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O Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) elaborou, a partir de solicitação e contrato firmado com a prefeitura, por meio da Codel, Instituto de Desenvolvimento de Londrina, um Plano de Retomada da Economia, para identificar pontos de estrangulamento do setor produtivo, atingido pela pandemia. O objetivo, cumprido na mesma sequência, foi apresentar propostas para acelerar a recuperação de segmentos da economia londrinense. A cidade, a exemplo de tantas outras do mundo, sofre com a crise provocada pelo coronavírus, desde as primeiras contaminações. 

As entrevistas com 829 empreendedores foram feitas em dezembro e, junto com a  análise de indicadores, comprovaram a dificuldade de acesso ao crédito ou desinteresse em buscá-lo junto a parceiros; queda do consumo local, queda do faturamento do comércio varejista e dos setores de prestação de serviços, de turismo e eventos; elevação do trabalho informal; desatualização das empresas quanto às novas tecnologias e também quanto à gestão, modelos de negócios e inovação.  Os dados detalhados seguem em anexo.

Ainda a partir da análise dos dados e da experiência do próprio Sebrae no atendimento a empresas, foram sugeridos reforços em projetos e ações imediatas, que já se encontram em execução pelo Município ou em preparativos para  lançamento: qualificação e reinserção profissional; Sistema Integrado de Capacitação e Orientação Empresarial; Compras Públicas como estratégia de retenção de recursos; incentivo às compras locais; eventual retomada das atividades do Setor de Turismo e Eventos; Sistema Local de Apoio ao Crédito; aceleração de Projetos Inovadores; Modernização da Gestão (foco atendimento às empresas); apoio ao empreendedorismo; atração de investimentos e empresas de base tecnológica; fomento ao associativismo; transformação digital das empresas.

De acordo com Bruno Uiratan, presidente da Codel, todas estas medidas agora serão detalhadas por equipes do Município e do Sebrae, para que sejam colocadas em execução ou em aceleração em até 90 dias. O prefeito Marcelo Belinati, junto com entidades que apoiam o Plano de Retomada Economia, já prepara, inclusive, medidas mais amplas e também a médio e longo prazo para o fortalecimento da economia da cidade, com uma visão mais macro e a partir de todo Ecossistema de Inovação.

Todo o trabalho está sendo acompanhado por uma força-tarefa, composta pela Prefeitura de Londrina, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Londrina), Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (CEAL), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Sindicato do Comércio Varejista de Londrina (Sincoval), Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Paraná (Sindimetal), Sindicato da Indústria da Construção Civil do Norte do Paraná (Sinduscon PR Norte), Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação (APL de TI) de Londrina e Sociedade Rural do Paraná (SRP).

Dados da pesquisa

a pandemia de coronavírus afetou 81% das empresas instaladas em Londrina. É o que aponta o resultado da pesquisa do Sebrae/PR sobre os impactos da Covid-19 na economia local. Ao todo, foram entrevistados 829 empresários de 32 diferentes atividades econômicas. A margem de erro da pesquisa é de 2,3%. 

Do total de empresas consultadas, 50% são de pequeno porte (MPE), 40% microempreendedores individuais (MEI) e 10% de médio e grande porte (MGE). Dos negócios locais, 72% apresentaram queda no faturamento, 19% mantiveram os mesmos números e 8% aumentaram. O impacto mais significativo ocorreu nos setores de academias e esportes – 100% dos negócios consultados declararam que tiveram queda no faturamento -; alimentação fora de casa (95%); eventos (94%), turismo e hotelaria (90%); e beleza (87%). Em dezembro, quando a pesquisa foi realizada, apenas 40% dos negócios operavam de forma digital.

Apesar das dificuldades financeiras, 66% dos empresários informaram que não necessitaram buscar empréstimos ou financiamentos. Entre os que precisaram de crédito, 92% das médias e grandes empresas receberam total ou parcialmente, assim como 66% das micro e pequenas empresas e 44% dos microempreendedores individuais. As principais dificuldades encontradas no acesso a recursos financeiros foram a demora na liberação, documentação, garantias, empresas negativadas, taxas de juros. O estudo revelou ainda que 70% dos empresários pesquisados não conhecem a Sociedade Garantidora de Crédito (SGC), que garante financiamentos para os negócios.

Antes da pandemia, 60% das empresas consultadas previam fazer investimentos. Com a mudança de cenário, 50% decidiram adiar os planos, 22% preferiram cancelar, 14% revisaram para menos, 10% mantiveram integralmente e 4% revisaram para mais. Questionados sobre investimentos em tecnologia, 46% disseram necessitar investir na área. A maioria apontou como necessidade o investimento em marketing digital (71%), comércio eletrônico (28%), aplicativos para reuniões online (28%), meios de pagamentos digitais e moeda virtual (21%). 

Durante esse período de isolamento e medidas restritivas para conter o avanço da Covid-19, 21% das empresas pesquisadas informaram que demitiram funcionários. Entre os setores que mais demitiram estão o de fabricação de móveis (60%), comércio atacadista (41%) e turismo e hotelaria (40%). Ao considerar o porte de empresa, as médias e grandes foram as que mais precisaram dispensar colaboradores (52%). Do total de empresários ouvidos pelo estudo, 77% informaram não estarem associados ou cooperados a alguma entidade empresarial.

O consultor do Sebrae/PR, Sérgio Ozório, explica que a pesquisa traz um diagnóstico de como e quanto a pandemia afetou os negócios no município. “Os dados vão facilitar a elaboração das medidas que serão adotadas para minimizar os impactos da crise e alavancar a economia”, conta. 

Com base no levantamento, foram elencados 11 principais impactos da Covid-19, que serão mitigados por programas e projetos propostos pela prefeitura e entidades empresariais de Londrina. As ações serão ofertadas nas seguintes temáticas: ambiente para negócios, qualificação empresarial e da força de trabalho, fomento a negócios locais, finanças empresariais, tecnologia e inovação, e gestão pública eficiente.

Asimp/Codel

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