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O acordo firmado na quinta-feira (28), em Washington, entre o Brasil e os Estados Unidos para a liberação da entrada de carne bovina in natura brasileira no mercado americano vai beneficiar o Paraná. O acesso a um mercado de peso, como o americano, promete impulsionar ainda mais as exportações do setor no Estado, que já vêm em ritmo acelerado nesse ano.

De janeiro a junho de 2016, o Paraná já exportou 17.414 toneladas de carne bovina, 124% mais do que o volume registrado no mesmo período do ano passado (7.768 toneladas). 

Segundo o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná-Adapar, Inácio Afonso Kroetz, o acordo é importante porque os Estados Unidos são uma vitrine quando se trata de avaliar condições sanitárias e serve de referência para outros mercados. “Para o Paraná representa a chance de elevar as exportações para mercados que pagam mais pela carne. Trata-se de um certificado de que a carne brasileira segue padrões sanitários confiáveis”, afirmou.

A entrada da carne bovina brasileira in natura nos EUA coloca fim a uma negociação que se arrastava desde 1999 e promete gerar exportações de US$ 900 milhões para o Brasil, de acordo com projeção do Ministério da Agricultura e do Abastecimento. “A imagem do Brasil em relação à sanidade melhorou muito nos últimos anos. Além disso, há quatro anos e meio não há registros de aftosa nas Américas”, lembra o presidente da Adapar. 

Em nota, o Ministério da Agricultura informou que a expectativa é que os embarques se iniciem dentro de 90 dias. A modalidade de habilitação será por "pré-listing", isto é, os governos brasileiro e americano poderão indicar a lista de estabelecimentos para a exportação. 

 Em julho do ano passado, os Estados Unidos já haviam anunciado o fim do embargo à carne bovina in natura do Brasil, beneficiando 13 Estados mais o Distrito Federal, incluindo o Paraná. A medida abriu as portas para a exportação de carne fresca ou congelada para os americanos, mas ainda dependia de um acordo comercial para que as exportações pudessem deslanchar. 

 O acordo firmado é bilateral. Com ele, os EUA passam a importar carne bovina in natura também de estados onde o gado é vacinado contra febre aftosa, como é o caso do Paraná. Ao mesmo tempo, o Brasil vai importar carne dos EUA, que registrou casos de vaca-louca nos últimos anos. 

O Brasil vai exportar carne fresca, principalmente cortes dianteiros, e vai importar cortes traseiros, considerados premium. O país poderá participar de uma cota que prevê o envio de até 65 mil toneladas de carne in natura para os EUA. Ainda não há estimativa sobre a participação do Paraná nesse volume. 

“O Brasil poderá exportar carne fresca ou refrigerada, com foco em cortes dianteiros, usados para a produção de hambúrguer, e, portanto, com preços mais elevados”, explica Kroetz. “O Paraná tem hoje frigoríficos habilitados e com condição para exportar para os EUA. Mas a medida beneficia a todos, porque mesmo aquele frigorífico que não exporta para os americanos pode vir a enviar para outros mercados”, diz. 

Kroetz reforça que o Estado vem se preparando há cerca de quatro anos para conquistar mercados mais cobiçados como o norte-americano para a carne bovina. O governo do Paraná investiu na criação da Adapar, que está recebendo apoios em equipamentos, infra-estrutura e de pessoal qualificado para garantir a sanidade agropecuária dos produtos agropecuários paranaenses, seja para o mercado doméstico, seja para exportação. “A medida é para comemorar porque fortalece toda cadeia da carne, desde o produtor, indústria e comércio paranaenses e o Estado ganha em divisas e geração de empregos com a conquista de novos mercados”, disse Kroetz. 


Informações AEN

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