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Evento vai reunir milhares de atletas em diferentes locais de competição da cidade

Londrina sedia, pelo segundo ano consecutivo, os Jogos Abertos Paradesportivos do Paraná (PARAJAP’s). São 49 municípios que disputarão 15 modalidades em diferentes locais de competição de Londrina entre os dias 19 e 23 de junho. Quase 2.500 pessoas estarão na cidade entre atletas, dirigentes e a equipe de coordenação do evento. Das sete edições anteriores dos Jogos, quatro foram realizadas em Londrina. Além de receber a competição pela quinta vez em 2019, a cidade é candidata a sediar o PARAJAP’s novamente em 2020.

Este ano, Londrina disputa as modalidades de basquete em cadeiras de rodas; tênis de mesa; natação; goalball; atletismo; paracanoagem; parataekwondo; e parabadminton. Nesta semana o blog.londrina apresenta as equipes que vão defender a cidade. A tabela do PARAJAP’s com o horário e local das competições das equipes londrinenses serão divulgadas diariamente na página de Facebook da Fundação de Esportes de Londrina (FEL) www.facebook.com/FelFundacaoDeEsportesDeLondrina. Quem quiser torcer para as equipes de Londrina é só conferir a tabela no Face da FEL e ir aos locais de competição, a entrada para o evento é gratuita.

Basquete em cadeira de rodas

Treinados pelo técnico Lucas Pierin e pelo auxiliar Bruno Lopes de Oliveira, a equipe começou em setembro de 2018 pensando em disputar o PARAJAP’s. O time nasceu do projeto Pernas Preciosas, uma organização sem fins lucrativos, vinculada à Associação Pé Vermelho de Esportes (APVE). Segundo a coordenadora do projeto, Angelita Bonifácio, o objetivo do projeto é incentivar a prática de esporte. “Nós acreditamos que o esporte é a melhor ferramenta para a inclusão e promoção de qualidade de vida para as pessoas”, frisou.

O Pernas Preciosas começou voltado para as corridas de rua, cadastrando voluntários para empurrar cadeiras de rodas e dando apoio para os deficientes e para os familiares. Além disso, oferecia apoio aos paratletas da natação de Londrina durante as competições. “Nosso intuito é trazer várias modalidades para a cidade e incentivar o paradesporto. Com esse ideal o projeto tomou corpo e nasceu nossa equipe de basquete em cadeira de rodas no ano passado”, afirmou Angelita.

O time é formado pelos atletas Anderson Laurentino da Silva, Alberto Charello do Carmo, Carlos Alberto Freire, Douglas Willian da Silva Dutra, Júlio César Silva, Marcio Gabriel Silva, Rogério Garcia Bena e Wesley Alves de Almeida. O técnico Lucas Perin já era ligado ao basquete para cadeirantes quando aceitou o desafio de treinar a equipe. “Sempre me interessei pelo basquete. Joguei muito tempo essa modalidade e fiz educação física pensando nisso. Trabalhei na Paralimpíada de 2016, no Rio, como voluntário no basquete em cadeira de rodas, na assessoria e recepção dos atletas, e isso foi uma experiência determinante para assumir o projeto”, contou.

Pierin aponta a modalidade como instrumento de estímulo motor, mental e psicossocial, além de promover a inclusão social. “Eles estão inseridos novamente na sociedade. Muitos deles, quando sofreram o acidente ou a lesão, não tiveram mais essa oportunidade. Outros ainda, nunca tiveram contato com o esporte antes das lesões, então o basquete é uma oportunidade de praticar atividade física e desenvolver a parte mental e física”, explicou.

O capitão do time, Alberto Charello do Carmo, começou na equipe buscando qualidade de vida. Há 13 anos, ele sofreu um acidente com bala perdida que o deixou paraplégico. “Depois do acidente, eu senti a necessidade de me sentir útil novamente, sentir que ainda poderia praticar um esporte. No projeto encontrei essa sensação e também posso trocar experiências. Na quadra a gente conversa e se diverte. Para os novatos, passamos muitos ensinamentos, buscamos juntos a qualidade de vida e temos o entretenimento. Tudo isso quebrando preconceitos”, reforçou.

Os treinos são às segundas, quartas e sextas-feiras das 14h às 16h, na quadra da Universidade Estadual de Londrina. O time tem patrocínio da Prefeitura de Londrina,  por meio do Fundo Especial de Incentivo a Projetos Esportivos (FEIPE) da Fundação de Esportes de Londrina (FEL). O técnico Lucas Pierin afirmou que o recurso é essencial para a continuidade do projeto. “O FEIPE ajuda nas viagens para os campeonatos e na compra dos equipamentos e do material de treino. Só este ano foram adquiridas quatro cadeiras novas que custam cerca de R$ 3.600 cada e só conseguimos comprar por conta dos recursos do FEIPE. É esse incentivo que faz o projeto seguir em frente”, pontuou.

Para o técnico, o PARAJAP’s ser realizado em Londrina ajuda na visibilidade dos atletas e na divulgação da modalidade. “É um time novo em um esporte que não é tão visado, nem conhecido. Sediar campeonatos da modalidade, como a fase do Campeonato Paranaense que Londrina realizou em maio e agora mais uma edição do PARAJAP’s, neste mês, faz com que a comunidade conheça nossos atletas e nosso esporte. A expectativa é grande, vamos levar a experiência que tivemos no Paranaense e dar nosso melhor no PARAJAP’s”, acrescentou.

Paracanoagem

A equipe de paracanoagem de Londrina é composta pelos atletas Anderson Mario Miranda Benatti, Brenda Kelen Fernandes De Almeida, Giovane Vieira de Paula, Igor Alex Tofalini e Luci Maria de Lima. Eles são comandados pelo técnico Gelson Moreira Souza e pelo preparador físico Vitor Loni. A equipe é pentacampeã no PARAJAP’s e vai defender o título na edição de 2019.

A atleta Brenda Kelen, de 21 anos, treina há dois anos e já acumula diversos títulos. É campeã brasileira de 500 metros e vice na prova de 200metros, Campeã da Copa Brasil, vice-campeã Sul-Americana, vice-campeã no Pan-Americano e bicampeã Paranaense. A jovem sempre teve o desejo de ser atleta e sua vontade é de ver aumentar o número de mulheres participando. “Meu sonho é ver a minha raia cheia de competidoras”, disse.

Anderson, de 31 anos, pratica a modalidade há cinco. Quando sofreu um acidente, um amigo que sabia que ele sempre praticou e gostou de esporte o indicou para a paracanoagem ao vê-lo depressivo. Hoje, Anderson é vice-campeão brasileiro e campeão paranaense. Na Copa Brasil alcançou o índice para disputar os campeonatos pan-americano, Sul-americano e mundial.

A atleta Luci Maria, de 38 anos, treina há quase dois anos e participa do PARAJAP’s desde 2017. Após sofrer um acidente de moto, procurou um esporte para emagrecer e ter qualidade de vida. “Comecei na natação, e depois conheci a paracanoagem por meio de uma reportagem na televisão. O meu objetivo não era ser atleta, era apenas praticar uma atividade física. Quando o técnico Gelson me chamou para entrar na equipe, em setembro de 2017, vim com o objetivo da qualidade de vida e pela superação pessoal, as medalhas são consequência”, afirmou.

Os treinos são puxados, às vezes nos dois turnos, cerca de uma hora e meia, duas horas, de segunda a sexta-feira. Em julho, a equipe disputará o Pan-Americano, o Sul-Americano e a Copa Brasil. O atleta Igor Tofalini, que também estará representando Londrina no PARAJAP’s, é o atual campeão mundial, além de Giovane Vieira, que venceu o Pan-Americano do Equador e está cotado para ser um dos atletas que vão representar o Brasil no campeonato mundial da modalidade.

O técnico Gerson trabalha com paracanoagem há mais de cinco anos e com canoagem há 20 anos. “A medida que a canoagem foi crescendo no Brasil, as propostas de trabalhar com essa modalidade foram surgindo. Hoje Londrina é referência, é uma das equipes que mais conquista títulos, que têm atletas que participam de campeonatos mundiais tanto na canoagem quanto na paracanoagem. Essa história com a modalidade aconteceu de forma natural na minha carreira como técnico”, contou.

O técnico afirma que o esporte transforma a vida dos atletas. “Muitos deles sofreram algum acidente e ficaram com sequelas. No início eles ficam meio perdidos, o que é normal, mas quando começam a praticar o esporte mudam de vida, começam a ter mais saúde, a ter contato social, aumenta a autoestima, surgem as possibilidades de viajar, de conhecer outros lugares, de ganhar dinheiro, de trocar conhecimento e de se desenvolver como atletas”, disse Gelson.

O time tem patrocínio da Prefeitura de Londrina, por meio do Fundo Especial de Incentivo a Projetos Esportivos (FEIPE) da Fundação de Esportes de Londrina (FEL). O técnico diz que esse recurso ajuda nas viagens de competições e tem sua função nas políticas públicas de outros setores “O investimento em esporte diminui o gasto com a saúde pública, por exemplo, pois quando alguém se torna atleta e passa a praticar esporte, diminui o uso de remédios e a necessidade de internações”, acrescentou.

NCPML

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