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Cleonice Formaio participa da paróquia dedicada à santa, cuja relíquia foi entronizada e ficará em exposição para orações

A fé que nada tem, mas recebe tudo. Assim podemos definir o sentimento que Cleonice Aparecida Silva Formaio levou consigo quando fez uma peregrinação à Terra Santa em setembro deste ano, junto com o padre Wanderley Rodrigues dos Santos, pároco da Catedral, grupo promovido pela Terra Santa Turismo. Cleonice, na realidade, participa da paróquia Santa Rita de Cássia em Londrina, mas decidiu viajar com o grupo da Catedral justamente porque a peregrinação passaria pela cidade da sua santa de devoção. E de lá trouxe uma relíquia da santa, que foi entronizada na paróquia no dia 30 de setembro de 2017, exatamente um ano depois da dedicação feita por Dom Orlando Brandes.

Cleonice tinha um desejo: conseguir uma relíquia de Santa Rita de Cássia. Mas sabia que era algo muito difícil e demorado. “Estamos trabalhando já há alguns anos para a paróquia se tornar um santuário. Ela foi dedicada no dia 30 de setembro de 2016 e, no início do ano, recebi um roteiro da Terra Santa Turismo e um dos lugares era a cidade de Santa Rita”, conta Cleonice. Cássia é uma pequena comuna italiana com cerca de 3,2 mil habitantes, na região da Úmbira, na província da Perúgia.

Dali por diante, Cleonice começou a pesquisar qual o procedimento para pedir uma relíquia da santa. Relíquia normalmente é uma parte do corpo ou de vestes da pessoa e serve como uma lembrança, uma forma de devoção àquele santo. “Comecei a pesquisar, vi na internet e descobri que precisava de uma carta do bispo.” Como na época Londrina estava sem bispo, quem assinou o pedido foi Dom Manoel João Francisco. Uma carta do pároco, padre Paulo Alencar, reforçou o pedido.

Abadessa

Entretanto, tudo foi muito corrido e ficou pronto duas semanas antes da viagem, em setembro deste ano. “Eu pretendia mandar a carta antes. Mas, com as duas cartas na mão a duas semanas da viagem, eu fui com elas para lá”, lembra. Quando Cleonice desembarcou na Itália, a primeira coisa que fez foi pedir ao guia acompanhante que ligasse para Cáscia. Assim descobriu que não era ao bispo de lá que precisava levar, mas à abadessa do santuário. Logo marcaram um encontro, depois de uma missa que o grupo celebraria em Cáscia.

Além de Cleonice, estavam o padre, o guia e a abadessa, que só falava em italiano e tudo era traduzido pelo guia. “Eu não entendia nada, mas ela conversava olhando pra mim e eu pra ela. Quando entreguei a carta, ela foi pra dentro. Aí voltou, falou alguma coisa com o guia e tornou a ir pra dentro. Quando ela voltou novamente, eu me arrepiei. Eu entendi tudo o que ela disse: ‘quando chegarem lá, quero que vocês mandem uma carta do recebimento’. Até hoje não sei como eu entendi, se ela falou em italiano ou em português”, lembra a peregrina.

Tudo ficou meio no ar. De repente, a abadessa voltou com um envelope, entregou nas mãos de Cleonice e saiu. Todos ficaram estáticos. Quando a peregrina de Londrina saiu do monastério e se reencontrou com o grupo, desatou a chorar. Uns tentaram consola-la que realmente era difícil, mas ninguém percebeu que a relíquia já estava com ela. Foi quando abriram o envelope e viram um relicário com uma lasca do osso de santa Rita de Cássia e um documento atestando a autenticidade.

Relíquia

“Uma relíquia é um sinal da confirmação na fé e da proximidade com aquela pessoa que foi tocada por Deus. É uma forma de nos encorajar a seguir o seu exemplo, um desejo de caminhar para que nos tornemos santos”, afirma o padre Paulo Alencar, pároco da paróquia Santa Rita de Cássia em Londrina. De acordo com ele, a relíquia é um sinal de devoção. A raspa do osso de Santa Rita em Londrina, que está numa espécie de relicário, ficará exposta na paróquia em frente à imagem da santa, sempre nos horários em que a paróquia estiver aberta. Todos os fiéis podem visitar e rezar diante da relíquia. “Vai ficar num vidro para veneração e nas missas solenes, irá para perto do altar.”

Caco Braile, diretor da Terra Santa Turismo, diz que o feito de Cleonice não é fácil e que a fé de uma pessoa ajuda a conseguir o seu objetivo. “Na realidade, esse roteiro não tinha visita à cidade de Cássia. Mas, como a Cleonice tinha se interessado pela viagem, nós incluímos e a convidamos”, ressalta. Não foi a primeira vez que um grupo da Terra Santa Turismo trouxe uma relíquia. O padre Roberto Medeiros, de Bandeirantes, trouxe uma pedra retirada da capela onde São Miguel Arcanjo teria estado, em San Giovanni Rotondo, também na Itália.

Fábio Luporini/Asimp

#JornalUnião

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Relíquia de Santa Rita de Cássia - Fábio Luporini/Divulgação
Padre Paulo Alencar, com a relíquia, no altar da paróquia de Santa Rita de Cássia - Fábio Luporini/Divulgação
Cleonice, com a relíquia que trouxe da Itália - Fábio Luporini/Divulgação

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