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Na reflexão que antecedeu a oração do Ângelus deste domingo, 4, Francisco incentivou os fiéis a viverem uma vida realizada segundo o estilo evangélico 

Os bens materiais são necessários para a vida, são um meio para viver honestamente e na partilha com os mais necessitados. As riquezas, no entanto, podem aprisionar o coração e distraí-lo do verdadeiro tesouro que está no céu. E a cobiça é fonte de inquietação e guerras. Foi o que disse o Papa aos milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro no Angelus deste XVIII Domingo do Tempo Comum, ao inspirar sua reflexão no Evangelho proposto pela liturgia do dia: “Seria belo se vocês lessem hoje o capítulo 12 de São Lucas, versículo 13. É uma bela parábola que nos ensina muito”, recomendou.

Francisco começa explicando a cena narrada por São Lucas, em que um homem que se levanta entre a multidão e pede a Jesus para elucidar uma questão jurídica sobre a herança de família. Mas Ele não trata da questão na resposta, e exorta a permanecer distante da ganância, isto é, da avidez de possuir. Jesus, recorda o Pontífice, “para dissuadir seus ouvintes dessa busca frenética pela riqueza”, conta a parábola do rico louco, “que acredita estar feliz porque teve a sorte de uma colheita excepcional e se sente seguro pelos bens acumulados”.

De um lado, o Papa aponta que o rico coloca diante de si “os muitos bens acumulados, os muitos anos que esses bens parecem assegurar a ele, e terceiro, tranquilidade e o bem-estar desenfreados”. De outro, o Santo Padre afirma que Deus se dirige ao rico, desfazendo todos estes projetos: “em vez dos ‘muitos anos’, Deus indica o imediatismo de ‘nesta mesma noite, nesta noite morrerás’; no lugar do ‘gozo da vida’ apresenta-lhe o ‘devolver a vida, devolverás a vida a Deus’, com o consequente julgamento”.

Diante da realidade dos muitos bens acumulados que eram a base sobre a qual o rico alicerçava a sua vida, o Pontífice questiona: “E as coisas que você preparou, para quem vão ficar?” O Papa recorda então das lutas pela herança, “tantas lutas de família”: “E tanta gente, todos conhecemos alguma história, que na hora da morte começa a aparecer: os sobrinhos, os netinhos vem conferir: “Mas o que cabe a mim?”, e levam embora tudo ”.

É nesta contraposição – explica o Papa – “que se justifica a denominação de ‘louco’- porque pensa em coisas que ele acredita serem concretas, mas são uma fantasia – com a qual Deus se dirige a este homem. Ele é louco, porque na prática ele renegou a Deus, ele não contava com ele”. Ao final, a advertência do evangelista revela, de acordo com o Santo Padre, do horizonte para o qual todos são chamados a olhar: “Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico para Deus”:

“Os bens materiais são necessários, são bens, mas são um meio para viver honestamente e na partilha com os mais necessitados. Jesus hoje nos convida a considerar que as riquezas podem aprisionar o coração e distraí-lo do verdadeiro tesouro que está no céu”, frisou.

Também na segunda leitura proposta pela liturgia do dia, da Carta aos Colossenses, São Paulo recorda, segundo o Pontífice, a busca das coisas do alto, e não as coisas da terra, o que não significa “fugir da realidade”, explica o Santo Padre:

“Isso – dá para entender – não significa fugir da realidade, mas buscar coisas que têm um verdadeiro valor: a justiça, a solidariedade, a acolhida, a fraternidade, a paz, todas coisas que constituem a verdadeira dignidade do homem. Trata-se de direcionar para uma vida realizada não segundo o estilo mundano, mas segundo o estilo evangélico: amar a Deus com todo o nosso ser e amar o próximo como Jesus o amou, isto é, no serviço e no dom de si”.

Francisco prosseguiu: “O amor assim entendido e vivido, é a fonte da verdadeira felicidade, enquanto a procura desmedida de bens e de riquezas materiais é muitas vezes fonte de inquietação, de adversidade, de prevaricação, de guerra. A cobiça dos bens, o desejo de ter bens, não sacia o coração, antes pelo contrário, provoca mais fome! A cobiça é como aquele caramelo gostoso: tu pegas um e diz: “Ah, que bom!!, e depois pega outro e outro. Assim é a cobiça: nunca se sacia. Estejam atentos!”

O Pontífice pediu ao concluir: “Que a Virgem Maria nos ajude a não ficarmos fascinados pelas seguranças que passam, mas a sermos a cada dia críveis testemunhas dos valores eternos do Evangelho”.

(Canção Nova/com Vatican News)

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