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Integrantes do Movimento Justiça estiveram na Câmara Municipal de Londrina na sessão ordinária da quinta-feira (6) para pedir apoio aos vereadores

Familiares de pessoas mortas pela Polícia Militar (PM) em Londrina estiveram na Câmara Municipal na sessão ordinária da quinta-feira (6). Integrantes do Movimento Justiça questionaram a versão de que as mortes ocorreram durante confrontos, após reação à abordagem policial, e cobraram a investigação dos casos. A pedido do vereador Vilson Bittencourt (PSB), a sessão foi suspensa por 15 minutos para que duas pessoas falassem pelo movimento: Ana Paula da Silva Andrade Reis e Jéssica Cristina Prestes Carvalho. Em entrevista concedida à imprensa e à equipe de Jornalismo da Câmara, elas disseram que 36 pessoas foram mortas em confrontos com a PM em 2019, a maioria em circunstâncias muito parecidas – estavam sozinhas e foram alvejadas com vários tiros.

"Viemos pedir ajuda, justiça para esses casos. Estamos cansadas de ser julgadas como ‘mulheres de bandido’ e de ouvir que ‘mais um CPF foi cancelado’. Somos pessoas dignas, cada uma de nós tem sua profissão ou está estudando para ter. Só queremos justiça para que esses casos sejam solucionados", afirmou Jéssica, durante pronunciamento em plenário.

Ela contou que o esposo, Washington Ricardo de Souza, foi morto com 14 tiros em 21 de junho do ano passado, na zona leste de Londrina, perto do mercado Santarém. De acordo com Jéssica, Souza morreu cinco minutos após deixá-la em casa. "Quando cheguei ao local, os policiais me disseram que, ao ser abordado, ele saiu do carro com uma arma na mão. Mas não teve nenhum tiro da parte dele e ele não tinha arma. Além disso, ninguém é doido de enfrentar um policial com um fuzil. Todos os tiros que ele levou, todos no peito, foram de fuzil. Eram quatro policiais", disse. Segundo Jéssica, o marido tinha passagem pela polícia por estelionato e havia receptado um carro dias antes de morrer. "Ele havia sido parado pela Choque Motos com esse carro e liberado. Achei estranho, porque já havia aviso de roubo", afirmou.

Ana Paula Reis perdeu o filho de 17 anos em 2016, com nove tiros. "Não é porque o meu filho teve uma passagem pela polícia que ele merecia morrer. Ele deveria estar preso e pagar por aquilo. Eu estou aqui defendendo 28 famílias", disse em plenário. Segundo ela, membros do Movimento Justiça se reuniram em dezembro do ano passado com o promotor Leonir Batisti, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), vinculado ao Ministério Público do Paraná. Os familiares pediram que casos como o de Washington sejam investigados, uma vez que o Gaeco é o órgão responsável pelo controle externo da atividade policial.

Novo presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, o vereador Jamil Janene (PP) afirmou em plenário que o grupo ficará à disposição dos familiares. "Se precisar viajar com vocês, para ir a Curitiba, vamos com vocês", disse ele, que integra a comissão ao lado dos vereadores Péricles Deliberador (PSC), vice-presidente, e Jairo Tamura (PL), membro.

Asimp/CML

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