A chegada da primavera, caracterizada pelo aumento das temperaturas e das chuvas, são condições propícias para o aumento da infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Com o aumento do calor, da umidade e das chuvas, o mosquito da dengue se alastra com facilidade e de forma mais rápida. Os ovos, que já eclodem cheios de novos mosquitos, sobrevivem por 480 dias, mais de um ano, e um mosquito infectado sobrevive entre 25 a 40 dias.
Com ações contínuas de prevenção e combate à dengue, a Administração Municipal, por meio da Secretaria de Saúde de Ibiporã, está em alerta, e desde a segunda quinzena de setembro realiza mutirões de limpeza por toda a cidade visando a remoção de possíveis criadouros do mosquito em materiais que acumulam água e o bloqueio da transmissão viral em residências com notificações. Esta semana as ações concentram-se no centro de Ibiporã e devem se estender por mais 15 dias. "Cerca de 30 agentes de endemias estão visitando as residências, orientando sobre a importância de manter os quintais limpos, fazendo o descarte correto dos materiais recicláveis e evitando o acúmulo de água”, informa o responsável pelo Setor de Endemias, Luiz Augusto Loredo.
Febre chikungunya
O chefe do setor de Endemias alerta que além da dengue, a preocupação este ano é com a febre chikungunya, transmitida também pelo Aedes Aegypti. Seu ciclo de transmissão é mais rápido do que o da dengue. Em no máximo sete dias a contar do momento em que foi infectado, o mosquito começa a transmitir o CHIKV para uma população que não possui anticorpos contra ele.
Na fase aguda da chikungunya, a febre é alta, aparece de repente e vem acompanhada de dor de cabeça, mialgia (dor muscular), exantema (erupção na pele), conjuntivite e dor nas articulações (poliartrite). Esse é o sintoma mais característico da enfermidade: dor forte nas articulações, tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora.
Descarte irregular de lixo
O que tem assustado os agentes é a grande quantidade de lixo recolhida na frente das casas, fundos de vale, terrenos baldios e às margens das rodovias. “Não se trata do lixo do dia a dia, mas sofás, móveis eletrodomésticos usados, plástico, que além de se tornarem propícios para a reprodução do Aedes, degradam o ecossistema. Somente nas duas primeiras semanas foram coletadas cinco toneladas de lixo”, afirma Loredo.
Profissionais da Secretaria de Obras realizam frequentemente mutirões de limpeza nos fundos de vale, comumente utilizados para o descarte irregular de lixo. A administração municipal, por meio do Samae, oferece a coleta seletiva em toda a cidade. A Secretaria de Obras recolhe todas as quintas e sextas-feiras, apenas nos bairros do município, até 3m² de entulhos da construção e os destina corretamente. Os munícipes que possuem esses resíduos devem comparecer à Secretaria de Obras, na Prefeitura, para fazer o pedido de recolhimento e pagar a taxa administrativa de R$ 25,92.
Na área central, compreendendo o quadrilátero entre as ruas e Avenidas André Sert, Mário de Menezes, Francisco L. Salinet e Antônio Mártire, é obrigatório o uso de caçambas coletoras, sendo a destinação final destes resíduos por conta das empresas credenciadas. Acima desta quantidade é considerado grande gerador, necessitando o contribuinte dar a destinação final através de empresas credenciadas. As pessoas que forem flagradas fazendo o despejo incorreto nos fundos de vale, podem ser multadas entre R$ 50,00 e 50 mil, de acordo com a Lei 2445/2011. Denúncias anônimas podem ser feitas na Secretaria Municipal de Meio Ambiente através do telefone 3178-8400.
De nada adianta o poder público se esforçar para combater o mosquito, se a população não exercer de fato a cidadania, cuidando do seu espaço e do entorno de sua casa. "Infelizmente, apenas as ações realizadas pelos agentes de endemias não são suficientes para combater a dengue. A população precisa colaborar limpando o seu quintal, fiscalizando o acúmulo de água em brinquedos, garrafas, pneus, sacos de lixo, vasos de planta, bebedouros dos animais. Ao passar o veículo do fumacê, os moradores devem abrir portas e janelas para a nebulização alcançar os mosquitos dentro das residências e empresas”, orienta Loredo.
Até o início da semana Ibiporã estava com 1330 casos de dengue notificados sendo 394 confirmados desde o início do ano, sendo todos autóctones (contraídos dentro do próprio município).
Previna-se contra a dengue
Mantenha seu quintal limpo e sem lixo;
Use repelente;
Não deixe o corpo exposto, use roupas que protejam braços e pernas;
Use inseticida dentro de casa durante o dia, principalmente atrás dos móveis e em cantos escuros;
Instale telas nas janelas para evitar que o mosquito entre;
Mantenha as portas fechadas;
Lave a vasilha de água dos animais pelo menos uma vez por semana com água corrente, bucha e sabão;
Jogue no lixo tudo o que acumula água. Ex.: tampas de garrafas, cascas de ovos, latas, copos descartáveis, plástico de cigarro, etc;
Evite plantas que acumulam água, como as bromélias. Sempre coloque areia nos pratos de todos os vasos de plantas;
Tire folhas, galhos e tudo que possa impedir a passagem da água pelas calhas;
Deixe sempre a caixa d'agua fechada.
Secretaria Municipal de Saúde/Núcleo de Comunicação Social/PMI
#JornalUniãoLeia também: