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Em coletiva transmitida online, Marcelo adiantou que Município irá recorrer da decisão; com novo caso positivo, Londrina tem 100 confirmações de coronavírus

O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, promoveu uma transmissão online ontem (28), para esclarecer a pposição do Município diante da pandemia de coronavírus. Na última terça-feira (27), uma liminar expedida pelo Tribunal de Justiça acatou liminar do Ministério Público, para o fechamento do comércio, prestação de serviços, indústrias e outras atividades produtivas. Como o Município não foi oficialmente intimado da decisão, aguarda a notificação para que as medidas entrem em vigor imediatamente.

No entanto, o prefeito antecipou que a Prefeitura irá recorrer da decisão. “Em respeito à Justiça, vamos cumprir a decisão, mas tão logo sejamos intimados, iremos recorrer em todas as instâncias jurídicas, para que possamos reverter essa decisão. A decisão judicial tem que ser respeitada, mas não concordamos. A questão de reabrir o comércio e as atividades produtivas é pelo equilíbrio que o gestor tem que ter. Instituímos o uso de máscaras, a higienização das mãos com álcool em gel, entre outros critérios rigorosos. E vamos recorrer porque essa é a nossa estratégia, de abertura e fechamento intermitentes. Estratégia essa baseada em estudos científicos, analisando o que acontece aqui em Londrina dia a dia, semana a semana, quinzena a quinzena”, frisou.

Marcelo relembrou que a Prefeitura conta com um Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COESP), que reúne médicos de diversas especialidades e representantes de serviços de saúde da rede pública e privada, para analisar todos os dados a respeito do coronavírus, não só de Londrina mas do Brasil e do mundo. “Esse grupo nos dá os caminhos, fora tantas as decisões tomadas aqui antes que várias regiões do mundo, como o uso das máscaras de tecido. Fechar o comércio foi uma decisão técnica, e da mesma forma, quando abrimos, foi baseado na ciência e na medicina. A gente discute, debate, mas as decisões são analisadas com muito critério e rigor, com responsabilidade”, ressaltou.

Além de elaborarem o recurso judicial quanto à liminar, que determina a abertura exclusivamente dos serviços essenciais determinados em decreto federal, o prefeito destacou que os procuradores do Município atuam em prol de reverter a decisão e também garantir a execução das demais medidas que a Prefeitura planeja implementar. “Toda nossa equipe de advogados, com mais de 40 profissionais, está trabalhando para recorrer em todas as instâncias jurídicas, de forma a garantir o sustento das pessoas que precisam, permitir que a nossa estratégia, que está sendo construída desde quando a pandemia começou, seja realizada da maneira que traçamos, e para que o grupo de especialistas tenham suas decisões preservadas, pois está dando certo”, concluiu.

Segundo o prefeito de Londrina, assim que o Município receber a notificação oficial acerca da liminar, irá comunicar as entidades representativas para que procedam com o cumprimento da decisão.

Boletim

Na sequência, o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, apresentou os dados atualizados sobre casos de coronavírus em Londrina. Nesta terça-feira (28), a cidade acumula 100 casos confirmados da doença, o que corresponde a uma incidência de 173,77 casos por milhão de habitantes. Esse valor está abaixo do índice nacional, que é 316,15 por milhão de habitantes, o que mantém o município em situação de alerta.

Dos 100 casos positivos em Londrina, 69 já estão recuperados. Com a doença ativa, dez pacientes fazem o isolamento domiciliar, e oito estão internados, sendo cinco em enfermaria e três em UTI. A cidade mantém o registro de treze óbitos por coronavírus, sendo que a maioria ocorreu em pessoas do sexo masculino (62%), com idade de 60 anos ou mais (10 casos).

Seguem em andamento, aguardando o resultado de exames, 64 casos suspeitos. E 817 casos já foram descartados. O secretário de Saúde destacou que, dentre as cidades paranaenses, Londrina segue com maior número de testes realizados para diagnóstico de coronavírus. “Um dos principais indicadores preconizado pela Organização Mundial de Saúde é a testagem em massa. No Brasil, infelizmente os números não são muito bons, e pouquíssimos países conseguiram aplicar testagem em massa. No Paraná, Londrina se destaca. O gráfico atualizado, que analisa o número de testes por milhão de habitantes, indica que Londrina realizou 1.721 por milhão/habitantes, mais que Curitiba, Maringá e Cascavel, que são grandes cidades. E estamos implantando um amplo programa de testes, que nos dará um cenário ainda mais preciso e elevando muito mais o índice de testagem, graças a investimentos da Prefeitura e parcerias”, informou.

Em relação à ocupação de leitos dos hospitais, Londrina possui uma taxa de 51r% de uso, dentre os 1.423 leitos disponíveis. “Se formos analisar os pacientes internados por coronavírus, no momento temos oito. É um número confortável, diante da estrutura montada para atender a população. Na data de hoje, nossa ocupação é de 51% em leitos de enfermaria e UTI, dos hospitais gerais. Temos metade dos leitos hospitalares vazios, e isso é por conta da reorganização feitas, das medidas tomadas, baseadas em critérios científicos e médicos. O resultado não poderia ser melhor”, disse o secretário.

Ao final da apresentação do boletim, Machado mostrou a análise, elaborada em conjunto pela Vigilância Epidemiológica do Município com equipe de Estatística do departamento de Matemática da UEL. O gráfico revela os casos positivos de COVID-19 em Londrina, até o dia 22 de março, e projeta quantos outros casos ocorreriam se as medidas não farmacológicas não fossem aplicadas na cidade. “Se não fossem aplicadas, em 18 de abril seriam 3.934 casos, com um índice de transmissão de 1,44, e chegaríamos em 3 de maio com absurdos 26.507 casos da doença. Mas, como tomamos as medidas preventivas, a curva mudou. Trazendo para o novo cenário, com todas as medidas assertivas, a projeção para 3 de maio é de 195 casos confirmados”, indicou.

Por fim, o secretário municipal de Saúde reforçou que todas as medidas preventivas individuais devem ser aplicadas rotineiramente, especialmente pelos idosos e pessoas que integram os grupos de risco. “Esse último gráfico mostra com clareza que as decisões aplicadas foram corretas e tiveram o resultado esperado, com estudos científicos embasando essas decisões e a nossa estratégia. Temos tudo para enfrentar a pandemia, que está começando, da melhor forma possível, com uma estrutura que visa atender o cidadão. Mas, precisamos entender que a vida não retornou ao normal. Passaremos por dias estressantes nos próximos meses, mas com total condição, de forma conjunta, de atravessar essa pandemia com o mínimo de percalços possível”, concluiu.

NCPML

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