Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

Produto foi desenvolvido pela Embrapa em parceria com a empresa Bthek Biotecnologia

A ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) defendeu na quinta-feira (11) o uso do larvicida biológico Bt-horus, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para o combate das larvas do mosquito Aedes aegypti - transmissor do vírus Zika (que pode causar microcefalia), da dengue e da febre chikungunya.

O bioinseticida – feito à base de Bacillus thuringiensis israelenses (Bti) – foi criado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em parceria com a empresa Bthek Biotecnologia. A ministra falou sobre o uso do produto e as ações de combate ao vírus Zika durante videoconferência com todas as unidades da Embrapa e da Conab.

O grande benefício, em comparação com os inseticidas tradicionais, é que o produto orgânico causa a morte apenas da larva do mosquito, sem afetar pessoas nem animais domésticos, inclusive peixes, aves e outros insetos benéficos. Também não afeta o ambiente, porque não é cumulativo ou poluente.  Pode ser adicionado em qualquer lugar que acumule água e tenha potencial para ser um criadouro do aedes.

Larvicidas à base de Bti são usados há décadas em países como os Estados Unidos. O produto brasileiro BT-horus já está registrado junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao Mapa, mas ainda não é produzido em escala industrial.

“Trata-se de uma alternativa importante para atender à urgência do momento”, afirmou a ministra Kátia Abreu, que também apontou a possibilidade de importar o bioinseticida dos Estados Unidos. O presidente da Embrapa, Mauricio Lopes, disse que um segundo produto com a mesma finalidade foi desenvolvido em parceria com o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt)e  está pronto para ser registrado. O nome é Inova-Bti.

Um frasco de 30 mililitros, que custa de R$ 3 a R$ 4, é suficiente para atender uma residência por dois meses. Por ser de fácil aplicação, pode ser utilizado pela própria população, assinalou a ministra.

“O produto mata apenas as larvas e não causa danos à saúde humana. Por isso, até mesmo as crianças podem receber o frasco na escola e levar para casa, diferentemente dos produtos químicos. Junto ao frasco, virão as instruções sobre o uso”, explicou Kátia Abreu.

 O uso do biolarvicida é uma das alternativas de combate ao mosquito. Em intensiva campanha nacional contra o transmissor, o governo federal também tem trabalhado com outros instrumentos e abordagens.

São Sebastião

Durante a videoconferência, a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Rose Monnerat apresentou o trabalho pioneiro e de sucesso realizado na cidade de São Sebastião (DF) em 2007. A empresa distribuiu frascos de 30 ml do BT-horus para 17 mil residências, que também receberam instruções sobre a aplicação. Agentes de saúde do Governo do Distrito Federal visitaram e inspecionaram as casas, além de terem organizado frentes para remoção de lixo e entulhos da cidade. Ao final do trabalho, o número de focos da larva a cada 100 casas inspecionadas passou de 4 para 1.

Mosquitoeira

A ministra apresentou durante a videoconferência um vídeo didático sobre como construir uma mosquitoeira, espécie de “ratoeira” para o mosquito. Feita por uma garrafa pet cortada ao meio vedada por um tecido fino, o aparelho impede a passagem das larvas e evita a proliferação do inseto.

O instrumento foi desenvolvido pelos pesquisadores brasileiros Hermano César M. Jambo e Antônio C. Gonçalves Pereira, mas a versão “caseira” é ensinada pelo professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro Maulori Cabral (UFRJ).

Campanha

A ministra pediu mobilização de toda a sociedades contra a proliferação do Zika no país. “Juntos somos, na verdade, um grande exército”, afirmou durante videoconferência com a Embrapa e a Conab.

 Em seguimento à orientação do governo federal, o Mapa está fazendo uma ampla campanha interna de conscientização e prevenção contra o mosquito Aedes aegypti.

São 26.284 servidores espalhados em todo o país - incluídos os órgãos vinculados – que podem ser mobilizadores e voluntários em ações de combate à proliferação do mosquito nas diversas localidades onde o ministério está presente. São 905 imóveis geridos pela pasta, além de 800 armazéns e outros 33.600 estabelecimentos nos quais o Mapa desenvolve ações de defesa agropecuária.

 A ministra afirmou que confia no poder de mobilização dos brasileiros e lembrou que, no passado, o país já enfrentou outras enfermidades como febre amarela, paralisia infantil, varíola.

“O Brasil tem que estar preparado para essa luta. O mosquito não tem que provocar medo, mas ação, atitude. O importante é que toda a sociedade participe junto com o governo dessa mobilização, não basta o governo agir sozinho”, afirmou.

A secretária-executiva do Mapa, Maria Emília Jaber, afirmou que enviará a todos os gestores da pasta no país os números atualizados da doença, a lista dos municípios onde a situação é considerada mais grave, o calendário de ações do Mapa, uma palestra de sensibilização e um vídeo explicativo para a construção de mosquitoeiras.

Priscilla Mendes/Asimp

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.