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A cerimônia de formatura ocorreu na quinta-feira (26) em uma das salas da penitenciária. A partir de agora, os participantes poderão gerenciar seu próprio negócio e recomeçar suas vidas por meio do trabalho.

Vinte e oito presos da Penitenciária Estadual de Londrina II (PEL2) receberam seus certificados dos cursos profissionalizantes de construção civil, elétrica predial e refrigeração, ofertados à primeira turma do Projeto Capacitar para Libertar.

A cerimônia de formatura ocorreu na quinta-feira (26) em uma das salas da penitenciária. A partir de agora, os participantes poderão gerenciar seu próprio negócio e recomeçar suas vidas por meio do trabalho

Lançado em maio deste ano, o projeto tem como objetivo a capacitação e qualificação profissional das pessoas privadas de liberdade para que possam atuar de forma legal e autônoma, reinserindo-se no mercado de trabalho e na comunidade. Além da formação, cada preso recebeu um kit com as ferramentas necessárias para trabalhar, cartões de visita e camisetas personalizadas com o nome da sua empresa, além do cadastro de Microempreendedor Individual (MEI).

 “Nossa missão é dar uma nova oportunidade ao indivíduo e salvar vidas. Por isso, esperamos que essas pessoas que aqui estão hoje façam valer a pena e aproveitem essa iniciativa para que esse projeto possa ser levado adiante e ampliado” disse o diretor-geral do Depen, Francisco Caricati.

Segundo ele, a intenção é que essas pessoas possam ser agentes transformadores na sociedade. “Quando saírem daqui, não farão isso de mãos vazias como entraram, mas sairão com uma profissão. E como empresários podem dar oportunidade para outros que estejam na mesma condição que estiveram um dia”, afirmou o diretor.

Parcerias

A iniciativa é resultado de uma parceria entre o Departamento Penitenciário do Paraná e o Ministério Público do Trabalho (MPT) de Londrina, e conta com apoio do Senai, Sebrae, Faculdades Pitágoras e a Costa Rica Malhas. O projeto ainda é fiscalizado pelo juiz da Corregedoria dos Presídios de Londrina, Katsujo Nakadomari, e pelo promotor de Justiça do Paraná Eduardo Diniz Neto. Ao todo, foram investidos cerca de R$ 600 mil, disponibilizados pelo MPT.

Como funciona

Entre os requisitos necessários para a participação está a proximidade do direito à progressão de regime, escolaridade mínima, bom comportamento, entre outros. Após o término do curso, os participantes são colocados em liberdade monitorada ou receberão autorização de saída temporária para trabalho, e devem ser acompanhados pelo Conselho da Comunidade e Escritório Social do Depen.

“Esse projeto acende uma luz no fim do túnel. Tenho certeza que mudará nossas vidas e de outros que virão, pois não faz apenas nos sentirmos qualificados para uma profissão, mas nos sentirmos humanos. Todos nós aqui somos pessoas melhores do que quando chegamos”, disse um dos presos participantes do projeto.

O idealizador do projeto, o procurador do Ministério Público do Trabalho e coordenador nacional do Projeto de Adequação das Condições de Trabalho no Sistema Prisional, Heiler Ivens de Souza Natali, disse que a sociedade não costuma abrir as portas para egressos do sistema prisional, mas irão abrir para empresários.

“Hoje essas pessoas têm condições reais, concretas de reinserção. É a oportunidade de reconstrução da história de vida. Eu vejo todos progredindo, esse é o desejo, esse é o sentimento”, disse. 

“Isso tudo só foi possível graças ao envolvimento de todos, gostaria de agradecer a união e a parceria de toda a equipe”, enfatizou o coordenador regional do Depen, em Londrina, Reginaldo Peixoto.

O diretor da PEL2, Emerson das Chagas, explica que os formandos, neste primeiro momento, receberão autorização da Vara de Execuções Penais para a saída monitorada para prestar serviço externo, e que no horário noturno retornam à unidade penal.

“A intenção é que, assim, tenham condições e possam deixar a unidade penal com a progressão e possibilidade de harmozinação do regime semiaberto com o uso da tornozeleira eletrônica”, afirmou Chagas.

AEN

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