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Os paulistas representam cerca de 20% dos selecionados no Vestibular 2021 e são, de longe, os que mais procuram a Universidade, tanto pela proximidade quanto por ser um estado muito populoso. Porém, há estudantes de muitas outras unidades da Federação, embora em menor número, como Piauí e Bahia.

A Universidade Estadual de Londrina (UEL) recebe a cada edição do Processo Seletivo Vestibular muitos estudantes de estados vizinhos, principalmente de São Paulo. Os paulistas representam cerca de 20% dos selecionados no Vestibular 2021 e são, de longe, os que mais procuram a universidade, tanto pela proximidade quanto por ser um estado muito populoso. Porém, há estudantes de muitas outras unidades da Federação, embora em menor número, como Piauí e Bahia.  

Na última edição do vestibular, cuja lista dos classificados em 1ª convocação saiu em 5 de junho, foram 2.289 convocados, sendo 31 estudantes de estados do Centro-Oeste e Nordeste, entre outros. Os estudantes paranaenses aprovados somam 1.888, e os paulistas, 370.

Com o sonho de conquistar uma vaga em um dos cursos de graduação da universidade, os vestibulandos de estados distantes se programam, guardam dinheiro, estudam e planejam durante um ano inteiro a mudança para Londrina. Em um cenário de pandemia, esse processo, já muito trabalhoso em tempos normais, torna-se uma verdadeira odisseia.

Foi por esse caminho de incertezas, porém de recompensas, que trilhou a ingressante do curso de Odontologia, do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Ayala Thaís Ribeiro Lopes. A jovem de 23 anos, moradora de Teresina, no Piauí, começou a cursar Artes Visuais na Universidade Federal do Piauí (UFPI), mas, antes de concluir o curso, viu-se em uma encruzilhada: sempre gostou das artes, mas não era mais feliz na área que havia escolhido. Decidiu, numa reviravolta, cursar Odontologia a 2.800 quilômetros de distância, no Norte do Paraná.

“No começo, ninguém entendeu nada. Eu já trabalhava com cultura, como tatuadora também, e um dia não quis mais”, diz a estudante. A preparação para voltar aos estudos em um cursinho se deu ainda antes da pandemia. Com o início do isolamento social, prosseguiu sozinha nos estudos pela dificuldade de acompanhar as aulas online. “Meu namorado, Renan, já estudava em Londrina, o que também me ajudou”.

Ayala seguiu 2020 nos estudos enquanto guardava dinheiro para a mudança para o Sul. Programou a viagem, reservou estadia, comprou passagens. Viu amigos desmoronarem pela pressão da aprovação e tentou, ao máximo, controlar a ansiedade. Com o agravamento da situação sanitária e a mudança da data do Vestibular 2021, de março para maio, viu-se novamente em apuros. “Tive que trocar as passagens e surgiram problemas com as escalas, porque precisava passar em Brasília antes. Foi difícil”, desabafa. Ao todo, conta que suas reservas foram canceladas seis vezes.

Em Londrina, a estudante conta que se deparou com um vestibular bastante acessível, do ponto de vista de um estudante em um cenário de isolamento social. “As mudanças na prova foram bem positivas e condizentes com o que os estudantes passaram”, afirma. A insegurança de sair do Nordeste para tentar recomeçar os estudos no Sul também passou logo de cara. “Tenho 49 tatuagens e pensei que isso, somado ao fato de vir do Piauí, fosse dificultar pelo preconceito, mas encontrei muitas pessoas acolhedoras”.

PEDRO, 19 – O calouro de Biotecnologia Pedro Henrique Pereira da Silva, 19 anos, também encontrou cenário adverso quando começou a fazer os cálculos da mudança de vida que pretendia fazer. Sair de Luís Eduardo Magalhães, cidade de 90 mil habitantes ao extremo Oeste da Bahia com destino a Londrina, 1.600 quilômetros de distância, exigia muito planejamento. Para isso, contou com a ajuda do primo, estudante de Programa de Pós-Graduação na UEL (mestrado), que o ajudou a conhecer a cidade e a se preparar.

“A minha região é muito conhecida pelo investimento do agronegócio, pelo plantio de milho e soja, assim como a região de Londrina, o que imaginei que seria importante para crescimento profissional. Foi um dos fatores para me inscrever”, afirma.

Nesse momento, começou a compra de passagens e os planejamentos, todos devidamente sabotados pela pandemia do coronavírus e as incertezas do futuro. “Tive que remarcar tudo. Fui até Brasília de ônibus e acabei voltando de ônibus também, sem poder viajar para Londrina. Foram 14 horas, ida e volta. Sem contar os custos”.

Depois da primeira mudança de data, decidiu se antecipar. Chegou a Londrina duas semanas antes para o exame. “Se fosse remarcado, eu ficaria. Aproveitei para conhecer a cidade e me adaptar. De cara, estranhei o frio”, comenta o estudante.

Pedro entrou pelo sistema de cotas para negros e participou de banca de avaliação da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), que atesta a veracidade das informações do candidato em uma entrevista.” Achei bastante importante, deram todo o apoio”, ressalta.

Há um mês do início das aulas, o estudante demonstra entusiasmo. Pesquisou sobre o curso – recentemente implantado na universidade, em 2020 – e não vê a hora de começar os estudos e interagir com a turma. “Estou ansioso para o início das aulas e bastante focado”, afirma.

Ensino, Pesquisa E Acolhimento

Para a responsável pela Coordenadoria de Processos Seletivos (COPS), Sandra Regina de Oliveira Garcia, a UEL vem se destacando como universidade acolhedora por seu desempenho nacional. “É uma instituição reconhecida nacionalmente por não dissociar ensino, pesquisa e extensão. A procura por estudantes de todo o País reforça o compromisso com a qualidade do ensino e a formação profissional e humana”, destaca.

Vestibular 2021

Vestibular 2021 ocorreu no dia 30 de maio e mobilizou mais de 16 mil candidatos de todo o Brasil. O resultado da 1º convocação foi divulgado na segunda-feira passada (05/06). O ano letivo começa em 2 de agosto.

Confira abaixo a quantidade de candidatos aprovados por estado:

PR: 1.888

SP: 370

SC: 11

MS: 7

GO: 4

MG: 3

MT: 3

RJ: 1

PI: 1

BA: 1

AEN

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