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O presidente está acuado pela oposição. Cada vez mais tem dificuldades de aprovar medidas que julga importantes no Congresso Nacional. Os debates são cada vez mais exaltados e ele é acusado de impedir o desenvolvimento da democracia no Brasil. Há uma crise política constante. A base de sustentação do governo se desgasta com projetos que não solucionam os problemas que o país vive no dia a dia. O que resta à população é escolher candidatos da oposição que anunciam diariamente que o presidente quer se perpetuar no poder e para isso precisa de apoio político. A oposição denuncia que ele pode lançar mão das Forças Armadas e impor, como no passado, as diretrizes que julga melhores para o pais. Em outras palavras, um lado acusa o outro de esticar a corda até arrebentar.

 A crise econômica é uma herança que o governo recebeu do passado. A população reclama da alta do custo de vida medida pela inflação. Mas o que mais incomoda é a alta do preço dos combustíveis nos postos. A Petrobras não tem condição de aumentar a oferta do produto no mercado. A explicação é a situação de tensão contínua no Oriente Médio. O petróleo se tornou uma arma poderosa uma vez que a economia mundial se move tocada a diesel ou gasolina. Em uns países menos, em outros mais. O Brasil está entre os grandes consumidores com uma frota imensa de caminhão e o transporte de mercadorias em cima de pneu. A classe média tem acesso ao carro particular, às vezes mais de um por família, e não abre mão do transporte individual e dos finais de semana na praia ou no campo.

O presidente não respeita a constituição que jurou defender. Ernesto Geisel alega que o Brasil corre o risco de voltar a ser tomado de assalto pela esquerda, travestida em partido de oposição. As votações no Congresso estão  cada vez mais apertadas. Assim determina o fechamento do Congresso Nacional por duas semanas. Ressuscita o Ato Institucional n 5, inerte desde 1969. Ele divulga um conjunto de mudanças que a mídia já chama de Pacote de Abril. Dois ítens incomodam mais para os que querem uma reabertura política. As mudanças na constituição podem ser feitas com apenas maioria simples e um terço do Senado passa a ser indicado pelas assembléias legislativas estaduais e não mais pelo voto popular. Com isso o governo espera manter o controle do Senado ainda que a mídia apelide esses políticos de senadores biônicos.

Heródoto Barbeiro é jornalista da Record News, Portal R7 e da Nova Brasil FM. - herodoto@herodoto.com.br

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