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Em entrevista, senador Carlos Viana (PSD-MG) afirmou que “modelo de barragens hidrelétricas está ultrapassado” e que fontes renováveis são o futuro da matriz energética

O senador Carlos Viana, do PSD mineiro, agendou uma audiência pública para julho do ano que vem para tratar de mudanças na matriz energética brasileira. A discussão gira em torno, principalmente, da energia solar fotovoltaica. Essa fonte renovável obtém energia por meio da conversão direta da luz do sol em eletricidade. Segundo estimativa da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), essa modalidade deve superar a hidreletricidade e se tornar a principal geradora de energia no país em 2040.

Além de fontes energéticas renováveis, o parlamentar falou também sobre a reforma tributária e ressaltou a importância da educação básica e da qualificação profissional como ferramentas para superar a crise econômica e gerar oportunidades aos brasileiros.

Senador, atualmente no Brasil a maior parte da eletricidade é produzida pela força das águas e barragens hidrelétricas. A tendência, no entanto, é que nos próximos anos, a energia solar fotovoltaica domine a matriz energética nacional. Já se preparando para essa mudança nos próximos anos, o SENAI vai aumentar a oferta de cursos de capacitação técnica na área. Qual a importância de se investir nesse segmento do desenvolvimento sustentável?

“As barragens hidrelétricas no nosso país, da maneira que nós tivemos na década de 1950 e 1960, representam um modelo que está esgotado. A energia fotovoltaica é rápida, efetiva e pode nos resolver um problema dos vazios de produção de energia elétrica em um prazo muito curto no Brasil. Por isso, solicitei uma audiência pública para 31 de julho de 2020, com a presença de todos os atores envolvidos nessa questão energética. O objetivo é buscar um equilíbrio na geração de energia no Brasil em um futuro próximo. Temos que apostar em uma energia limpa, renovável e que vai gerar empregos.”

Vamos falar agora sobre um exemplo positivo na área da educação. Alunos do SESI de Contagem (MG) se destacaram no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes. O resultado em matemática foi tão expressivo que a média alcançada se equiparou à de Cingapura, país que teve o mais alto rendimento na última edição. Como ex-aluno do SESI, como o senhor avalia o modelo de ensino das escolas da indústria?

“Eu, com muita satisfação, fui aluno do SESI por quatro anos logo após o primário, os quatro primeiros anos de alfabetização. Depois disso, fiz um teste de seleção, fui escolhido e tive a oportunidade de estudar no SESI. Para mim, foi um ponto importantíssimo porque nós sabemos que o ensino público enfrenta muitas dificuldades. Foi no SESI que tive o complemento necessário para que meu ensino médio fosse melhor e eu tivesse uma boa base na universidade. Me valeu muito porque saí de lá com uma experiência muito maior, experimentei, por exemplo, a oficina de ferramentaria, em que trabalhávamos muito a produção de material, de produtos em alumínio e madeira. Isso completou e me tornou uma pessoa muito mais preparada para o mercado de trabalho.”

Ainda sob a ótica da educação como forma de gerar oportunidades para os brasileiros, o que o senhor considera necessário mudar no Brasil atualmente?

“Nós precisamos repensar como vamos fazer para que os nossos jovens e adolescentes tenham possibilidade de estudar e sair das escolas com, pelo menos, a construção de um futuro mais alinhada à realidade do país. O que temos hoje é um sistema de educação, onde se investe muito, mas com resultados muito ruins. Eu entendo que hoje precisamos rediscutir e espero que o Parlamento esteja atento a isso. Precisamos fazer uma reforma educacional. Só assim a gente vai combater o desemprego por meio da qualificação, combater o déficit da Previdência por meio da geração de riquezas e a crise econômica por meio da geração de novos negócios, que virão naturalmente desses empreendedores individuais que poderemos formar no futuro.”

Para encerrar, senador. Após a aprovação da reforma da Previdência, o texto da reforma tributária passa a exercer o papel de protagonista tanto na Câmara quanto no Senado. Qual o entendimento do senhor sobre o tema?

“Primeiro, nós temos que definir qual reforma tributária nós queremos para o Brasil. Os modelos são muito vagos e diversos. Vamos só reduzir os impostos, concentrar em alíquotas? Vamos extinguir impostos e criar outros ou mudar a base tributária? O que o governo federal entende como melhor? Porque a responsabilidade também é do Palácio do Planalto e do Ministério da Economia. Não podemos criar um colapso no país ou sobrecarregar ainda mais o contribuinte”.

Sara Rodrigues/Agência do Rádio

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