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Grupo apresentará os número do Atlas da Violência e debaterá as formas de combate à violência racial, o mercado de trabalho e empoderamento feminino

Na próxima segunda-feira (19), das 19h às 22h, será realizada o Encontro de Mulheres Negras de Londrina e Região. A reunião acontecerá no auditório da Prefeitura de Londrina, que fica no segundo andar do prédio administrativo, na Avenida Duque de Caxias, 635, no Centro Cívico. A entrada é aberta ao público.

O objetivo do encontro é discutir questões atuais sobre a situação da mulher negra no município e no interior do Paraná, assim como trazer à tona temáticas, muitas vezes, silenciadas pela sociedade, como o alto índice de feminicídio de mulheres negras, de homicídios da população jovem negra, o racismo e a discriminação racial, assim como o preconceito que permeia falas e atitudes de muitas pessoas.

Segundo a gestora municipal de Igualdade Racial, Maria de Fátima Beraldo, a intenção é abordar assuntos que ajudem a disseminar as informações importantes como os número divulgados no Atlas da Violência, organizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Além disso, as participantes buscarão elencar os principais assuntos a serem levados ao “Encontro Nacional de Mulheres Negras 30 Anos: contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil”, que acontecerá em Goiânia (GO), de 6 a 9 de dezembro deste ano. O município de Londrina encaminhará delegadas do município para esse encontro nacional.

“Essa é uma luta que a mulher negra está chamando, mas é de todas as mulheres e da sociedade. Temos que falar sobre o feminicídio da mulher negra e do homicídio da população jovem negra. Não vamos tratar somente sobre o preconceito e a discriminação, mas também sobre a violência, sobre o mercado de trabalho, empoderamento feminino e o combate as diversas formas de violência”, explicou Maria de Fátima.

Participarão da reunião lideranças da cidade de Londrina, de Cambé e da região norte do Paraná. Entre elas estão profissionais das mais diversas áreas como comunicação, direito, moda, administração, estética, educação, entre outras. Elas integram grupos importantes da região, sendo que há pesquisadoras do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Estadual de Londrina (NEAB/UEL), membros do coletivo Black Divas, do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Londrina e de Cambé, da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Subseção Londrina, Gestão de Promoção de Igualdade Racial, Grupo de Trabalho (GT) de Combate ao Racismo do Ministério Público do Paraná (MP/PR).

Com estes encontros, o grupo espera formar um grupo de trabalho ou um coletivo. Até o momento, não há uma diretoria constituída, mas a linha de condução das propostas e dos eixos já estão sendo montados. Entre os principais tópicos de debates do GT estão o combate ao racismo, ao preconceito e a discriminação contra a mulher negra, assim como o combate à violência, o feminicídio, o mercado de trabalho, e o empoderamento da mulher negra.

“Os encontros têm acontecido em Londrina e fico agradecida por isso, porque nós acolhemos a plenária no momento em que foi para tratar dela e, por conta de vários acontecimentos com a mulher, decidimos debater essas situações. Em Curitiba já existe um coletivo de mulheres negras, mas no interior do Paraná não há nenhum”, considerou a gestora municipal.

Entre os acontecimentos recentes que marcaram a violência contra a mulher negra no Brasil está o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco. Ela se tornou símbolo das ações de combate à violência de gênero e racial. De acordo com dados do Atlas da Violência, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2018, a mulher que sofre feminicídio, muitas vezes, antes de vir a ser uma vítima fatal, já suportou uma série de outras violências como de gênero, psicológica, patrimonial, física ou sexual.

No Brasil, em 2016, foram registrados 4.645 assassinatos de mulheres, o que representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada 100 mil brasileiras. Dentre estas vítimas, a taxa de homicídios é maior entre as mulheres negras do que as demais, sendo que a diferença chega a 71%. De 2006 até 2016, a taxa de homicídios para cada 100 mil mulheres negras aumentou 15,4%, enquanto para as demais houve queda de 8%. Estes e outros dados serão apresentados durante o encontro e debatidos durante a formação do coletivo de mulheres negras de Londrina e região.

Denúncias

Aqueles que presenciarem atos de racismo, injúria racial, discriminação ou violência à população negra podem denunciar. Para isso, é preciso telefonar para o 190 ou 197, da Polícia Militar ou pelo 153 da Guarda Municipal de Londrina. Também é possível procurar pela Delegacia de Polícia mais próxima do local do acontecimento para registrar um boletim de ocorrência.

Ana Paula Hedler/NCPML

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