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Desde o início da pandemia, as instituições registraram 12 mortes por complicações do novo coronavírus. Há 30 dias, nenhum idoso apresenta sintomas

Doze idosos que residiam em Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPIs) de Londrina faleceram por covid-19 desde o início da pandemia na cidade. Após as primeiras oito mortes, em uma mesma instituição, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu, em junho, a abertura de um inquérito para apurar o caso, e firmou acordo com a Prefeitura de Londrina para a realização de testagem em massa de todos os idosos atendidos nas ILPIs, assim como dos funcionários que atuam nas instituições. Segundo a secretária municipal do Idoso, Andrea Andrea Danelon, e o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, um plano de contingência foi adotado e o surto, contido. No momento, segundo eles, não há nenhum novo caso de coronavírus nas ILPIs. "Os idosos do lar onde ocorreram os óbitos, apesar de continuarem em isolamento, estão hoje há 29 dias sem apresentar nenhum sintoma", afirmou Danelon.

Os responsáveis pelas pastas do Idoso e da Saúde participaram da sessão ordinária remota da quinta-fera (13) da Câmara de Londrina. O convite foi feito pelo vereador José Roque Neto (PSB), por meio do requerimento nº 108/2020. O objetivo foi saber as ações tomadas para solucionar os danos causados pela pandemia de covid-19 nas instituições para idosos e os resultados do acordo firmado entre a Prefeitura e o MP-PR.

Londrina tem atualmente 21 ILPIs, três delas conveniadas com o município e as demais, particulares. Nessas ILPIs, residem 579 idosos, população na qual a taxa de letalidade por covid-19 chega a 15%. De acordo com Danelon, o primeiro caso de coronavírus nas instituições de longa permanência foi registrado no final de maio, em uma ILPI conveniada. A secretária explicou que provavelmente o vírus foi trazido por profissionais que atuam na instituição, uma vez que, desde o dia 17 de março, o decreto 334/2020 proibiu a entrada de familiares, colaboradores e voluntários nas ILPIs conveniadas e particulares. Após a confirmação da doença, a Prefeitura aplicou 465 testes rápidos, nos funcionários e idosos das conveniadas. "Todos esses testes rápidos deram negativo. Mas, infelizmente, tivemos o primeiro óbito, de um idoso de 94 anos, logo em seguida. Ele começou a ter os primeiros sintomas numa segunda-feira e veio a óbito na quarta", detalhou.

Segundo Danelon, a partir da primeira morte, o Executivo passou a tomar medidas mais incisivas. "A Secretaria de Saúde disponibilizou uma médica da rede municipal em tempo integral para nos ajudar no monitoramento dessas casas de repouso", disse. De 20 de maio a 23 de junho, ocorreram oito mortes em idosos em uma mesma instituição e a Prefeitura iniciou a aplicação de testes PCR em residentes e funcionários das ILPIs, conveniadas e privadas, que apresentavam sintomas. Foram descobertos 37 casos positivos em idosos (34 residentes em ILPIs conveniadas) e 17 em funcionários (15 de conveniadas). O Município iniciou ainda outras estratégias, como a divisão do lar onde houve o surto em duas partes, com equipes distintas de trabalho para cada um dos dois lados.

No período entre 23 de junho e 29 de julho, houve mais quatro mortes e a Prefeitura, em acordo com o MP, fez uma nova testagem em massa, em todas as instituições de idosos da cidade. Dos 1.498 testes realizados, quatro foram positivos para a covid-19 – um idoso de ILPI particular e três funcionários de instituições conveniadas. "Depois esse idoso fez a contraprova e testou negativo. Ele ficou isolado, mas já voltou ao convívio", disse Danelon. Segundo o secretário da Saúde, Felippe Machado, as ações permitiram minimizar o impacto do vírus nas instituições. "Fomos monitorando e controlando todo dia, com ações de testagem. [..] Com isso, a gente esperava em um período de 14 a 21 dias ter o controle desse surto localizado. Esse plano de contingência montado nas instituições de longa permanência se mostrou bastante efetivo de acordo com essa testagem em massa", afirmou.

Interpelações

Os vereadores Professor Rony (PTB) e Amauri Cardoso (PSDB) parabenizaram o trabalho dos secretários. "As perdas seriam muito maiores se não tivéssemos tido esses cuidados", disse Rony. Autor do convite aos membros do Executivo, o vereador José Roque Neto (PSB) questionou os secretários se ainda existem ações não realizadas por falta de recursos. Segundo Andrea Danelon, o Conselho Municipal dos Direitos do Idoso autorizou recentemente a compra emergencial de R$ 430 mil em Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), além de outras doações recebidas em apoio às ILPIs. A destinação deve ajudar a controlar a doença nas instituições.

O vereador Eduardo Tominaga (DEM) perguntou aos convidados se as secretarias têm indicado a suplementação de vitamina D (um hormônio imunoregulador) aos idosos das instituições de longa permanência ou se ações dessa natureza ocorrem de forma particular. De acordo com Andrea Danelon, os médicos que atendem às instituições avaliam caso a caso e prescrevem individualmente os medicamentos considerados adequados.

Asimp/CML

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