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Iniciativa visa construir uma base sólida, por meio de inclusão social e produtiva, para que as mulheres consigam superar o ciclo de violência

A Prefeitura de Londrina lançou, ontem (4), o Projeto Alicerce – Para que Elas Sigam em Frente, iniciativa que visa construir uma base sólida, por meio de inclusão social e produtiva (trabalho, emprego, renda), para que as atendidas pelo Centro de Atendimento à Mulher (CAM) e Casa Abrigo Canto de Dália consigam superar a violência doméstica e familiar.

O projeto soma forças entre poder público e entidades, e é construído pela Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM) em parceria com a Secretaria Municipal de Trabalho Emprego e Renda (SMTER) e outros parceiros, incluindo Senac, Senai, Unopar/Pitágoras, Unicesumar, Central de Vagas da Secretaria Municipal de Educação e projeto Hafura. Essas instituições irão oferecer capacitações gratuitas a essas mulheres, abrindo vagas para diferentes cursos e oficinas.

Mulheres acima de 18 anos, residentes em Londrina, e atendidas pelos serviços de enfrentamento à violência doméstica e familiar da SMPM, formam o público-alvo deste novo programa. Inicialmente, já estão sendo criadas 36 vagas para capacitações em parceria com o Senac, em cursos de manicure e pedicure (16 oportunidades) e de técnica de vendas (20 vagas).

As participantes do Projeto Alicerce serão atendidas e acompanhadas pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, que, por meio da Gerência de Inclusão Social e Produtiva, articulará junto aos parceiros visando o seu aperfeiçoamento pessoal. Por sua vez, a SMTER fará o fluxo de vagas para inserção no mercado de trabalho, além de realizar um trabalho de busca ativa junto a empresas que se interessem em oferecer vagas exclusivamente para este público, ou aquelas empresas que estão vindo se instalar em Londrina e abrirão vagas.

O prefeito Marcelo Belinati destacou que as mulheres vítimas de violência doméstica e familiar necessitam e merecem receber suporte do poder público e da sociedade. “É preciso articular políticas públicas que ofereçam condições e oportunidades verdadeiras para que essas pessoas possam superar este ciclo de violência, seja ela física, psicológica ou outras. Essas mulheres não saem de casa porque não encontram alternativa para se manter e sustentar seus filhos, comer e se vestir, sendo que muitas não conseguem sequer relatar a situação ou denunciar os atos. Por isso, o Alicerce é um projeto de resgate e oportunidade para que as mulheres sejam amparadas, tenham seus direitos respeitados e trilhem seu caminho com dignidade. Inclusão e respeito ao cidadão, ao ser humano, é o foco principal. Londrina vem dando exemplo de inclusão e políticas neste segmento e queremos que esse trabalho seja fortalecido” disse.

Segundo a secretária de Políticas para as Mulheres, Liange Doy Fernandes, o projeto vai qualificar mulheres para possibilitar a inserção ou reinserção no mercado de trabalho, além de tratar da parte do aprimoramento pessoal delas. “O que acontece é que, muitas mulheres acabam continuando em um ambiente de violência e agressões porque não possuem emprego, pela falta de escolaridade, por não terem apoio familiar, entre outros fatores. O Alicerce vem com a ideia de construção coletiva, que é o único instrumento capaz de promover o real enfrentamento à violência contra as mulheres, conscientizando também a população em geral”, afirmou.

Fernandes ainda apontou que é preciso cultivar e manter bases sólidas e políticas permanentes para fazer essa inclusão social, sendo que as parcerias irão colaborar muito neste processo, proporcionando às participantes mais autonomia e liberdade para conduzirem suas vidas. “Este enfrentamento vai além das políticas públicas, precisa envolver a sociedade. A SMPM já ampara essas mulheres pelo CAM e também na Casa Abrigo, com atendimento psicossocial, orientação jurídica e outros acompanhamentos, e agora o novo projeto vem para somar, ampliar o amparo para ajudá-las a superar as barreiras e a condição de violência”, acrescentou.

De acordo com o secretário municipal de Trabalho, Emprego e Renda, Gustavo Santos, o projeto Alicerce vinha sendo articulado há alguns meses, com a SMPM, e já está em funcionamento. “Na prática, o programa já acontece, uma vez que o encaminhamento dos currículos para empresas vem ocorrendo e se mostra positivo. Uma rede grande de supermercado, quando se instalou aqui recentemente, contratou mulheres em situação de violência. A SMTER também já faz um processo de encaminhamento, em dias específicos, com indicações individuais de vagas, e vamos procurar fortalecer agora o trabalho proativo de buscar empresas. Importante ressaltar que não se trata só da questão do emprego, mas o reflexo que a oportunidade traz às mulheres e suas famílias. Muitas delas tem uma vocação empreendedora e, com um simples empurrão, passa a gerar renda e buscar seu espaço. Temos que trazer essas pessoas para o empreendimento individual, e abrir chance delas obterem uma profissão, isso ajuda a quebrar o ciclo de violência existente”, comentou.

A diretora de Atendimento Especializado à Mulher, da SMPM, Lucimar Rodrigues da Silva, reforçou que projetos dessa natureza e a integração de políticas públicas são canais que podem salvar vidas. “Há mais de 20 anos trabalhando nessa área, nós já vimos todas as situações possíveis acompanhando muitas e muitas mulheres que sofreram abusos e formas de violência. Não é uma tarefa fácil sair dessa realidade, mas o esforço vale muito a pena quando conseguimos ajudar uma vida a ser salva, quando uma mulher escapa de um relacionamento negativo e chega a um emprego, cria sua renda, resgata sua autoestima e cuida de seus filhos e familiares. As pessoas privadas de seus direitos precisam contar com assistência adequada, e o Alicerce é mais um componente para abraçar essas mulheres”, enfatizou.

A SMPM criou neste ano a Gerência de Inclusão Social e Produtiva justamente para fazer a articulação e realização de projetos para inserção das usuárias no mercado de trabalho. O CAM teve nova sede inaugurada no ano passado, na Avenida Santos Dumont, 408, e presta atendimento humanizado e acolhedor às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, por uma equipe composta por psicólogas, assistentes sociais e advogada, que faz atendimento psicossocial e orientação jurídica. Já a Casa Abrigo acolhe temporariamente, em local sigiloso, mulheres sob iminente risco de morte e/ou grave ameaça.

Também participaram do encontro de lançamento do Projeto Alicerce os secretários municipais de Planejamento, Orçamento e Tecnologia, Marcelo Canhada; e de Governo, Alex Canziani;  o presidente da Câmara, vereador Jairo Tamura; além de representantes das entidades parceiras nesta iniciativa.

Renan Oliveira e Dayane Albuquerque/NCPML

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