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Os estudantes de pós-graduação da UEL iniciaram uma mobilização contra os cortes nos orçamentos de Ciência e Tecnologia e Educação, promovidos pelo Governo Federal nos últimos meses. Diante do cenário de precarização no ensino, na pesquisa e na extensão (tripé que constitui as universidades públicas), e também das ameaças constantes de redução no financiamento das bolsas de estudo, os estudantes, reunidos na noite da última segunda (30), decidiram aderir à paralisação da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), convocada para hoje (2).

Na assembleia, os estudantes decidiram pela concentração no Calçadão de Londrina, às 13h. No local, vão conversar com a população, entregar panfletos e expor trabalhos científicos apresentados em congressos e eventos em formato de banner. As atividades devem se estender até o fim da tarde e contar com representantes discentes de todos os programas de pós-graduação da universidade.

Além das atividades no Calçadão, os estudantes também pretendem comparecer no Hospital Universitário, no Ambulatório do Hospital das Clínicas, no Hospital Veterinário e no Escritório de Aplicação de Assuntos Jurídicos - todos serviços prestados à comunidade pela UEL e que contam com a atuação dos estudantes para funcionar - para conversar com a população que utiliza esses e outros serviços disponibilizados pela universidade. Na visão dos estudantes, este será um público fortemente atingido pelas medidas de austeridade econômica no âmbito da pesquisa e da educação.

De acordo com a nota da ANPG, “a pós-graduação tem sido alvo frequente dos ataques do governo Bolsonaro”, que em seis meses promoveu cortes de quase 12 mil bolsas de estudos e R$ 300 milhões do orçamento da CAPES, além de reduzir o financiamento do CNPq a zero em 2020. A associação espera estabelecer um calendário de lutas unificado em todo o Brasil a partir da paralisação.

A UEL conta atualmente com 2874 pesquisadores vinculados a 50 programas de pós-graduação stricto senso (mestrado e doutorado). Desse total, 1355 eram bolsistas no início de 2019. Somando todos os benefícios, a Universidade captava aproximadamente R$ 2,7 milhões/mês das agências de fomento CAPES (com 937 bolsas), seguida pela Fundação Araucária (338) e CNPq (80). Após os sucessivos cortes a nível federal, a Universidade passa a ter 695 bolsas. A previsão é que a redução das bolsas gerem um impacto direto na economia local da ordem de 5 milhões. Além disso, a precarização da pesquisa na Uel afeta o funcionamento e as atividades dos programas, gerando também um impacto financeiro indireto no turismo, no comércio e na prestação de serviços da cidade.

Pamella Basseti/Asimp

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