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Em quatro dias serão castrados e microchipados mil cães e gatos de ambos os sexos; nos últimos dois anos, mais de 17 mil animais foram castrados pela Prefeitura de Londrina

Ontem (2), a Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), deu início ao maior mutirão de castração animal de Londrina, que pretende castrar mil cães e gatos nos próximos quatro dias. A ação está sendo realizada na quadra coberta do Centro Comunitário da Comunidade Capela São Pedro, que fica na Rua Otávio Clivati, no Jardim das Palmeiras, na região norte de Londrina.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, a região norte da cidade foi a escolhida por se tratar da mais populosa e com a maior demanda pelo serviço no município. A intenção é que outros mutirões como este sejam levados a todas as regiões de Londrina. “O Castramóvel hoje é exemplo para o Brasil, atestado pela equipe dos veterinários. Onde eles vão, eles usam o exemplo de Londrina, por isso vamos consolidar essa política pública da Prefeitura de Londrina através de grandes mutirões em todas as regiões da cidade”, disse Machado.

No Centro Comunitário São Pedro estão instalados dois Castramóveis com estrutura de centro cirúrgico. Cerca de 20 profissionais de saúde (sendo dez deles médicos veterinários) estão atuando das 8h às 17h e permanecerão assim até sábado (5). Além da castração, todos recebem um microchipe contendo os dados sobre o nome do tutor, endereço, idade do animal e outros dados relevantes. Assim, caso o bicho se perca ou seja abandonado de forma irresponsável, seu tutor pode ser facilmente encontrado pelas autoridades.

Após o procedimento médico veterinário, todos saem com a medicação e as orientações para o acompanhamento e retirada dos pontos. De acordo com Murilo Lago, médico veterinário da Clinicão, empresa contratada pela Prefeitura de Londrina para a execução do serviço, é preciso que a população se atente a algumas orientações importantes, como o jejum correto dos bichos e os cuidados pós-operatórios. “Temos que lembrar que o jejum deve ser feito corretamente, porque quando há grande período de tempo sem alimentar o animal isso gera hipoglicemia e quando ele está com jejum curto, pode fazer falsa via através do vômito. O jejum correto é de 8 a 12 horas, no máximo. No dia do procedimento, o animal ainda fica sob efeito dos medicamentos, porém nos dias seguintes ele já se recupera e precisa de cuidados pelos próximos 10 dias. Toda a medicação já é fornecida por nós”, elucidou o médico veterinário.

A vereadora da causa animal, Daniele Ziober, também lembrou que o procedimento executado nos animais de baixo risco. “Quando criamos o projeto, tínhamos muita preocupação com o bem-estar do animal. Então, buscamos um método que fosse minimamente invasivo, que deixa só uns três pontinhos e com a garantia de retirar tudo, os dois ovários e o útero nas fêmeas e os testículos nos machos.  Com isso, a recuperação é muito rápida. Em suma, se o animal for calmo, em três dias ele estará totalmente recuperado”, explicou Ziober.

O vereador  Deivid Wisley, que também atua na causa animal, esteve no local e lembrou dos benefícios gerados pela política pública de proteção animal, especialmente no que se refere à castração. Para ele, o projeto é muito importante, porque só a conscientização e a castração dos animais podem resolver a questão do abandono animal. “Em 2015, já eram aproximadamente 60 mil animais de rua, imagine hoje, em 2022. São muitos benefícios trazidos com a castração. Na fêmea, evita doenças, principalmente o câncer de mama, que tem uma cirurgia muito cara, e a infecção de útero, que pode levar o animal a óbito. Além disso, previne o abandono, porque cada fêmea pode pegar cria a cada cinco ou seis meses e cada uma dá até dez filhotes. Então, essa demanda é muito grande, por isso a importância desse projeto”, disse o vereador.

Neste mutirão, foram convocadas para participar as pessoas que já tinham sido cadastradas no serviço e consideradas aptas na triagem. Por isso, cães e gatos de organizações não governamentais e de tutores em geral, que atendem aos critérios estabelecidos em lei, e tenham entre 6 meses a 8 anos de idade, podendo ser machos ou fêmeas, estão sendo atendidos. Não há critério de peso ou raça para a castração.

Para o tutor de duas cadelas porte médio, Welligton Noberto Spagnolo, de 56 anos, a ação veio em boa hora, visto que os cuidados com as duas fêmeas são constantes, visto o perigo de elas fugirem de casa. “Faz um mês mais ou menos que eu cadastrei e já fui chamado. Isso vai ajudar muito, porque já teve um dia que a Mila fugiu de casa, quando minha mulher abriu o portão para ir trabalhar, e quando a cadelinha voltou para a casa, dois dias depois, ela estava prenha. Ela sofreu muito quando teve os filhotes, porque deve ter cruzado com um cachorro grande. Todos os filhotinhos acabaram morrendo. Agora, a gente fica mais tranquilo”, disse o tutor.

Para a tutora de dois gatos, chamados Lana e Jack, Daniele da Costa, de 41 anos, a castração oferecida pela Prefeitura vai ajudar economicamente, pois além do procedimento médico, Costa vai economizar com o remédio contraceptivo ministrado para a fêmea. “A agente de endemias que me avisou que eu podia cadastrar para castrar meus gatos. Isso é muito bom, porque já vou fazer dos dois gatos. Eu já tinha ido atrás para castrar, mas veio a pandemia e deixei. Isso vai ser uma boa economia para mim, porque deve custar uns R$ 300 para castrar particular e eu ainda dava remédio para a Lana não ficar grávida”, contou a moradora do Jardim Primavera.

Em castrações solidárias pagas pelos protetores de animais, o custo médio para um animal de até 10 quilos é de R$ 160,00. Acima desse peso, o valor sobe R$ 50,00 por quilo. Por isso, a castração de um animal de porte grande pode chegar a custar R$ 800,00. Para gatos, o preço varia de R$ 100,00 a R$ 200,00.

Balanço

O Castramóvel funciona diariamente de segunda a sexta-feira, de forma itinerante. Em média, por dia são cadastrados e microchipados cerca de 60 animais. De março de 2020 até o momento, foram castrados mais de 17 mil cães e gatos.

NCPML

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