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Em troca, eles ganham salário e redução de pena; serviço tem sido elogiado e faz parte do programa de responsabilidade social da empresa

Oportunidade para quem precisa e merece. Um grupo de seis apenados, com idade média de 27 anos, está trabalhando permanentemente na Sercomtel Iluminação, e mais: tem conquistado muitos elogios dos seus superiores. O trabalho faz parte de um convênio firmado entre a SI e o Centro de Reintegração Social de Londrina (Creslon), que integra o Departamento de Execução Penal do Paraná (Depen). A atividade com o grupo é realizada desde abril e preenche os requisitos da política de responsabilidade social da empresa de iluminação londrinense, cuja iniciativa tem o apoio do prefeito Marcelo Belinati.

Por meio da iniciativa, a Sercomtel Iluminação busca valorizar e facilitar a ressocialização dos hoje detentos. Pelos serviços prestados, que são realizados de segunda a sexta-feira, das 7 às 17 horas, eles reduzem um dia na pena para cada três dias trabalhados, além de receberem ¾ do salário mínimo, que é depositado numa conta poupança especial em seus nomes. Se desejarem, eles podem destinar 80% do valor à família. Durante a hora do almoço eles recebem alimentação; e uma nova refeição ao final do dia, que são oferecidas pela empresa. O transporte, ida e volta, também é de responsabilidade da companhia, que, no fim do expediente, também disponibiliza banho e asseio pessoal antes de conduzi-los novamente ao Centro, para pernoitar em suas detenções.

“Os que estão aqui hoje [na Sercomtel Iluminação] são comprometidos e muito dedicados. Tem valido muito a pena”, diz o coordenador de Operações da companhia, Helder Cavalcanti de Oliveira, que se mostra bastante satisfeito.

Só têm esta oportunidade aqueles que evidentemente estão em regime semiaberto (trabalham de dia e voltam para a detenção no começo da noite). Para poder atuar na Sercomtel Iluminação eles passaram por uma triagem no Creslon, que envolveu análise de perfil e entrevistas.

Já na empresa eles fizeram um treinamento básico, especialmente quanto à obrigatoriedade de uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI).

Atividades

Na Sercomtel Iluminação eles realizam várias atividades, como apoio na área de transporte de equipamentos e construção civil. Também atuam internamente no laboratório da empresa, onde testam e recuperam materiais usados como luminárias, lâmpadas e “braços” (hastes que sustentam as luminárias) e montam os “chicotes” (fios) que vão dentro dos braços.

“Estou gostando muito e aproveito para aprender uma atividade, uma nova profissão. Quero continuar trabalhando nisso quando sair da prisão”, diz um dos beneficiados, que deve concluir sua pena no final do ano. O sonho dele seria permanecer na empresa depois, ou atuar como eletricista autônomo.

Convênio mantido

Satisfeita com o resultado, a Sercomtel Iluminação apoia convênios do gênero e pretende manter a atividade por tempo indeterminado. “Eles são como todo mundo, para nós não há diferenciação. E tem mais, eles são muito produtivos no que fazem”, explica o diretor de Operações da empresa, Tiago Caetano, um dos que articularam a formalização do contrato.

O Centro de Reintegração Social tem cerca de 170 apenados beneficiários do programa em Londrina, que está amparado por lei estadual e lei federal. O contingente atua profissionalmente em empresas públicas e privadas.

“Essas empresas, como a Sercomtel Iluminação, têm contribuído muito, tanto para as pessoas que estão participando do programa quanto para o sistema penitenciário”, salienta o diretor do Creslon de Londrina, Reginaldo Peixoto, que também é o coordenador regional do Depen. “Eles [os detentos] saem com uma outra cabeça quando cumprem suas penas, eles saem com outra finalidade e podem ser, sim, muito úteis para a sociedade”, completou.

NCPML

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