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A Universidade Estadual de Londrina (UEL) recebe neste mês os primeiros royalties advindos da transferência da tecnologia “novo método para detecção rápida de formaldeído em leite” ao setor produtivo. Esse é o primeiro caso de recebimento de royalties da UEL e foi intermediado pela Agência de Inovação Tecnológica da Universidade (Aintec), conforme prevê a Lei de Inovação.

A tecnologia, desenvolvida pelo Laboratório de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Lipoa) da Universidade começou a ser comercializada há menos de um ano graças à cooperação tecnológica entre a Instituição e a empresa Londrilab.

A transferência de tecnologia é uma das funções da Aintec, que possibilita aos pesquisadores da universidade inserirem no mercado produtos e serviços criados por eles dentro da UEL. “Este processo foi o primeiro inteiramente providenciado, realizado pela Aintec, o que demonstra a capacidade de conhecimento instalada na nossa Agência para dar pleno suporte às demandas semelhantes que virão”, declara a ex-reitora da UEL, Berenice Jordão – foi em sua gestão que a transferência foi realizada.

Como esse foi o primeiro caso da Agência, a equipe do Escritório de Transferência de Tecnologia (ETT) preparou tudo para que futuros licenciamentos também fossem possíveis. “Estudamos toda e legislação e as resoluções internas da UEL da falam sobre o tema”, explica a coordenadora do ETT, Isabela Guedes.

A Resolução do Conselho de Administração da UEL nº 251/2003, por exemplo, prevê a destinação de 10% do faturamento bruto resultante de comercialização do objeto da propriedade intelectual. De acordo com o contrato firmado entre a UEL e a Londrilab, o pagamento dos royalties é feito a partir da primeira comercialização e efetuado em base semestral referente às vendas brutas do semestre anterior.

Segundo Clodoaldo Trainotti, sócio da empresa, as primeiras vendas começaram 90 dias após a oficialização da transferência. “Nesse tempo levantamos os utensílios, equipamentos, embalagens, rótulos e documentação necessários para colocar o produto no mercado”, explica. Desde então, se passaram dez meses de comercialização que resultaram na venda de 60.600 análises que representa aproximadamente R$ 87.700 em valor bruto.

O produto

A tecnologia é vendida com o nome de FormolFree pela Londrilab em frascos de 100 e 250 ml. Cada miligrama representa uma análise que sai em torno de R$ 1,45. Com apenas uma análise é possível detectar a presença de formol em tanques (cerca de 10 mil litros) inteiros de leite.

O principal diferencial do produto, segunda a coordenadora do Lipoa, Vanerli Beloti, é a velocidade com que ele analise as amostras de leite. “O teste oficial, utilizado atualmente, detecta formol a partir de uma hora e meia. O desenvolvido por nós leva no máximo cinco minutos”, explica a professora.

Atualmente, o FormolFree já é comercializado em industrias de lacticínios do estado de São Paulo e dos estados da região sul.

Conquista da UEL

“Ter uma empresa parceira de um laboratório na universidade é importante porque quando começamos as pesquisa para criar um produto novo, muitas vezes não dá certo e ele fica parado na instituição”, comemora Vanerli que também celebra o fato de ter conseguido oferecer à sociedade algo que ela tanto precisa: a garantia de produtos lácteos saudáveis, sem a presença de formol.

Para Trainotti, a função social dessa parceria também é motivo de celebração: “pra nós como, empresa londrinense, poder fazer parte dessa conquista da maior universidade da nossa cidade é um privilégio”, afirma.

“Trabalhamos duro para fazer com que instituição e sociedade andem juntas, em benefício mútuo e ver a Universidade possibilitando essa transferência de conhecimento é muito recompensador”, também comemora a reitora.

Escritório de Transferência de Tecnologia (ETT).

O ETT desenvolve ações para transferência do conhecimento e das tecnologias geradas na UEL para o setor produtivo e para a sociedade. Atua também na gestão das demandas externas por serviços tecnológicos, atendendo empresas e empreendedores que buscam na UEL soluções para seus desafios tecnológicos.

“O ETT está sempre aberto para receber os pesquisadores da UEL que têm dúvidas sobre transferência de tecnologia, bem como para receber demandas de empresas que possuem interesse em tecnologias desenvolvidas pela Universidade”, convida Isabela.

Mariana Paschoal/Intuel

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