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São sete solos na região: neossolo, cambissolo, nitossolo, latossolo, gleissolo, chernossolo e organossolo. Estudo deles permite melhorar a produtividade da produção agrícola.

Existem sete tipos de solo na região de Londrina, que é basáltico. A olho nu, um ou outro pode ser distinguido por sua coloração ou estrutura. Mas a classificação técnica vai muito além, embora haja poucos trabalhos sobre o solo da região Norte do Paraná. É justamente para preencher esta lacuna que foi criado o projeto de pesquisa “Identificação de classes de solos através de espectroscopia VIS-NIR”, coordenado pelo professor Pedro Rodolfo Siqueira Vendrame, do Departamento de Geociências – Centro de Ciências Exatas (CCE), da Universidade Estadual de Londrina.

Segundo ele, o uso de um espectrômetro obtém dados mais precisos sobre as amostras de solo, o que permite criar uma espécie de “impressão digital” de cada tipo. A espectroscopia na região do visível (VIS) e do infravermelho próximo (NIR) é uma tecnologia avançada e útil para a análise de solos em várias abordagens, como a química e a morfológica.

“Ela fornece, por exemplo, dados mais acurados sobre o grau de reflexividade de cada tipo de solo, o que determina sua distinção e classificação, ainda que tenham aparência semelhante”, diz. O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) é de 1999.

O projeto conta com o apoio do Laboratório de Geologia e Pedologia (Lagep), no Centro de Ciências Exatas. A Pedologia é um ramo da Geografia Física e das Ciências do Solo, e estuda o solo em seu ambiente natural. Conforme explica o professor, analisa a gênese e a morfologia do solo, além de sua natureza e classificação. Ele acrescenta que, em relação à formação, cinco são os fatores atuantes mais conhecidos: rocha, clima, relevo, organismos e tempo. “Para o projeto, importa a morfologia, e portanto, especialmente, o relevo, a infiltração e drenagem de água”, afirma.

Os sete tipos de solo são: neossolo, cambissolo, nitossolo, latossolo, gleissolo, chernossolo e organossolo.

Eles são encontrados juntos e variam conforme a coloração (a presença de ferro o torna mais avermelhado, por exemplo), estrutura (mais fino ou com pedaços naturalmente maiores – argila), profundidade (o neossolo, por exemplo, fica a até 40 cm), idade (nenhum tem mais de 1 milhão de anos, mas o latossolo, o mais antigo, tem entre 500 e 600 mil anos), localização (área mais plana (latossolo), aclive (nitossolo) ou várzea (organossolo) e presença de matéria orgânica (maior no organossolo), entre outros critérios. Porém, o pesquisador lembra que existem outros tipos, em outras regiões.

Potencialidades

As características de cada tipo de solo apontam para uma possível utilização, ou não, de suas potencialidades. O neossolo e cambissolo, por exemplo, são favoráveis a culturas anuais, como trigo, aveia e cana-de-açúcar. Junto com o nitossolo e latossolo, formam o conjunto mais favorável às atividades produtivas.

“O neossolo, por exemplo, é de difícil mecanização, irrigação e apresenta estresse hídrico. Já o nitossolo tem drenagem lenta e é mais suscetível à erosão. E o latossolo, mais plano, favorece a mecanização e qualquer cultura, da abobrinha ao eucalipto”, explica.

Atualmente, Pedro tem dois orientandos doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Geografia. Um deles, Pedro Guglielmi Jr, desenvolve um mapeamento topográfico do solo do município de Bela Vista do Paraíso (47 km de Londrina) com o uso de drone. Depois, vai comparar os dados com as imagens de satélite e estudar o impacto das lavouras na conservação e processos de erosão.

Já Rosana Kostecki de Lima avança no que iniciou em sua pesquisa de Mestrado com objeto bastante ligado ao projeto: assinaturas espectrais de solo em diferentes municípios do Norte do Paraná, a fim de criar um banco de dados e um modelo para outras áreas, considerando a paisagem, manejo e conservação.

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