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Cidade, que hoje é referência em comércio e serviços, pode gerar empregos e riqueza com a atração de empresas de base tecnológica

Quem é londrinense sabe. Depois do auge da era do café, a cidade cresceu e se tornou referência em serviços, comércio e construção civil. Enquanto a indústria representa apenas 8,8% do total de empresas formais, 45% delas são do setor de serviços e 37% do comércio. Quando se fala em Produto Interno Bruto (PIB), a indústria responde por 16,1%, enquanto que comércio e serviços contribuem com 67%, e agropecuária com 1,9%. É o que aponta o diagnóstico retrospectivo e comparativo da cidade, que vai balizar o planejamento do Masterplan Londrina 2040. Mas, o cenário atual pode ser transformado com a aposta na atração de negócios em áreas que se apresentam como “novas vocações” para a cidade.

Essas áreas com potencial de inovação e crescimento foram mapeadas em um amplo estudo realizado pela Fundação CERTI, em 2017, que analisou as vocações, tendências, potencialidades e oportunidades para o município. Os setores estratégicos elencados foram Agronegócio, Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), Químico e Materiais, Eletrometalmecânico e Saúde. Além deles, a cidade incluiu no ecossistema outras áreas com forte representatividade, como Turismo, Audiovisual e Economia Criativa.

Diante da oportunidade de pensar o desenvolvimento da cidade para os próximos 20 anos, uma das estratégias do Masterplan pode ser direcionada para apoiar e incentivar as atividades atreladas às potencialidades que o município possui e já conhece.

“É importante estimularmos a atração ou criação de empresas de base tecnológica, inovadoras, de preferência dos setores apresentados pela Fundação CERTI”, avalia o consultor do Sebrae/PR, Sérgio Ozório. Para ele, é uma oportunidade de incrementar a matriz econômica da cidade, que hoje está bastante fundamentada em serviços.

O consultor destaca que essa é uma aposta importante a ser desenhada no planejamento do futuro da cidade, já que os setores econômicos mapeados pelo estudo estruturaram suas governanças e têm no papel os planos de ação para serem executados. As empresas de base tecnológica geram mais valor, atraem profissionais qualificados e atenção mundial. “O ecossistema existe e está ativo. Agora, é preciso criar a estratégia para buscar novos negócios e estimular que as empresas locais também aproveitem as oportunidades e se expandam”, opina o consultor.

A importância de fortalecer os negócios já instalados e apoiar a vinda de novas empresas – sejam elas pequenas, médias ou grandes -, que possam gerar empregos e disseminar riqueza, é evidenciada pela dependência de Londrina da arrecadação de impostos para investimentos em infraestrutura e melhorias. Para se ter uma ideia, cerca de 60% da receita corrente do município vem da arrecadação de tributos como o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), Imposto Sobre Serviços (ISS) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), obrigações de empresas e prestadores de serviços. Os números são do portal Meu Município e referem-se ao último levantamento, de 2019.

O diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Bruno Ubiratan, destaca que o município já tem investido na atração de empresas de base tecnológica e inovadoras, assim como em projetos para apoiar esses setores que despontam como potenciais na cidade. Segundo ele, o Centro de Desenvolvimento Econômico de Londrina (Tecnocentro), espaço dentro do dentro do Parque Tecnológico de Londrina Francisco Sciarra que pretende reunir startups, incubadoras e instituições que trabalham com inovação, está em fase final de obras.

Ubiratan afirma ainda que a vinda de empresas como a Tata Consultancy Services (TCS) e Atos, que estão entre as maiores do mundo no setor de tecnologia e têm promovido o intercâmbio internacional de profissionais e geração de centenas de empregos, mostram o quanto o ambiente local é favorável para a instalação desse tipo de negócio. “No cenário nacional, isso faz com que outras empresas se interessem pela cidade e ajuda a fomentar o ecossistema local”, aponta.

Para o consultor sênior da Macroplan Prospectiva, Estratégia & Gestão, responsável pelo Plano Londrina 2040, Rodrigo Souza, Londrina tem várias opções para se desenvolver e elas não são excludentes. O caminho da atração de médias e grandes empresas é importante, porque essas empresas geram trabalho com valor agregado e demandas por produtos e serviços locais que dinamizam a economia. “Por outro lado, o estímulo ao empreendedorismo e às pequenas empresas, especialmente aquelas de base tecnológica, pode contribuir para gerar os grandes negócios do futuro. Não precisamos e não devemos apostar o futuro em uma única estratégia”, afirma.

Planejamento

O Masterplan Londrina 2040 é um plano estratégico que pretende traçar os rumos do desenvolvimento da cidade pelos próximos 20 anos. Contratado pela Prefeitura de Londrina, o Masterplan também conta com a participação de entidades da sociedade civil organizada, como Sebrae/PR, Fórum Desenvolve Londrina e ACIL. O planejamento é realizado pela Macroplan e tem um prazo de 13 meses para ser finalizado.

Asimp/Sebrae/PR

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