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Vilson Bittencourt e Roberto Fú conversaram com dirigentes das instituições conveniadas com o município e que atualmente enfrentam processo judicial

Os vereadores Vilson Bittencourt (PSB) e Roberto Fú (PDT) visitaram na sexta-feira (6) a Clínica Psiquiátrica de Londrina (CPL) e a Clínica Psiquiátrica Comunitária Villa Normanda, investigadas pela Justiça por supostas irregularidades em atendimentos a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo foi conhecer as instalações e conversar com profissionais das instituições sobre as particularidades que envolvem o atendimento hospitalar a dependentes químicos e pessoas com transtornos mentais. Os parlamentares compõem a Comissão Especial (CE) de Acompanhamento das Investigações sobre Clínicas Psiquiátricas de Londrina, criada pelo Legislativo em março, após denúncias do Ministério Público do Paraná (MP-PR) contra as duas instituições. Além de Bittencourt e Roberto Fú, integra a comissão o vereador Eduardo Tominaga (DEM).

Os diretores das clínicas, Paulo Fernando de Moraes Nicolau e Mara Lúcia Silvestre, estão afastados dos cargos desde a deflagração da operação do MP-PR. Durante a visita desta sexta, o diretor interino das instituições, Fernando de Moraes Nicolau, explicou que a Clínica Psiquiátrica de Londrina oferece 200 leitos para pacientes psiquiátricos e mulheres com dependência química. Todos são encaminhados pela Central de Regulação de Leitos do Paraná, por isso as instituições recebem pacientes de diferentes municípios do estado. A Villa Normanda, por sua vez, conta com 65 leitos, todos para homens dependentes químicos.

Ainda de acordo com Nicolau, cerca de 200 funcionários atuam nos espaços, que contam com equipe multidisciplinar composta por cozinheiros, funcionários da limpeza, médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, profissionais de enfermagem, farmacêuticos e nutricionistas, entre outras especialidades. As clínicas recebem recursos públicos por meio de convênios com a União, o Estado e o Município. “Hoje nós recebemos, em média, uma diária de R$ 154 por paciente.  Mas o valor repassado pelo SUS diminui conforme aumenta o tempo de internação do paciente”, afirma. Segundo a diretora clínica das instituições, Carolina Alves de Moraes Nicolau, uma das maiores dificuldades enfrentadas é o alto índice de reinternação dos pacientes, próximo de 70%. De acordo com ela, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) não conseguem absorver adequadamente quem deixa as clínicas. Sem o acompanhamento e as medicações adequadas, os pacientes voltam a necessitar de internação.

Comparação

Segundo o vereador Vilson Bittencourt, que preside a comissão especial da Câmara, a visita desta sexta-feira trouxe novos subsídios para a análise dos atendimentos em saúde mental em Londrina. “Foi importante para fazermos um comparativo, porque na semana passada visitamos o Hospital Psiquiátrico de Maringá e toda a rede de atenção básica psiquiátrica daquela cidade. O que percebemos é que Maringá tem um apoio a mais nos atendimentos, pois naquele município há um hospital geral público com uma ala psiquiátrica, o que não existe em Londrina”, afirma. A comissão tem até 24 de setembro para concluir seu relatório. Além de investigar falhas na fiscalização das duas clínicas, a CE deverá apresentar alternativas para aprimorar os serviços públicos oferecidos aos pacientes com problemas de saúde mental.

Asimp/CML

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