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Marcos Rambalducci participou ontem (27) a convite do vereador Eduardo Tominaga. Ele defendeu estímulos a turismo e industrialização

Em abril de 2020, no início da pandemia de covid-19, Londrina apresentou um saldo negativo de 4 mil empregos formais. A partir de julho o município iniciou um processo gradual de recuperação, com saldo positivo de 1.916 postos de trabalho formais em novembro. Mesmo assim, o município encerrou dezembro do ano passado com variação negativa de quase 500 empregos. Os dados foram repassados na sessão de ontem (27) pelo economista Marcos Rambalducci, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que falou sobre as perspectivas para a economia londrinense após um ano de pandemia de covid-19. Segundo Rambalducci, para ajudar Londrina a superar a crise econômica, aprofundada pela crise de saúde, é preciso investir prioritariamente em dois setores: turismo e indústrias de base tecnológica.

O economista afirmou que Londrina vive um momento de inflexão na economia, de forma semelhante ao que ocorreu em 1975, quando a geada negra devastou as plantações de café na região Norte do Paraná e forçou a cidade a se reinventar. “No ano de 2000, o PIB [Produto Interno Bruto] de Londrina tinha 21% vindos da indústria de transformação. Hoje menos de 14,5% do PIB são desse setor. As áreas de serviço e de comércio são ótimas, mas não trazem dinheiro de fora para dentro. Elas fazem circular o dinheiro, mas não trazem dinheiro novo. As maneiras que temos de alavancar o crescimento rápido de Londrina são duas: a primeira é um processo de industrialização calcado em empresas de base tecnológica, porque elas são intensivas no uso de inteligência e não no uso de recursos naturais. E precisamos acelerar nosso processo de turismo”, afirmou Rambalducci, que participou da sessão a convite do vereador Eduardo Tominaga (DEM).

De acordo com o economista, Londrina teve saldo positivo de empregos em janeiro e fevereiro, mas será preciso acelerar o processo de geração de postos de trabalho se a cidade quiser recuperar o panorama de seis anos atrás. Segundo ele, o pico de empregos formais no município ocorreu em abril de 2015, quando Londrina chegou a 163.223 postos de trabalho com carteira assinada – segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em janeiro de 2021, Londrina tinha 147.601 postos de trabalho com carteira assinada. “Para chegarmos daqui a 10 anos com a mesma proporção de trabalhadores com carteira assinada, seria preciso criar 4.531 empregos por ano”, afirmou.

Rambalducci também chamou a atenção para o aumento no preço dos alimentos que compõem a cesta básica e o comprometimento da renda das famílias. Segundo ele, o preço da cesta básica em Londrina aumentou 31,7% entre janeiro e dezembro do ano passado, passando de R$ 384,19 para R$ 507. Apesar da crise sanitária, da inflação e do desemprego, o professor ressaltou que as projeções são de que o PIB de Londrina suba em torno de 4,5% em 2021, enquanto o país deve crescer cerca de 3,5% neste ano. Questionado pelo vereador Eduardo Tominaga sobre o motivo dessa diferença, Rambalducci elencou dois fatores. “Nós nos recuperamos mais rapidamente porque rapidamente permitimos que a indústria retomasse um processo de normalidade. Isso ajudou a dinamizar a economia. Outra questão importante foi o suporte a micro e pequenas empresas a partir da criação de um Fundo Garantidor para empréstimos (instituído com recursos devolvidos pela Câmara à Prefeitura)”, disse.

Asimp/CML

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