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O uso inteligente das tecnologias para criar soluções para a vida cotidiana é um dos caminhos para melhorar o meio-ambiente, a saúde, e a produtividade no mundo moderno. Em especial durante a pandemia causada pela COVID-19, precisamos cada vez mais de flexibilidade e ideias inovadoras que possam ser aplicadas imediatamente.

Alguns meses após o começo da disseminação global do vírus, muito se falou sobre a possível chegada da técnica de rastreio de contatos, permitindo que nós fossemos avisados caso cruzássemos com alguém infectado pela doença. Agora, um ano depois, como essa tecnologia foi implementada? E há riscos para a privacidade dos usuários? Confira este artigo sobre a técnica de rastreamento de contatos para COVID-19 que tem sido usada no Brasil e no mundo.

O que é o rastreamento de contatos?

O rastreamento de contatos é o mecanismo que tenta alertar as pessoas sobre possíveis contatos com outras infectadas que possam ter cruzado seu caminho em algum momento. Para isso, o Android gerenciado pela Google e o iPhone controlado pela Apple adicionaram conjuntamente um novo mecanismo de rede que é capaz de manter esse sistema ativo, através de suas atualizações periódicas de software. Se você possui um smartphone feito nos últimos 3 anos, é provável que o recurso esteja habilitado em seu aparelho.

Diferentemente da internet comum, onde há a comunicação entre um dispositivo e um servidor através da rede mundial, o rastreamento de contatos faz com que cada smartphone ativo hoje emita uma rede própria e se comunique automaticamente com todos os outros ao seu redor. Esse mecanismo foi a principal causa de dúvidas quanto à privacidade deste sistema: enquanto a privacidade e segurança da internet possa ser controlada pelo usuário usando programas como uma VPN brasileira, as redes criadas pelo próprio celular são independentes de qualquer outro mecanismo de proteção.

Como o mecanismo funciona?

Conforme vimos, cada celular é capaz de criar sua própria rede utilizando as tecnologias de Wi-Fi Direct e Bluetooth Low Energy. Além disso, o dispositivo gera um código único que representa cada usuário. Ao cruzar com outras pessoas na rua, seu smartphone emite seu código para todos e, em troca, recebe o código de cada pessoa e armazena em sua memória. Diariamente, o Ministério da Saúde é capaz de enviar aos smartphones uma lista de códigos de pessoas que foram diagnosticadas com COVID-19, se o smartphone perceber que o código da lista equivale a algum código que cruzou seu caminho, um alerta é exibido indicando a possível exposição ao vírus.

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Essa técnica é extremamente útil tanto para prevenção da doença e diagnóstico rápido, quanto para epidemiologistas que buscam entender os padrões de disseminação do vírus. O uso da tecnologia para marcar o comportamento da doença não está limitado somente ao rastreamento de contatos: as antenas de telefonia têm sido usadas para monitorar quantas pessoas estão em um dado ambiente, seu movimento diário, o sucesso das medidas de quarentena e lockdown, entre outros dados valiosos para cientistas da saúde.

Devo me preocupar com este recurso? É possível desligar?

O debate sobre a privacidade digital é essencial e jamais deve ser deixado de lado. No caso do rastreio de contatos implementado para combater a COVID-19, nenhuma informação pessoal dos usuários é compartilhada entre os dispositivos. Técnicas teóricas como aparelhos que monitoram o ID de Bluetooth e modem dos celulares podem ser usadas para identificar cada pessoa, por exemplo, clientes em um supermercado, mas este risco é mínimo quando comparado à possibilidade de pegar a doença.

De todo modo, para quem deseja desligar o recurso, é possível desativar por completo através do aplicativo de ajustes do telefone. No entanto, é válido o lembrete de que existem milhares de métodos mais perigosos para se extrair dados dos usuários de telefones modernos, e que redes sociais como o Facebook coletam um volume imenso de informações que, em muitos casos, não são explicitamente explicadas para os usuários. Por isso, qualquer estratégia de privacidade no mundo moderno precisa começar com uma mudança de hábitos e uma exploração das vantagens e desvantagens de cada serviço.

Essa, e outras tecnologias, são aliadas fortes no processo de combate à COVID-19 e controle da doença no Brasil. É importante conhecer os recursos que temos em nossas mãos para colaborar com o fim de um período extremamente difícil de nossa história.

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