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Serasa lança guia inédito e gratuito para quem está desempregado

Pesquisa da Serasa aponta que quase metade das pessoas que foram até nossas agências no ano passado ficaram com o nome sujo após perderem o emprego. Por isso, gerenciar a verba rescisória, cortar gastos e avaliar a possibilidade de mudar de área são algumas orientações para atravessar esse momento de crise sem entrar em desespero

Uma pesquisa da Serasa, realizada em todo o Brasil, aponta que 47,63% das pessoas que procuraram nossas agências de orientação gratuita ao cidadão no ano passado ficaram com o nome sujo após perderem seus empregos. Foram entrevistados 6273 consumidores de todo o país. Para ajudar o desempregado, com informações necessárias para recomeçar a vida financeira e profissional, a Serasa criou um guia inédito e gratuito para quem está desempregado e com dívidas. O objetivo é que as pessoas consigam recomeçar suas vidas financeira e profissional neste momento de crise econômica e sem entrar em desespero.

A primeira lição, segundo os especialistas da Serasa, é não entrar em pânico e tentar se organizar do ponto de vista pessoal e financeiro. “O trabalhador, que conta com o salário para sustentar a família, obviamente, tem motivos para se preocupar ao ser demitido”, argumenta a diretora do SerasaConsumidor, Fernanda Monnerat. “Mas o desespero não é bom conselheiro e atitudes intempestivas só vão agravar a crise. Colocar a cabeça no lugar, compartilhar a situação com a família e começar a fazer as contas são os primeiros passos para encarar o momento.”

As dívidas e as prestações mensais, sem dúvida, são a maior assombração de quem se vê sem emprego de uma hora para a outra. Contatar os credores de financiamentos para expor a situação e alongar prazos é uma das saídas, mas a venda de bens com liquidez, como o carro, também deve ser considerada. “O desempregado precisa ter em mente que trata-se de uma fase complicada e cheia de restrições, mas que pode ser atravessada desde que haja organização e disciplina”, diz Monnerat. “Muitas vezes, a condição é um estímulo para começar um novo estilo de vida, em um posto de trabalho melhor ou até como patrão.”

Os especialistas da Serasa Experian organizaram um roteiro prático ( http://www.serasaconsumidor.com.br/desempregados/ )– avalizado pelo CATe (Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo), da prefeitura de São Paulo, psicólogos do Hospital das Clinicas, Sebrae e Aliança Empreendedora – para auxiliar as pessoas em condição de desemprego.

Veja algumas dicas:

Impacto inicial

Mantenha a calma – Lembre que a dificuldade tende a ser provisória e entrar em depressão ou em desespero só vai agravar o problema. Mantenha o autocontrole. Em casos extremos pode ser necessário buscar ajuda médica ou psicológica.

Conte para todo mundo – Algumas pessoas escondem o desemprego de familiares e amigos, mas isso não deve ser feito. Ao contrário: é o momento de abrir o jogo porque o desempregado precisará de apoio emocional e da contribuição de todos os moradores da casa no corte de gastos. Os amigos também devem ser informados porque podem oferecer apoio moral e contribuir com indicações de vagas.

Não fale mal da empresa/patrão que o demitiu – É comum as pessoas extravasarem o sentimento de raiva ou frustração, após serem demitidas, falando mal da ex-empresa ou do ex-patrão em redes sociais e mesmo entre amigos. Essa atitude não é aconselhável mesmo que você tenha motivos para tal. Lembre-se que o mundo está globalizado e um novo patrão pode não aceitar um funcionário falastrão. Isso está longe de ser uma boa referência para seu futuro emprego. Contenha-se.

Hora de fazer contas

Encare a situação de frente – Agora é hora de saber quais são os recursos disponíveis, incluindo verba rescisória (pagamento de férias, 13º proporcional, multa sobre o FGTS e liberação do mesmo, quando não for justa causa), algum fundo de emergência criado para este fim e o seguro-desemprego. Esse montante será sua base financeira até encontrar um novo emprego e voltar a receber um salário.

Não se empolgue com o dinheiro recebido – Ao se depararem com uma quantia considerável, proveniente da verba rescisória e demais benefícios, muitas pessoas se iludem e cogitam fazer investimentos, como trocar o carro ou reformar a casa. Mas atenção: nesse momento você não tem mais renda mensal e é seu único recurso para pagar as contas fixas durante todo o tempo em que durar o desemprego.

Corte itens nas despesas mensais – Não tem jeito. Uma das primeiras atitudes práticas para quem está desempregado e não vê perspectiva de um novo trabalho em curto espaço de tempo é enxugar o orçamento. Para isso será necessária a contribuição da família. Explique que é uma situação temporária, mas, para evitar transtornos maiores, algumas despesas terão que ser cortadas. Caso ainda não tenha, organize uma planilha com todas as contas mensais, incluindo dívidas e prestações. Esse hábito deve se manter por toda a vida porque ajuda a saber onde a renda mensal é empregada. Retire dessa lista tudo o que pode ser cortado temporariamente (academia, cursos de idiomas, faxineira, gastos com salão de beleza, TV a cabo, etc.), mantendo itens essenciais, como alimentação, plano de saúde, contas de luz e água.

Diminua o valor das contas que não podem ser cortadas – Mesmo algumas despesas fixas devem sofrer redução. É possível economizar luz e água e restringir itens na lista de compras do supermercado ou substituí-los por produtos similares mais em conta, por exemplo.

Não pague com cartão de crédito – Jogar as despesas para o próximo mês, quando não há perspectiva de um novo trabalho e renda, só agravará o problema. Lembre-se que os juros do cartão de crédito estão entre os maiores do mercado. Especificamente nesta fase será bem fácil entrar em uma bola de neve com dívidas no cartão. Por isso, dê férias indeterminadas para esse instrumento de compra.

Pague à vista – Pagando à vista as contas indispensáveis, você terá como controlar melhor sua verba, sabendo exatamente quanto pode empenhar em cada compra/pagamento.

Pratique a avareza – Faça economias pequenas no dia a dia, dispensando o cafezinho na padaria, o pão de queijo na esquina e a pizza do fim de semana. Esses poucos reais economizados, ao longo de um mês, se transformam no dinheiro que falta para a conta de gás, por exemplo.

Economia com transporte – Em alguns momentos será mais barato deixar o carro e sair de casa a pé ou de transporte público. O procedimento evita gastos com combustível e não desgasta o veículo, adiando a manutenção e a troca de peças.

Dívidas

Dívidas anteriores ao desemprego – Caso o desempregado tenha dívidas atrasadas para arcar, o primeiro passo é contatar os credores e explicar a situação. Para acertar as contas com o cheque especial e o cartão de crédito pode ser viável pedir uma atualização de valores e fazer uma proposta para quitar à vista, com desconto, se for possível empenhar a verba rescisória nesses pagamentos.

Seguro prestamista – Verifique se você possui um seguro prestamista contratado. O seguro prestamista é normalmente oferecido junto a algumas modalidades de financiamentos. Uma vez adquirido, ele garante a quitação de dívidas em caso de desemprego involuntário (sem justa causa). O prestamista normalmente é utilizado para cobrir empréstimos bancários, dívidas no cartão de crédito, prestações de consórcio e financiamento de bens – como automóveis, eletrodomésticos e imóveis –, além do empréstimo consignado com desconto em folha. Vale lembrar que, em caso de atrasados, não há cobertura. Ele só será aplicado em mensalidades que vençam após a data de demissão.

Financiamentos – Caso o desemprego chegue enquanto um imóvel está sendo financiado, há duas alternativas a se considerar: se você acredita que sua recolocação profissional não demorará muito, vale a pena encontrar meios para seguir pagando as parcelas. Pedir dinheiro emprestado para amigos ou parentes é uma alternativa, mas só se houver como fazer o ressarcimento em breve. Mas, se não há previsão para um novo emprego, o melhor é passar a dívida adiante, tentando recuperar o que já foi investido. O dinheiro deste repasse pode, inclusive, ser utilizado para a manutenção das despesas fixas enquanto durar o desemprego. O mesmo raciocínio vale para financiamentos de outros bens.

 Fazer dinheiro – A venda de bens que tenham liquidez é um caminho viável para quem está desempregado há algum tempo e vê as dívidas se acumulando. Muito melhor do que entrar em um círculo vicioso de inadimplência é se desfazer de algum bem rentável, como um carro, por exemplo.

Não faça mais dívidas – Quando o novo emprego ainda não é uma realidade, ir atrás de empréstimos não é uma boa saída. Lembre-se: a primeira parcela do financiamento vai chegar antes que você tenha um salário.

Assim que for possível, comece a poupar – Passada a fase de desemprego, fica a lição: uma reserva financeira para momentos de crise é muito bem-vinda. Por isso, quando sua vida profissional estiver estabilizada e o salário voltar a ser uma realidade, faça uma reserva para as próximas eventualidades.

Pare e reflita

Avalie seu desempenho – Este também é o momento de pensar sobre sua carreira: por que você foi demitido? Seu desempenho ficou a desejar? Em quais aspectos você pode incrementar seu currículo?

Identifique seus pontos fracos – Admita que você tem habilidades, mas também tem pontos a serem melhorados. Quando o que está faltando são habilidades técnicas ou conhecimento, cursos de reciclagem profissional são uma saída. Mas se o problema identificado for comportamental, faça uma autoanálise e tente mudar suas atitudes.

Redesenhar sua carreira – Talvez suas habilidades profissionais estejam em desconformidade com o mercado de trabalho atual e, profissionais com o seu perfil, não sejam mais tão procurados. Pesquise para saber como redesenhar sua carreira dentro da mesma área de atuação.

 Atualize seu currículo – Procure se informar sobre como os profissionais de sua área estão se apresentando ao mercado e recicle seu currículo de acordo com esses parâmetros.

Procura de emprego deve ser diária – Procurar emprego dá trabalho. É uma atividade diária, que requer empenho e paciência. Pesquise em todos os canais: internet, jornais, redes sociais e não deixe de praticar o networking, mantendo contatos com colegas de profissão e amigos em geral. Informe-se sobre companhias em expansão que buscam profissionais com as suas características e apresente-se a elas.

Flexibilidade – Claro que é importante manter o foco no emprego ideal, buscando uma oportunidade que se encaixe com seu perfil profissional e com suas aspirações. Mas esteja aberto para uma eventual mudança de área e até para executar uma função abaixo de suas qualificações e rendimentos: esse pode ser um ponto de partida em uma empresa onde haja chance de ascensão. Um emprego em outra cidade, que requeira um deslocamento diário, ou até uma mudança de endereço também devem ser considerados.

Negócio próprio – Às vezes o desemprego mostra-se como um caminho para o empreendedorismo. Veja se não é o momento de colocar em prática aquela ideia ou projeto sonhado e abrir um negócio próprio. Mas analise essa possibilidade com cuidado, buscando informações de mercado e minimizando as chances de não ser bem sucedido.

Convivendo com o desemprego

Recicle-se – Aproveite o tempo livre para desenvolver habilidades que irão agregar valor ao currículo. Aulas gratuitas de idiomas pela internet ou um curso em sua área de atuação são algumas alternativas.

Mantenha-se informado – O jornal e a internet devem ser lidos além das páginas de classificados. Busque se informar sobre política, economia e outros assuntos possíveis de serem abordados em uma entrevista de emprego. Muitas empresas valorizam um profissional que tenha conhecimentos gerais e esse pode ser seu diferencial ao disputar uma vaga.

Faça “bicos” – Desenvolver atividades rentáveis é uma opção para conseguir dinheiro e ocupar a mente nessa fase. Veja quais são suas habilidades e aproveite o tempo livre para ser produtivo. Cozinhar para fora, criação de bijuterias, artesanato, costura e pequenos consertos que podem ser feitos em casa são alguns exemplos.

Atividade voluntária – Pratique a responsabilidade social e busque uma instituição que aceite voluntários com seu perfil. Além da satisfação de ajudar as pessoas, essa atividade é valorizada por grande parte das empresas ao contratar um funcionário. Mas não esqueça: o voluntariado é uma atividade séria, que exige disciplina e dedicação. Apenas se candidate se você tiver intenção de cumprir todas as regras.

Corpo são e mente sã – A prática de exercícios físicos ajuda a manter a mente saudável. Caso não esteja acostumado com práticas esportivas e o momento não seja propício para pagar uma academia, faça caminhadas, vá até um parque próximo de casa ou procure centros esportivos públicos, que ofereçam atividades gratuitas.

Vida social – Esse não é o momento de se esconder do mundo. Ao contrário: gerencie seu tempo e aproveite para visitar amigos, levar os filhos à escola, telefonar para parentes e conhecidos. Essas tarefas preenchem seu dia e mantêm você em contato com as pessoas. E muitas oportunidades profissionais aparecem de onde menos se espera.

Viviane Evangelista/Asimp/Serasa

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