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Grupo que acompanha investigações de clínicas psiquiátricas vai propor a criação de um protocolo de vistoria, além de melhorias na atenção primária

Ao menos duas propostas para melhorar os atendimentos de saúde mental em Londrina devem ser incluídas no relatório final da Comissão Especial (CE) da Câmara que acompanha as investigações sobre clínicas psiquiátricas da cidade. Segundo o vereador Vilson Bittencourt (PSB), que preside a CE, o grupo recomendará a criação de um protocolo para futuras auditorias em instituições psiquiátricas e a ampliação dos investimentos na atenção primária, com o objetivo de diminuir a necessidade de internamentos. A comissão se reuniu mais uma vez ontem (17), para ouvir uma integrante da Comissão de Saúde Mental do Conselho Municipal de Saúde e uma servidora da Secretaria Municipal de Saúde. Além de Bittencourt, participaram do encontro os vereadores Valdir dos Metalúrgicos (SD), relator da comissão, e Eduardo Tominaga (DEM), membro.

“Vamos sugerir a criação de um protocolo de vistorias nas clínicas, seja da Vigilância Sanitária, seja da Saúde, porque, pelo que ouvimos até agora nos depoimentos, as auditorias hoje não têm muita profundidade. Também queremos estudar a atenção básica na saúde mental em Londrina, debater o que o município pode fazer para otimizar o volume de recursos, que não é pequeno, investindo mais na rede básica”, explica o vereador Vilson Bittencourt. Ele ressalta que o Ministério da Saúde preconiza a existência de pelo menos um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) para a Infância e Adolescência a cada 200 mil habitantes. Em Londrina, cidade com pouco mais de 560 mil habitantes, há apenas uma unidade. Os Caps atendem, em caráter aberto, usuários de drogas e pacientes com necessidade de acompanhamento em saúde mental, substituindo os hospitais psiquiátricos.

Na manhã desta sexta os vereadores da CE ouviram a psicóloga do Caps Infantil Nadya Pellizari, integrante do Conselho Regional de Psicologia (CRP) e da Comissão de Saúde Mental do Conselho Municipal de Saúde; e a gerente de Controle e Avaliação da Secretaria Municipal de Saúde, Ana Paula Martinho. Durante a reunião, que durou cerca de uma hora, os vereadores colheram informações sobre a rede de atendimento em saúde mental no município e questionaram o papel do Conselho Municipal na fiscalização das clínicas psiquiátricas que oferecem o serviço de internamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Nadya, é de entendimento do CRP que o internamento é o último recurso a ser adotado na saúde mental. A psicóloga também alertou para a falta de atenção às outras etapas da rede de atendimento.

Próxima reunião

A Comissão Especial de Acompanhamento das Investigações de Clínicas Psiquiátricas de Londrina foi criada após a deflagração de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria de Saúde Pública, para apurar irregularidades na Clínica Psiquiátrica de Londrina (CPL) e na Villa Normanda. As duas instituições oferecem leitos para pacientes com transtornos mentais e usuários de drogas. A comissão deve se reunir novamente na próxima segunda-feira (20), às 9h30, quando os vereadores que compõem o grupo ouvirão dois servidores da Vigilância Sanitária.

Marcela Campos/Asimp/CML

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