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Fechamento agora vale até 12 de abril; foi divulgado novo boletim do Coronavírus com a confirmação do primeiro óbito em Londrina

O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati decretou, ontem (3), a continuidade do fechamento de estabelecimentos comerciais e indústrias em Londrina, como medida de prevenção e segurança no enfrentamento ao coronavírus. Dessa forma, o fim do prazo de suspensão das atividades para estes estabelecimentos, previsto para domingo (5), agora foi prorrogado por uma semana, com validade até 12 de abril. Também está decidido o fechamento e a proibição de permanência de pessoas em praças públicas, pistas de caminhada, parques e parquinhos, incluindo espaços tradicionais como o Lago Igapó e o Zerão.

Os anúncios foram feitos por transmissão online ao vivo, disponível para acesso no Facebook da Prefeitura. Os decretos 438 e 439, que regulamentam as medidas, estão disponíveis no Jornal Oficial do Município, edição 4.036.Também estiveram presentes o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, e o médico pneumologista Alcindo Cerci Neto, integrante do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COESP), grupo técnico composto por profissionais e lideranças médicas da saúde pública e privada, responsável por gerir as ações e tomadas de decisões referentes ao coronavírus em Londrina.

De acordo com o prefeito, as ações restritivas decretadas visam reduzir ao máximo a aglomeração e circulação de pessoas, em um momento no qual a cidade agora tem morte registrada e começa a ter a transmissão comunitária da doença, ou seja, quando o contágio passa a ocorrer sem que seja mais possível rastrear ou conhecer a origem de transmissão do vírus. “Pedimos a compreensão de todos os comerciantes e empresários neste momento. Sabemos que a situação é difícil e gera temores, mas agora é hora de preservar e salvar vidas. Nos locais públicos também ainda havia muita gente circulando e não respeitando as orientações de distância mínima, então é também é necessário intensificar a vigilância”, pontuou.

Marcelo disse que as duas próximas semanas podem vir a ser o período de pico de contágio do coronavírus. Ele reforçou a importância do isolamento social. “Mais do que nunca, essa medida se torna imprescindível para que possamos conter a circulação do vírus e achatar essa curva de contágio. Esperamos que as pessoas tenham consciência e bom senso, mantendo os cuidados”, acrescentou.

A Prefeitura continuará estudando e avaliando, dia após dia, o panorama de evolução da doença. Segundo o prefeito, o novo prazo de fechamento de comércio e indústrias ficará sob análise enquanto vigorar. “Falar sobre liberação gradativa do comércio agora é arriscado, pois a situação inspira cuidados. Mais adiante, é possível pensar em formas de retomar o setor produtivo. Por enquanto, vale a suspensão e tudo dependerá do grupo técnico responsável pelas decisões, com base em indicadores científicos”, ressaltou o prefeito.

A decisão sobre a dilatação do prazo de suspensão do comércio já havia sido aprovada, em reunião realizada ontem (3), pela maioria dos prefeitos das 21 cidades, além de Londrina, que integram a Associação dos Municípios do Médio Paranapanema (Amepar). O Ministério Público (MP) também orientou a Prefeitura de Londrina a manter a medida de isolamento social por mais tempo, sendo que esta também é uma conduta que vem sendo mundialmente realizada no combate ao Covid-19.

Fiscalização

A fiscalização dos comércios e estabelecimentos que estão proibidos de funcionar será intensificada, com atuação da Guarda Municipal e Secretaria Municipal de Fazenda, que estão solicitando suporte a outros órgãos de segurança no desempenho das tarefas, para impedir as aglomerações e desrespeito às normas em vigor.

Enquanto prossegue a suspensão do comércio, o Município está estimulando aqueles comerciantes, que puderem e tiverem interesse, a trabalharem com sistema de entrega de produtos via delivery e de retirada nas lojas, para que as atividades não sejam totalmente interrompidas. É o que autoriza o Decreto 438, publicado hoje, permitindo o funcionamento dos estabelecimentos que comercializem gêneros alimentícios por meio de agendamento ou encomenda, e de venda em sistema Drive Thru, sem que o cliente precise sair do veículo para pedir e retirar o produto.

A autorização de entregas em domicílio se estende ao comércio em geral, varejista ou atacadista. Todos os estabelecimentos ficam obrigados a fornecer a todos os funcionários envolvidos nestes serviços, principalmente em caso de contato com os clientes, máscaras de tecido e álcool em gel, inclusive no ato da entrega.

Medidas necessárias

O pneumologista Alcindo Cerci Neto, que é professor da UEL e integra o Conselho Federal de Medicina (CFM), sendo membro do grupo técnico COESP, reitera que manter o fechamento do comércio, reforçando o isolamento social, é a medida mais prudente e acertada neste momento pelo Município. “Ainda não sabemos qual é a magnitude da transmissão do coronavírus na cidade, sua evolução está sendo analisada diariamente por especialistas na área de infectologia e pneumologia, para que as decisões sejam as mais embasadas e adequadas. A transmissão comunitária já existe e não é possível medir como será sua progressão. Se não for respeitado o isolamento, os casos podem se tornar incontroláveis, o que prejudica muito as condições e capacidade de tratamento correto da doença. Infelizmente, as medidas precisam ser endurecidas e respeitadas”, afirmou.

Já o secretário de Saúde, Felippe Machado, reforçou que o Município adquiriu 1 mil testes rápidos e outros 3 mil que serão operados pela UEL, já para início imediato, após os ajustes necessários para disponibilizar o atendimento na rede. Os atendimentos serão para pacientes sintomáticos dentro do protocolo de casos suspeitos e a ideia é agilizar as análises para afastar com segurança quem for detectado com o vírus.

Machado também informou que um hospital de campanha é outro projeto que já está pronto para ser implantado na cidade, caso necessário, com projeção de criação de 85 a 100 leitos novos de UTI e cerca de 200 em enfermaria.

Uma das intenções do plano de enfrentamento ao coronavírus em Londrina é transformar o Hospital Universitário (HU) em ponto exclusivo para atender coronavírus. Por esse motivo, vários pacientes já foram transferidos de lá para outros hospitais, liberando vagas para casos de Covid-19. O HU criou 20 novos leitos de UTI e tem mais 40 de enfermagem para retarguarda. Todos os hospitais, da rede pública e privada, estão trabalhando juntos para propiciar o melhor serviço a quem necessitar.

Primeiro óbito

A primeira morte por infecção do Covid-19 em Londrina foi confirmado na tarde ontem (3). Um homem de 37 anos, engenheiro eletricista, com histórico recente de viagem para São Paulo. Ele apresentava doenças de base associadas que o colocavam no grupo de risco, como hipertensão, obesidade e diabetes. O paciente deu entrada em hospital particular, em 26 de março, e foi encaminhado para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em 30 de março, vindo a falecer  ontem (3).

O prefeito de Londrina lamentou o falecimento do jovem, ocasionada pela doença. “Lamentamos muito o óbito deste jovem rapaz que infelizmente perdeu a vida hoje, e desejamos força e conforto aos familiares”, afirmou.

Números

A cidade agora conta com 36 casos confirmados da doença. Deste total, estão em isolamento domiciliar 15 pacientes e outros 15 permanecem internados em UTI. Cinco pessoas já foram consideradas recuperadas, após tratamento em quarentena, acompanhamento e alta médica. Depois do resultado de exames, 340 casos foram descartados e 79 estão sob investigação. Destes casos suspeitos, 68 são de pessoas internadas em hospitais da cidade, dos quais 67 adultos, sendo 49 em enfermaria e 18 em UTI. E há uma criança internada em leito de enfermaria.

NCPML

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