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Devido a exigências das famílias e à tramitação do processo, número de crianças e adolescentes aguardando é menor que o de pretendentes cadastrados

O ato de adotar uma criança tem o potencial de mudar vidas. No Brasil, mais de 8 mil crianças e jovens aguardam na fila para serem acolhidas por uma família. Em contrapartida, 38 mil candidatos a pais estão cadastrados para receber uma dessas crianças. Para reduzir essa disparidade e agilizar os processos de adoção, o presidente da República, Michel Temer, sancionou uma lei que facilita a adoção de crianças com deficiência e irmãos que se encontram em abrigos.

A aposentada Marta Helena de Freitas, 56 anos, conta como foi o processo de adoção da filha Letícia, de 15 anos. Marta acredita que o processo de adoção da filha foi rápido por se tratar de uma criança com paralisia cerebral.

Um ano antes do nascimento de Letícia, em 2002, Marta se inscreveu na Vara de Infância. Com o cadastro atualizado e a ansiedade em conseguir adotar uma criança, a aposentada conta com alegria que no ano seguinte do cadastro recebeu a notícia para a adoção. "Eles consultaram se a queríamos. Quando surgiu a Letícia, como ela tem deficiência, paralisia cerebral, ‘pulei’ bastante na fila porque as pessoas não quiseram. Ela teve falta de oxigênio ao nascer, e depois procuramos o tratamento para ela.”

Segundo o Cadastro Nacional de Adoção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um quarto das crianças que aguardam por uma família possui problemas de saúde. Outro fator que dificulta a adoção é a questão dos irmãos. Mais da metade das crianças em abrigos possuem irmãos (59,6%). São 41.936 pretendentes cadastrados, 65,2% não aceitam adotar irmãos e 64% somente adotariam crianças saudáveis.

Para o casal Vânia Carrijo e Anderson Carrijo Carvalho, o desejo de adotar uma criança não foi interrompido quando encontraram as irmãs Verônica e Luana. De acordo com o pai, Anderson, as famílias na fila de adoção fazem muitas exigências. “Tem gente que exige cor do olho, idade de no máximo alguns meses. Escolhem coisas pequenas, o que praticamente inviabiliza a adoção”, opina.

Anderson conta que o processo de adoção das filhas foi diferente do atual e a espera foi relativamente pouca. “Verônica já veio com dois anos. O pai e a mãe da Vânia pegaram a guarda da Verônica e da irmã, Luana. Fomos em juízo e transferimos a guarda das duas para a gente.” Vânia acrescenta que após acolher as irmãs, hoje com 13 e 14 anos, respectivamente, a vida da família se transformou.

Walter Gomes, supervisor da área de adoção da Vara da Infância e da Juventude do DF explica que pretendentes com critérios passam entre cinco e sete anos na espera no Distrito Federal.

“A lei garante celeridade e prioridade na tramitação de candidatos que manifestam interesse em adotar crianças de idade mais avançada e adolescentes, grupos de irmãos, com deficiência crônica e necessidades especiais de saúde.” Gomes explica que em todos os casos, o processo de adoção é bastante cuidadoso e inteiramente acompanhado pela equipe das Varas de Infância dos estados. Quando as crianças cadastradas e as famílias em espera começam a se relacionar, a criação dos vínculos é gradual, começando com visitas, saídas e pernoite, no chamado estágio de adaptação.

Fonte: Governo do Brasil, com informações do CNJ e da Vara da Infância e da Juventude do DF

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