande feito. Desejamos que, em qualquer que seja a área, mais pesquisas assim sejam incentivadas", concluiu Ana Heloisa Molina. 

Agência UEL

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