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Promovida pelo grupo Homens EIG, atividade inicia na segunda-feira (12); entre os assuntos discutidos, estarão a violência contra a mulher no ambiente religioso e outros espaços

A partir de segunda-feira (12), às 20h, o grupo Homens EIG, que integra o coletivo Evangélicas pela Igualdade de Gênero (EIG), promove a oficina virtual “Violências Masculinas Dentro e Fora dos Espaços Religiosos”. A iniciativa conta com apoio da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres (SMPM) de Londrina, e é aberta aos homens em geral, principalmente os que frequentam ambientes religiosos.

Transmitidos por meio da plataforma Zoom, os dez encontros terão duração de cerca de duas horas e serão realizados semanalmente, até 13 de setembro. Os interessados podem fazer suas inscrições, de forma gratuita, por meio do formulário on-line (clique aqui). Não há limite de vagas.

A secretária municipal de Políticas para Mulheres em exercício, Rosângela Teruel, ressaltou que, ao apoiar a oficina, a SMPM pretende dar visibilidade ao tema da masculinidade tóxica. Segundo Teruel, o termo é utilizado para expressar um padrão de comportamento que pode levar a diversas formas de violência, entre elas a violência contra a mulher. “A oficina contribuirá para a reflexão sobre os papéis sociais exercidos por homens e mulheres, assim como as estratégias de prevenção à violência doméstica e familiar por meio da mudança de comportamento”, frisou.

De acordo com o coordenador do Homens EIG e pastor da Comunidade Cristã na Zona Leste, Daniel dos Santos, o objetivo da ação é sensibilizar o público masculino sobre as violências que são cometidas contra a mulher em diversos espaços, em especial o religioso. “O machismo existe de forma generalizada na sociedade, e também está presente na esfera religiosa. Além de a mulher frequentemente ser silenciada e relegada a um papel secundário dentro da religião, algumas interpretações errôneas das escrituras bíblicas são usadas para legitimar a violência doméstica. Nosso objetivo é promover a conscientização, para que possamos ter uma sociedade mais justa e igualitária”, disse.

A vice-coordenadora nacional do EIG, Vanessa Carvalho Mello, salientou que o coletivo já contou com o apoio e parcerias da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres em outras de suas iniciativas. Segundo Mello, a SMPM cumpre um papel fundamental no combate à violência contra a mulher, e está na vanguarda dessas ações, buscando abarcar outros parceiros.

“Em 2019, por exemplo, o EIG e a Secretaria promoveram a campanha ‘Homens pelo Fim do Feminicídio’, que conseguiu abrir os olhos da população, principalmente dos homens de Londrina, sobre essa questão. Também em Londrina, realizamos ações nos Centros de Socioeducação de adolescentes e jovens em conflito com a lei, nas quais abordamos as masculinidades tóxicas; e promovemos rodas de conversa sobre a violência contra a mulher, em conjunto com a OAB e a Secretaria de Políticas para Mulheres”, elencou a vice-coordenadora nacional do EIG.

Dividida em 10 reuniões, a oficina será ministrada por Daniel dos Santos, em conjunto com os demais integrantes do grupo Homens EIG: José Barbosa Júnior, Hermes Rangel e Laércio Batista. Entre os conteúdos trabalhados, estarão o significado de ser homem, o silenciamento da mulher no espaço religioso, e os papéis sociais tradicionalmente atribuídos a homens e mulheres.

O integrante do coletivo e presbítero, Hermes Rangel, explicou que o material trabalhado na atividade provém do projeto “E Agora, José?”, realizado em Santo André (SP), junto a homens que cumprem pena alternativa por terem descumprido a Lei Maria da Penha. Rangel, que é voluntário da iniciativa desde 2017, destacou que, apesar de adaptada para a oficina virtual, a abordagem manterá o foco original no diálogo. “Queremos não só falar, como também ouvir o que os homens têm a nos dizer. Por meio do diálogo e da reflexão, pretendemos desconstruir a masculinidade tóxica que está tão difundida socialmente”, afirmou.

Atuação

Fundado em âmbito nacional, em 2015, o coletivo Evangélicas pela Igualdade de Gênero tem o objetivo de abordar a religião a partir de uma perspectiva feminista, crítica e plural, dando voz, respaldo e assessoramento às mulheres que são oprimidas no ambiente religioso.

O movimento conta atualmente com 130 membros, entre mulheres e homens. Possui frentes de trabalho em São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Espírito Santo e região norte do Brasil. Em Londrina, o grupo está ativo desde 2019 e é formado por 17 integrantes, fazendo parte do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) e da Rede Municipal de Enfrentamento à Violência Doméstica, Familiar e Sexual contra as Mulheres.

NCPML

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